Cruzeiro
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UM MOMENTO NA HISTÓRIA

Assunto de 40 anos

postado em 23/10/2014 10:00 / atualizado em 23/10/2014 08:49

Eugênio Moreira /Estado de Minas

Arquivo / EM DA PRESS
Inaugurado em 1950 para a Copa do Mundo no Brasil, o Independência perdeu importância a partir de 1965, com o Mineirão. Mas em 1973 houve uma primeira iniciativa para a recuperação do estádio do Horto, que ainda pertencia ao Sete de Setembro. “No Independência, uma boa opção para jogos menores”, destacava o Estado de Minas, na edição de 7 de outubro daquele ano.

O texto anunciava que os três grandes clubes de Belo Horizonte, o proprietário do local e a Federação Mineira de Futebol reivindicariam ao prefeito Oswaldo Pierucetti a reforma da arena, que passaria a ser opção para jogos de menor público, deficitários na Pampulha. A medida também seria útil para o Sete, que tentava voltar à elite do estado, reforçado por jogadores de América, Atlético e Cruzeiro – o que, de fato, conseguiu em 1974.

As altas taxas cobradas pela Administração de Estádios de Minas Gerais (Ademg) nas partidas no Mineirão eram um problema para os clubes, como mostrou reportagem do EM em 9 de outubro de 1973, “Ninguém aguenta as taxas da Ademg”. “Até que ponto os clubes vão suportar a cobrança de descontos cada vez maiores nos borderôs de seus jogos?”, questionava o texto. Como exemplo, em América 1 x 1 Guarani, no sábado anterior, da renda de Cr$ 40.319, restou para o Coelho Cr$ 1.375. No domingo, o Atlético bateu o Remo por 3 a 0 e levou Cr$ 16.274 da arrecadação de Cr$ 69.825.

“Os clubes pagam tudo. Até o Imposto de Renda dos juízes, dos bandeirinhas e dos porteiros. Pagam as bolas, o táxi que leva o juiz, a passagem aérea do juiz, as diárias dele. Pagam os porteiros, bilheteiros, zeladores etc. Pagam imposto estadual e municipal. Pagam aluguel do estádio, mas, mesmo alugando-o, não têm direito a nada, a não ser jogar bola em seu gramado, pois a Ademg cobra deles todas as despesas que normalmente seriam pagas por ela”, criticava o jornal.

SÓ 12 ANOS DEPOIS Um anteprojeto para a reforma já havia sido elaborado pelo arquiteto Francisco Abel Magalhães Ferreira, com previsão de custo de Cr$ 300 mil. Ex-diretor da Ademg, ele previa a construção de quatro vestiários para clubes e um para os árbitros, um departamento médico, quatro fossos para imprensa de campo, reformas de banheiros, bares e portões, adaptação da secretaria do estádio para servir de ambulatório para o público, além de nivelamento do gramado e limpeza geral. Não estavam previstas a construção de cabines e tribuna de imprensa e melhoria na iluminação.

A ideia, porém, não foi à frente, e somente em 1985 o Independência passaria por ampla reforma, que lhe permitiu voltar a ser usado pelos grandes clubes de BH. Em 2010, o estádio foi inteiramente reconstruído, transformando-se na moderna arena que, desde 2012, abriga os jogos de América e Atlético.

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