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Pitada extra de rivalidade

Confronto decisivo entre Atlético e Racing, no Horto, tem todos os ingredientes de um duelo explosivo, com tensão, mistério, provocações e torcidas apaixonadas

postado em 04/05/2016 14:03 / atualizado em 04/05/2016 14:16

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Torcidas apaixonadas, rivalidade que resgata Brasil x Argentina, mistério, intensas provocações... Para quem conseguiu um dos 22.529 ingressos que darão acesso ao Independência, o jogo desta quarta-feira entre Atlético e Racing, às 21h45, pelas oitavas de final da Copa Libertadores, será daqueles em que a emoção predominará do início ao fim. Um verdadeiro “clima de guerra” está formado desde a semana passada, depois de as equipes ficarem no 0 a 0 em Avellaneda. No confronto em Belo Horizonte, os dois times escondem totalmente suas armas, em um quebra-cabeça tático: a ordem é atacar no tempo certo e, principalmente, evitar falhas, pois qualquer vacilo pode ser fatal.

Com a obrigação de vencer por qualquer placar para passar às quartas de final – novo 0 a 0 leva a decisão para os pênaltis e empate com gols dá a vaga aos argentinos –, o alvinegro literalmente se fechou em sua preparação. O técnico Diego Aguirre não mostrou suas estratégias e concentrou os jogadores desde a segunda-feira à noite, na Cidade do Galo. O foco total está na competição continental, sem espaço para pensar na decisão mineira contra o América, no fim de semana.

Os pontos fortes do Racing foram dissecados por meio de vídeos de seus jogos pelo Campeonato Argentino. Todo o cuidado é pouco neste momento. “O clube fez um investimento alto para ter um time competitivo e não podemos pensar numa eliminação precoce. Com todo o respeito, temos grupo para ganhar o Mineiro, a Libertadores e o Brasileiro. O estádio estará lotado e torcida certamente nos apoiará. Mas não há jogo fácil na Libertadores. Nossa preparação foi boa e espero que seja a noite do Galo”, afirmou o atacante Robinho, cuja função nesta noite não foi revelada por Aguirre – o jogador poderá atuar aberto pelo lado esquerdo ou mais centralizado.

O camisa 7 admite não ter tido boa atuação diante do América e vê a necessidade de a equipe alvinegra se unir para conseguir a vitória hoje. Nesta Libertadores, o Galo venceu todos os jogos em casa sem ser vazado. Além disso, consolidou os resultados positivos com gols logo no início das partidas. A tendência é que o Atlético sufoque o Racing desde o começo, sobretudo utilizando as jogadas aéreas com o capitão Leonardo Silva e o atacante Lucas Pratto.

Para o equatoriano Erazo, o Galo não pode mudar sua característica de jogo: “No começo, a gente procura fazer o gol o mais rápido possível. O time adversário sente a nossa pressão, isso não vai mudar. Agora, concentração a gente tem que ter, porque time argentino, quando faz gol, se defende muito bem. Eles vão tentar fechar o gol deles, vão tentar aproveitar qualquer brecha que deixarmos atrás”.

O lateral-direito Marcos Rocha alerta sobre a semana de decisões: “São dias que podem nos dar tranquilidade para toda a temporada. Jogar as quartas da Libertadores e disputar o título mineiro seria muito bom. No Atlético, tudo é tenso e uma derrota pode jogar tudo fora. Mas confiamos no trabalho do Aguirre para ter uma boa semana”.

RESPOSTA

Além da vaga, dar uma resposta positiva à torcida é algo que o Atlético procura, depois de perder para o América, em sua terceira derrota no Independência nesta temporada. Nesta quarta, Aguirre usará o que tem de melhor, apostando na recuperação do lateral-esquerdo Douglas Santos, que deixou o jogo de domingo com entorse no joelho direito. Exame de imagem não constatou lesão, ele participou do último treino e foi relacionado. O volante Júnior Urso é outra novidade, depois de ser poupado no fim de semana.

A dúvida está em quem formará o setor ofensivo com Lucas Pratto e Robinho: Cazares ou Patric. O primeiro não atravessa boa fase e ficou no banco nas últimas partidas. Já o segundo voltou recentemente aos gramados e ainda carece de ritmo de jogo, mas tem mais chances de começar, pois a intenção de Aguirre é fortalecer a marcação. Para o segundo tempo, o treinador terá peças mais criativas, casos do próprio Cazares, Hyuri, Clayton e Carlos Eduardo, relacionado pela primeira vez desde que chegou ao Atlético.

O ADVERSÁRIO
Racing com torcida no Horto
A torcida do Racing promete invadir Belo Horizonte para ser o combustível para o time de Avellaneda avançar às quartas de final da Copa Libertadores. Caravanas grandes vindas de Buenos Aires estão chegando desde terça-feira à capital mineira, e a expectativa é de que 1,5 mil argentinos empurrem a equipe no Independência – além de três aviões fretados, há uma parte que veio junto com a delegação. Concentrado na Toca da Raposa II, o Racing não fez nenhum treino em BH e vai pressionar o Galo desde o início. “Teremos que ser agressivos, recuperar rápido a bola para atacar. Creio que podemos ganhar como visitantes. Faltam 90 minutos e temos que pensar em atacar desde o princípio”, disse o zagueiro Vittor. A grande arma dos argentinos é o atacante Gustavo Bou, artilheiro da Libertadores do ano passado, com oito gols. A princípio, o goleador, recuperado de lesão muscular, ficará no banco de reservas, mas deve ser lançado pelo técnico Facundo Sava no segundo tempo. No fim de semana, o treinador poupou alguns titulares na vitória sobre os reservas do Huracán por 1 a 0, fora de casa, pelo Campeonato Argentino.

Atlético x Racing

Atlético
Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Erazo e Douglas Santos; Leandro Donizete, Rafael Carioca, Júnior Urso e Patric (Cazares); Robinho e Lucas Pratto
Técnico: Diego Aguirre


Racing
Saja; Pillud, Vittor, Sánchez e Grimi; Noir, Videla, Aued, Oscar Romero e Marcos Acuña; Lisandro López
Técnico: Facundo Sava

Estádio: Independência
Horário: 21h45
Árbitro: Daniel Fedorczuk (URU)
Assistentes: Maurício Espinoza e Richard Trindad (URU)
TV: Globo e Fox Sports
Ingressos: Camarote a R$ 500. Os demais estão esgotados

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