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CAMPEONATO MINEIRO

Metade dos jogos do Mineiro dá prejuízo; só um clube é 'mais rico' que a Federação

FMF 'abocanha' 10% da renda bruta de cada partida do Estadual; veja ranking

postado em 10/03/2017 17:38 / atualizado em 10/03/2017 18:00

Montagem/EM
Tidos como a “salvação financeira” dos clubes do interior, os jogos do Campeonato Mineiro não têm sido necessariamente vantajosos para os mandantes - pelo menos até aqui. Das 36 partidas disputadas nas seis primeiras rodadas, metade deu prejuízo.

Por outro lado, quem se dá bem é a Federação Mineira de Futebol (FMF). A organizadora do torneio, que também precisa arcar com despesas do certame, tem direito a 10% da renda bruta de cada jogo. No total, o valor corresponde a R$ 314.588,20. Até aqui, metade das partidas do campeonato foi disputada.

As cifras da FMF são superiores às arrecadadas por 11 dos 12 clubes que disputam o Campeonato Mineiro - inclusive os três principais times do torneio: América, Atlético e Cruzeiro (veja os números detalhados na tabela no fim da matéria). Apenas o Democrata, de Governador Valadares, faturou mais.

Se consideradas as receitas líquidas de todos os jogos, quatro clubes têm prejuízo: Caldense, Tricordiano, Villa Nova e América.

A exceção

Reprodução/Facebook

Apenas o Democrata arrecadou mais que a Federação Mineira. O valor surpreendente de R$ 338.391,42 se deve ao duelo contra o Atlético, pela quinta rodada da competição.

Na ocasião, o clube do interior arrecadou pouco mais de R$ 280 mil. O valor apenas deste jogo é superior, por exemplo, que as receitas líquidas dos outros 11 times no campeonato todo.

Os cofres do Democrata, entretanto, não receberam a quantia integral. Isso porque parte dos ingressos que constam no borderô foi repassada gratuitamente a famílias de jogadores e autoridades da cidade.

“Não tem como não dar [ingressos], ainda mais em jogos contra grandes”, diz Osório Júnior, diretor financeiro do clube.

Mesmo com a receita recorde, o Democrata não pagou todas as despesas da partida. Quase R$ 52 mil não foram repassados pelo clube à Federação.

“Nós escolhemos não pagar tudo para a Federação. É melhor dever para a FMF, com quem podemos negociar, do que para jogadores e outros profissionais, que nos acionam judicialmente. Vida de clube do interior é complicada, tem dívida de 1974, 1980”, justifica o diretor.

O valor arrecadado na derrota por 3 a 2 para o Atlético é impressionante. As cifras arcam com quase dois meses da folha salarial de atletas e comissão técnica, que atualmente é de R$ 180 mil.

*O levantamento feito pelo Superesportes se baseia em borderôs oficiais das partidas, divulgados pela Federação Mineira de Futebol.

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