O calendário do futebol brasileiro é criticado por praticamente todos os técnicos dos clubes, que lamentam a falta de datas para treinos por causa do grande número de jogos. No Atlético, porém, Roger Machado não teve o que reclamar nos últimos dias. Sem partidas no meio de semana, o treinador tenta corrigir erros dos últimos jogos, além de dosar a carga de atividades com o objetivo de manter os jogadores inteiros por mais tempo. Mas a aparente calmaria já tem data para terminar. A partir de sábado, no compromisso diante do Democrata, em Governador Valadares, pelo Campeonato Mineiro, o time alvinegro começa uma maratona de jogos que promete se alastrar pelos próximos meses.
A equipe vai encarar a estreia na Copa Libertadores, diante do Godoy Cruz, na Argentina, a sequência do Estadual e a Primeira Liga com viagens consecutivas. Depois de ir ao Leste de Minas neste sábado, o grupo vai na quarta-feira de Cinzas a Chapecó enfrentar a Chapecoense pela terceira rodada da Primeira Liga. Depois, vai até Mendoza para pegar o Godoy Cruz. Joga contra Villa Nova e Tupi em Belo Horizonte e segue no dia 18, provavelmente para Muriaé, para pegar o Tricordiano. Nos quatro deslocamentos, o Galo percorrerá mais de 10 mil quilômetros.
Nesse sentido, o planejamento será feito para que os atletas não sintam o desgaste ainda no começo de temporada. Roger não descarta mandar um time reserva para enfrentar a Chape, na quarta-feira de cinzas. Enquanto isso, ele ganha tempo para que jogadores como o goleiro Victor, o zagueiro Erazo e o atacante Luan possam voltar aos treinos e entrar no ritmo dos demais.
“Temos um grupo qualificado e às vezes o Roger precisará rodar um pouco a equipe. Estamos bem preparados. É a última semana cheia e temos de aproveitar, assim como na pré-temporada. É importante para o Roger implantar sua filosofia para fazermos o trabalho da melhor maneira possível”, ressalta o zagueiro Gabriel, titular mais jovem do Atlético – completará 22 anos em março.
O lateral-direito Marcos Rocha considera que o período de treinos é útil para aumentar o vigor físico e a parte tática: “A equipe vem evoluindo e os jogadores estão encarando a maneira de o Roger trabalhar de forma muito séria. Estamos tentando pegar o máximo de coisas que eles nos passa. É um treinador que gosta de trabalhar a bola e jogar próximo no campo. Ainda estamos em preparação na parte física. Temos aproveitado o máximo para correr os 90 minutos em intensidade alta para que possamos melhorar o nível.”
Se comprovar o favoritismo e chegar à decisão do Campeonato Mineiro, o Atlético deve fazer oito jogos em abril, geralmente o mês em que o calendário é mais cheio – em março, os jogadores entrarão em campo seis vezes em 25 dias. Em maio, a equipe joga pela Libertadores e ainda estreia no Campeonato Brasileiro, algo que se repetirá em junho e julho.