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Jogadores analisam comportamento da torcida do Galo e pedem apoio: "Não tem força maior"

A impaciência tem sido uma característica marcante da torcida em 2016

postado em 03/05/2016 11:00 / atualizado em 03/05/2016 11:03

EM DA PRESS


“Se houver uma camisa preta e branca pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento. Ah, o que é ser atleticano? É uma doença? Doidivana paixão? Uma religião pagã? Bênção dos céus? É a sorte grande? O primeiro e único mandamento do atleticano é ser fiel e amar o Galo sobre todas as coisas. Daí, que a bandeira atleticana cheira a tudo neste mundo (...)”.

O escritor Roberto Drummond explicou, com o brilhantismo que lhe era peculiar, a paixão do torcedor alvinegro pelo Atlético. Mas a imagem de fiel e compreensivo que Drummond fez questão ressaltar vem ganhando, em especial nesta temporada, novos contornos. A paciência foi substituída pela vaia. Agora, diante de um jogo decisivo contra o Racing, nesta quarta-feira, no Indepedência, pela Copa Libertadores, os jogadores pedem apoio. Eles acreditam que o time fica mais forte com a vibração e a energia vindas das arquibancadas.

“Eu gosto de ser cobrado. Todo mundo gosta de ser cobrado, porque a gente coloca os pés nos chão. Mas eu gostaria que a nossa torcida fosse ao estádio apoiar o time. E eu gosto daquela frase ‘eu acredito’. Se a torcida acompanhar e vier junto conosco tenho certeza que vamos conseguir uma grande vitória”, afirmou Erazo.

O ânimo acirrado tem sido característica marcante da torcida em 2016. Logo na primeira partida do Galo em casa na Copa Libertadores, contra o Independiente Del Valle, os atleticanos se aborreceram com o técnico Diego Aguirre. Parte da torcida se revoltou principalmente pela entrada de Robinho no lugar de Cazares, um dos destaques do time no jogo, e não no posto de Patric, lateral-direito improvisado no ataque. Era o primeiro sinal.

Na partida contra a URT, pelo jogo de volta da semifinal do Campeonato Mineiro, outra vez o comportamento impertinente prevaleceu. Até os jogadores ficaram incomodados. O atacante Lucas Pratto deixou isso claro na comemoração do seu gol no jogo. O argentino saiu em disparada ao banco de reservas e fez um gesto pouco usual: colocou as mãos nas orelhas e ficou olhando para as arquibancadas. Após a partida, ele evitou os repórteres e não quis conceder entrevista. Na ocasião, o volante Rafael Carioca, que havia marcado belo gol em chute de fora da área, admitiu aborrecimento com o comportamento de parte da torcida alvinegra. "O time está em cima, buscando o gol e a torcida vaiando. A gente fica chateado mesmo", disse.

O momento agora é outro. E os jogadores querem a torcida empurrando o time. “Não tem força maior externa que a torcida. A gente tem consciência de que precisa fazer um bom jogo desde o início, que a gente vai trazer o torcedor para dentro do campo e isso vai nos ajudando no decorrer dos minutos”, disse o atacante Hyuri.

Para se classificar, o Atlético precisa de uma vitória simples. A decisão da vaga vai para a disputa de pênaltis em caso de novo 0 a 0. Quanto aos ingressos, só restam camarotes, a R$ 500 cada assento.

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