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Micale reclama de pênalti e fala de erros do Atlético: 'Não adianta uma posse estéril'

Time teve mais a bola contra o Avaí, mas ficou no empate por 1 a 1 no Sul

postado em 17/09/2017 14:08 / atualizado em 17/09/2017 14:18

Bruno Cantini/Atlético
O Atlético teve 66% de posse de bola, trocou 547 passes certos - mais que o dobro do Avaí - e finalizou 17 vezes contra o gol defendido por Douglas. Todas essas estatísticas foram citadas pelo técnico Rogério Micale para defender o rendimento do Atlético no empate por 1 a 1 neste domingo, pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro. O treinador disse que o time alvinegro dominou a partida, mas reconheceu que faltou concretizar as chances em gol.

“É um manual de domínio, mas precisamos ser mais incisivos no terço final para que a gente faça os gols. Isso vai se tornar muito bom quando o treinador achar característica no elenco para que o último terço seja incisivo para traduzir a posse em gol, porque não adianta uma posse estéril”, analisou o treinador ao comentar o momento vivido pelo futebol brasileiro, em que ter a bola não significa necessariamente vencer os jogos.

O Avaí, inclusive, tem se especializado no “futebol reativo”. Com menos investimentos financeiros que os rivais da Série A, o técnico Claudinei Oliveira aposta na marcação forte e nas saídas em contra-ataque. Diante do Atlético, a estratégia funcionou no primeiro tempo, quando Simião abriu o placar.

“Claro que o Avaí tem a característica de esperar o adversário, tem uma transição muito forte. Nós tivemos um amplo domínio da partida. O sentimento era de que em algum momento nós faríamos um gol, pelo domínio. Era ter tranquilidade, virar o momento psicológico, pois tomar gol no final sempre abala. Voltar seguro e, no mínimo o que aconteceu, o empate”, continuou Rogério Micale.

Pênalti?

No final da entrevista coletiva em Florianópolis, o treinador citou um lance polêmico do segundo tempo da partida. Quando a partida ainda estava 1 a 0 para o Avaí, Elias invadiu a área rival e caiu após disputa de bola com Leandro Silva. O árbitro André Luiz de Freita Castro (CBF-GO) não assinalou pênalti e deu cartão amarelo ao volante por reclamação. Minutos depois, o jogador foi expulso por uma falta em Capa.

“Ali no momento do pênalti, achei que o jogo de corpo foi mais forte que o do Elias. Considero que aquilo foi um pênalti”, disse.

Os jogadores do Avaí também pediram pênalti em lance no primeiro tempo. Depois de falta cobrada na barreira, Capa tentou o drible e caiu após dividida com Marcos Rocha. O árbitro mandou seguir.

Leia outros trechos da entrevista coletiva de Rogério Micale

Análise do jogo

Não dá para comemorar o empate, pelas circunstâncias do jogo, pelos números do jogo que nos mostram: 66% de posse de bola, 17 finalizações, 547 passes certos. É um manual de domínio, mas precisamos ser mais incisivos no terço final para que a gente faça os gols. A equipe produziu muito. Seria muito injusto sairmos do jogo com a derrota. O sentimento é que poderíamos ter algo melhor aqui hoje.

Sem mudanças no intervalo

Começamos o segundo tempo com a mesma proposta de jogo de domínio no campo adversário, assim como no primeiro. Claro que o Avaí tem a característica de esperar o adversário, tem uma transição muito forte. Nós tivemos um amplo domínio da partida. O sentimento era de que em algum momento nós faríamos um gol, pelo domínio. Era ter tranquilidade, virar o momento psicológico, pois tomar gol no final sempre abala. Voltar seguro e, no mínimo o que aconteceu, o empate.
Times brasileiros com menos posse de bola 

É o momento do futebol brasileiro. Em função dos resultados, você tem o domínio, está criando um padrão de jogar. E esse domínio tem que ser traduzido em gols para que o resultado permaneça. Quando você não consegue traduzir isso em resultado, é interrompido com a dispensa do treinador. Isso vai se tornar muito bom quando o treinador achar característica no elenco para que o último terço seja incisivo para traduzir a posse em gol, porque não adianta uma posse estéril. Em função do imediatismo que estamos vivendo, o futebol hoje é tratado como reativo: espera para contra-atacar e trabalhar com uma bola. Acho que num futuro muito próximo isso vai trazer prejuízo para o nosso futebol. Mas é a nossa cultura em relação a ter que ganhar todo final de semana, porque senão você já balança. Mas eu procuro trabalhar na linha que eu tenho convicção, acho que é uma característica do Atlético Mineiro e nós vamos continuar trabalhando para que a gente traduza esse domínio em gols.

Lance do gol do Avaí

Nós temos uma proposta de jogo, uma pressão no setor onde a bola está. Teoricamente, você balança a sua equipe para ter superioridade numérica naquele setor. Do lado contrário, muitas vezes está desprotegido. O importante é não sair muito a bola daquela pressão. Quando sai, gera desconforto. Foram felizes. Tivemos um escorregão no momento de tirar. Faz parte do jogo, e conseguiram o gol. Mas a equipe se portou muito bem. A primeira bola e a segunda foram nossas. O Avaí naquele momento só teve aquela oportunidade. A gente não pode fazer isso virar uma regra. Minha equipe se portou muito bem, jogadores se dedicaram. Estamos começando a mudar essa página. Estamos há um período sem perder, tivemos dois empates que não foram bons, mas tivemos domínio das partidas nos dois jogos. Contra o Vitória nós temos que ganhar para entrar na zona que almejamos no campeonato.

Rendimento de Fred

Fred é muito inteligente, tem uma boa técnica, está se doando, buscar da fase, se cobra muito por isso. Cresceu. Fez uma boa partida não só no setor dele, mas contribuindo com a equipe. A entrada do Robinho deu mobilidade. Nós temos um grupo. Precisamos desse grupo e é com ele que vamos sair da situação e buscar os objetivos.

Rendimento de Cazares

Isso nós vamos conversar internamente. Eu quero um pouco mais do Cazares. O que estou falando aqui eu falo para ele. É um jogador que a gente tem muita expectativa, um grande talento nosso. Precisa refletir isso dentro de campo. Assim que nós vamos trabalhar internamente, falando mais, cobrando mais. Um jogador da qualidade dele precisa um pouquinho mais e é isso que nós vamos tentar tirar.

Rendimento de Adilson

É um jogador muito interessante, porque além de ter qualidade como atleta, tem também uma visão tática da equipe, um equilíbrio na hora que a equipe está atacando para você não sofrer muito contra-ataque. Então é um jogador que, naquela posição, tem um domínio muito grande. Assim como o Elias cresceu de produção. Ali no momento do pênalti, achei que o jogo de corpo foi mais forte que o do Elias. Considero que aquilo foi um pênalti. O Elias está fazendo esse “homem-surpresa”, chegando à área. Então o time está crescendo, ganhando equilíbrio. Cada vez que jogarem juntos vamos melhorar isso. Mas precisamos traduzir em gol. O que vai determinar nosso crescimento é concretizar as chances que estamos criando.

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