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Carlinhos Neves isenta "era Aguirre" de série de lesões no Atlético e culpa calendário brasileiro

Coordenador técnico do Galo comentou os muitos casos de contusões no clube

postado em 31/05/2016 16:19 / atualizado em 31/05/2016 17:40

Bruno Cantini/ Atlético

A série de lesões no Atlético, que tiveram como reflexo uma desfiguração do time titular alvinegro, provocaram também uma reação dentro do clube. Nesta terça-feira, o coordenador técnico Carlinhos Neves foi até a sala de imprensa dar explicações sobre o caso. De cara, isentou a comissão técnica anterior, comandada por Diego Aguirre, das seguidas contusões no elenco. A causa, segundo ele, é o calendário do futebol brasileiro.

Ex-preparador físico do Galo - campeão com a equipe na Libertadores, Recopa e Copa do Brasil -, Carlinhos Neves, que também tem trabalhos em outros grandes clubes e na Seleção Brasileira, é referência na área. Como coordenador técnico acompanhou de perto a filosofia implantada por Fernando Pignatare, profissional da preparação física de Aguirre.

“Continuo com mesma posição em relação à comissão do Aguirre, cujo trabalho nos levou à final do Mineiro e às quartas da Libertadores. Cada profissional tem seus métodos. O que houve foi uma sequência de partidas difíceis. A equipe estava acostumada a jogar uma vez por semana, passamos a jogar duas vezes”, disse.

Diego Aguirre implantou um rodízio no elenco durante os cinco meses à frente do Atlético, escalando reservas em jogos do Campeonato Mineiro e da Primeira Liga. O treinador uruguaio fez algo parecido ano passado no Internacional e também deixou o clube sob questionamentos.

“Não conheço o histórico do Inter. O trabalho no Atlético foi muito bem desenvolvido. Coincidiu a saída do Aguirre no mês de maio, o mais difícil. Se vocês voltarem, vão perceber o tanto que foi difícil jogar contra América, Racing e São Paulo. No jogo contra o Grêmio, eles tiveram três jogadores substituídos no 1º tempo. O Atlético tem os melhores profissionais em cada área. Não há ninguém principiante, fazendo loucura”, ressalta Carlinhos Neves.

Nas últimas semanas, com decisão de Campeonato Mineiros (derrota para o América) e mata-mata de Libertadores (superou o Racing, mas caiu frente ao São Paulo nas quartas de final), 11 jogadores passaram pelo departamento médico do Atlético: Leonardo Silva, Lucas Pratto, Dátolo, Carlos Eduardo, Mansur, Clayton, Edcarlos, Yago, Carlos, Junior Urso e Robinho. Os três últimos já foram liberados. Outro sob cuidados médicos é Luan, mas o atacante vem se recuperando de cirurgia no joelho há mais tempo.

“Historicamente, o mês de maio é difícil. Questão toda é que desde as oitavas da Libertadores, que coincidiu com finais do Mineiro, passamos a ter jogos muito intensos. Foi o momento em que repetimos a equipe, o que não acontecia antes. A equipe sentiu nesse momento de jogos seguidos, porque tempo de recuperação é muito menor. Realmente, a gente assume que passou da média histórica. Nunca tivemos tantos jogadores lesionados ao mesmo tempo”, diz o coordenador técnico.

Carlinhos Neves ainda faz questão de explicar como algumas lesões ocorreram no Galo e ressaltar os obstáculos do calendário: “Perdemos Leonardo Silva, um jogador de 37 anos, em um risco calculado. Ele sentia, mas era possível ser escalado. Perdemos o Pratto na comemoração do primeiro gol contra o São Paulo. O Carlos, no intervalo, pediu para ser substituído, e Pratto quis continuar, o que pode ter agravado a lesão. Depois, fomos a Curitiba. Fui eu que treinei a equipe. Jogamos bem contra Atlético-PR. Em seguida, com poucos treinos, jogamos contra Grêmio e Vitória. Voltamos de Salvador com pouco tempo. Esse momento é muito crítico. Além do calendário ser mal elaborado, os jogos são mal distribuídos. Depois, jogaremos quatro partidas num mês. Continuo com posição de que é necessário distribuir melhor os jogos. Não aconteceu somente com Atlético. Todos os clubes têm jogadores em número alto lesionados nessa época. Na final da Champions League, vimos jogadores escolhidos a dedo sofrendo muito, com câimbra, saindo lesionados, porque hoje, até em função da alta performance física, aumentou muito a distância percorrida pelos atletas. Por mais que tenha trabalho de prevenção, é impossível não ter jogadores lesionados. Isso só diminuirá quando tivermos jogos mais bem distribuídos.”