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Acordo de naming rights da arena do Atlético valerá por dez anos e pode ser ampliado; compare valor com outros estádios

MRV pagará R$ 60 milhões para "batizar" futura casa do clube alvinegro

postado em 16/09/2017 06:30 / atualizado em 16/09/2017 18:27

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A próxima segunda-feira pode marcar uma mudança de status para o Atlético no futebol brasileiro. Se o conselho aprovar, o clube venderá 50,1% do Diamond Mall por R$ 250 milhões para a construção de seu novo estádio, com previsão de fim das obras para o ano de 2020. Mas não é apenas esse dinheiro que levantará a arena. O clube busca receber R$ 100 milhões por venda das cadeiras cativas (60% já garantido pelo BMG) e R$ 60 milhões por naming rights, vendidos à MRV Engenharia. Mas como funcionará o acordo pelo direito de dar nome à arena?

Em entrevista ao Superesportes, Rubens Menin, presidente da MRV, explicou como funcionará o contrato de naming rights com o Atlético.

“Esses R$ 60 milhões serão válidos por um contrato de dez anos. Nesse período, o estádio será chamado de Arena MRV. Depois, ao fim desse contrato, tem a opção de extensão por mais cinco anos. Seriam mais R$ 30 milhões”, disse Menin.

Mas o que fez o Atlético aceitar a proposta de R$ 60 milhões para vender os naming rights à MRV? Vale ressaltar que, para dar nome ao estádio do Palmeiras por 20 anos, a Allianz pagou ao Alviverde R$ 300 milhões.

Menin explica como foi feita a oferta ao Atlético, o período que o clube teve para pensar e tentar melhores propostas e evitou comparações com o Palmeiras.

“Fizemos uma oferta ao Atlético e demos seis meses para o Atlético conseguir algo melhor. Como não apareceu nenhuma oferta melhor do que a nossa, o clube resolveu aceitar. O valor recebido pelo Palmeiras são em vertentes diferentes, têm seguros, entre outras coisas. Nossa proposta foi por ter os naming rights durante os dez anos”, completou.

Outras arenas

No exterior, a venda dos naming rights é ação corriqueira e lucrativa para clubes de futebol, beisebol, futebol americano e basquete. No Brasil, entretanto, a prática não “pegou”. Os nomes oficiais de apenas três estádios nacionais estão ligados a empresas a partir desse tipo de negociação.

O primeiro clube a conseguir isso foi o Atlético-PR. Entre 2005 e 2008, a empresa japonesa Kyocera Mita América pagou 2 milhões de dólares (R$ 5,2 milhões na cotação da época) por ano para emprestar o nome à Arena da Baixada. O acordo foi rompido pela diretoria atleticana, que esperava conseguir valores melhores em função da visibilidade proporcionada pela Copa do Mundo de 2014. Um novo negócio, entretanto, nunca foi concretizado.

Em 2013, o Palmeiras firmou o melhor dos contratos nesses termos do Brasil. A empresa de seguros Allianz pagará, em 20 anos, R$ 300 milhões para dar nome ao reformado Palestra Itália. Anualmente, as cifras chegam a R$ 15 milhões. A maior parte desse valor é embolsada pela WTorre, construtora da arena. A porcentagem destinada ao clube - atualmente de 5% - cresce a cada cinco anos.

A Copa do Mundo foi positiva nesse sentido para as administrações da Arena Pernambuco e da Arena Fonte Nova. A cervejaria Itaipava deu o nome às duas arenas também em 2013. Os acordos de R$ 100 milhões por dez anos (R$ 10 milhões anuais), no entanto, não deram muito certo. Em Pernambuco, os pagamentos atrasaram. Na Bahia, o contrato foi renegociado - e os valores, consequentemente, foram reduzidos drasticamente.

Outro caso de destaque no Brasil é o da Arena Corinthians. Palco da abertura da Copa de 2014, o estádio ainda não teve os naming rights adquiridos. O valor estimado pelo ex-presidente Andrés Sanchez era de R$ 400 milhões por 20 anos. Nenhuma empresa aceitou pagar a quantia.



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