A história de Carioca pode repetir a trajetória bem-sucedida de outros jogadores da sua posição. De estilos diferentes, quatro antecessores dele se destacaram com a camisa alvinegra, disputaram Copas do Mundo e foram negociados para o exterior: Cerezo (1978 e 1982), Elzo (1986), Doriva (1998) e Gilberto Silva (2002, campeão; 2006 e 2010) – apenas o terceiro já havia deixado o clube quando disputou Mundial.
Com Rafael Carioca, a história é bem diferente, pois ele já viveu a experiência de atuar na Europa. O volante conhece bem a Rússia, sede da próxima Copa do Mundo, mas decidiu voltar ao Brasil justamente para estar mais próximo da competição. Há algumas semanas, convenceu os dirigentes do Spartak Moscou de que desejava renovar com o Galo e ficar mais próximo da família. Depois de muita insistência, acabou atendido.
“Quando fui para a Rússia, fiquei escondido. Sempre tive o sonho de jogar pela Seleção. Quando voltei, pude pensar em fazer uma grande temporada. Quando o time vem bem, a visibilidade é maior. As pessoas vão continuar olhando. É continuar com um grande trabalho no Atlético para a chance aparecer”, afirma o jogador, de 26 anos que surgiu nas categorias de base do Audax-RJ em 2004.
Seu nome poderá estar na lista de Dunga na semana que vem para os amistosos contra Costa Rica e Estados Unidos, em 5 e 8 de setembro, respectivamente, em Boston, que servirão como preparação para as Eliminatórias Sul-Americanas da Copa de 2018. A ideia da CBF é observar jogadores que ainda não tiveram chances com a camisa verde-amarela.
De acordo com o Footstats, Rafael é destaque do Atlético em fundamentos como passe, lançamentos e desarmes e tem sido um dos mais regulares dos titulares. “Ele é diferenciado na posição em que joga, um volante moderno. Ele se entendeu bem com o Donizete, com marcação forte e sem faltas. Rafael é um volante clássico, elegante. Na minha opinião, pode cavar um lugar na Seleção em breve”, elogia o capitão Leonardo Silva.
CAMPO MAIOR Manter a marcação precisa é um dos objetivos do volante contra o Goiás, domingo, às 16h, no Serra Dourada, pela 17ª rodada do Brasileiro. O palco da partida tem as dimensões máximas permitidas pela Fifa (105m x 68m) e os jogadores treinarão durante a semana com o intuito de reduzir os espaços do adversário e se prevenir de possíveis contusões, já que o desgaste é maior. “O campo é grande, o Goiás joga com velocidade, mas estamos com confiança. O Levir já tem ideia do time que vai escalar e cabe a nós mantermos a ponta do Brasileiro”, diz Carioca. No ano passado, o Galo superou esses problemas e venceu por 3 a 2, com dois gols de Guilherme e um de Carlos.
QUEM É ELE
Rafael de Souza Pereira
– Nascimento: 18/6/89, no Rio de Janeiro
– Altura e peso: 1,79m e 72kg
– Clubes anteriores: Grêmio, Vasco e Spartak Moscou
– No Atlético: 49 jogos e 2 gols
ILUSTRES ANTECESSORES
– Cerezo: 400 jogos e 53 gols, entre 1974 e 1983 e em 1997
– Elzo: 140 jogos e 10 gols, entre 1984 e 1987
– Doriva: 143 jogos e 6 gols, entre 1995 e 1997
– Gilberto Silva: 122 jogos e 9 gols, entre 2000 e 2002 e em 2013
Atleticanas...
DE NOVO NO GIGANTE
A CBF confirmou ontem que Atlético x Grêmio, na quinta-feira da semana que vem, será no Mineirão. O Galo mais uma vez está de olho no aumento do público e da arrecadação, que pode chegar a R$ 2 milhões. Será o quarto jogo alvinegro no estádio – quinto em 2015.