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DA ARQUIBANCADA

Confiança

"Não estamos nas listas de maiores ou menores dribladores. Sabe o que significa? Não tenho a menor ideia, mas, apenas como referência, parece que driblar hoje em dia não é boa coisa..."

postado em 19/08/2014 14:00 / atualizado em 19/08/2014 08:28

Henrique Portugal /Estado de Minas

MARCOS MICHELIN / EM DA PRESS
Neste fim de semana, ficamos quase 24 horas em segundo lugar no Campeonato Brasileiro. Durante esse tempo, aposto que muitos torcedores, principalmente do Internacional e do nosso rival regional, ficaram torcendo por um tropeço no domingo contra o Santos. Não vou negar que rolou um pequeno frio na barriga em pensar que depois de tantas rodadas iríamos perder a liderança.

Além dos torcedores, a maioria das pessoas ligadas ao futebol já está com o pensamento pronto de que se o Cruzeiro disparar na tabela não será interessante. Mas o que temos a ver com isso? A única coisa que atrapalha uma liderança tão evidente é que todos os outros times acabam entrando contra nós de forma defensiva, com medo do nosso maravilhoso e eficiente toque de bola, que acaba sendo a origem dessa máquina de gols.

Por falar em eficiência, ao ler a coluna do meu ídolo Tostão, fiquei feliz de vê-lo comentar que o futebol brasileiro descobriu o óbvio: os nossos jogadores, em sua maioria, são pouco eficientes nos passes. Eu detesto quando nossos zagueiros ou laterais levantam a cabeça e fazem lançamentos de longa distância, que acabam quase sempre nos pés do adversário. Não sou partidário do burocrático excesso de toque de bola, mas arriscar um passe e dar chance a um contra-ataque é sempre pior.

Essa vitória de 3 a 0 sobre o Santos mostrou a confiança dos jogadores, que poderiam entrar nervosos em campo pela perda temporária da liderança. Gostei do toque refinado do Júlio Baptista ao tirar o último marcador antes de mandar a bola para as redes no terceiro gol. A maioria dos jogadores teria levado a bola para a esquerda da área, mas ficaria com menores chances de gol. Isso mostra mais uma vez a força do nosso elenco, que sempre resolve nos momentos certos.

Estava analisando as estatísticas do nosso time. Egídio é muito acionado durante os jogos. Por mais que em alguns momentos me deixe nervoso, é óbvio que quanto mais se toca na bola mais chances de errar também. Ele é líder em desarmes certos, mas também o é em desarmes errados. É líder em passes certos e vice em passes errados. Será que não é mostra de certo desequilíbrio nas laterais?

Não estamos nas listas de maiores ou menores dribladores. Sabe o que significa? Não tenho a menor ideia, mas, apenas como referência, parece que driblar hoje em dia não é boa coisa: os líderes nesse quesito são Palmeiras e Bahia.

São apenas detalhes numa tentativa de encontrar um erro dentro de um time que está acima da média. Com estatísticas ou não, somos o time a ser batido, somos a luz no fim do túnel deste futebol brasileiro que ainda não conseguiu descobrir a placa do carro holandês ou alemão que o atropelou. Espero agora que uma provável convocação de alguns jogadores nossos não venha a nos atrapalhar na busca do tetracampeonato.

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