Pra quem insiste no antigo discurso de que a nossa torcida não enche estádio precisa rever seus conceitos. Já temos a terceira média de público no Campeonato. Se estivéssemos disputando o título, teríamos que montar telões do lado de fora do Mineirão para atender tantos torcedores.
Não adianta pensar de outra maneira, time grande precisa de estádio grande. Conheço um certo time que só pensa nos mais endinheirados e, aos poucos, se afasta do seu torcedor mais apaixonado. Quem segura e apoia o time em qualquer momento é a massa. Torcedor que só conhece o time pela televisão acaba criando outras paixões. A ideia de que o futuro do futebol serão os estádios menores com ingresso caro, deixando a grande massa vendo os jogos pela TV, é história pra galo dormir. Não acredito nesta opção para o futebol brasileiro. Este conceito é para país com população pequena e limitações físicas.
No Brasil, lugar de torcedor é no estádio. Fazendo uma conta simples, o Cruzeiro tem mais torcedores que a população de Portugal. Temos mais é que criar condições para que o torcedor consiga chegar ao estádio com tranquilidade, assista ao jogo e volte de forma organizada e rápida. Ver um jogo em casa, ou num bar com os amigos, é ótimo e os times ganham muito com os pacotes de transmissão. Mas, bom mesmo, é o Mineirão cheio empurrando o time.
Está dando gosto ver a criançada entendendo que vestir o manto azul não é apenas escolher um time, mas um jeito de viver. As fotos do nosso estádio totalmente azul foi emocionante. Esse ano, perdemos mais de seis meses com decisões erradas. O Mano e contratações pontuais melhoraram muito o time. Mas a presença constante do torcedor foi muito importante na recuperação. A paixão é cega e não existe futebol sem ela. Já estou até pensando em ser campeão do segundo turno. Sonhar demais pode ser perigoso, mas prefiro correr esse risco, afinal de contas, sonhar pequeno ou grande não faz diferença. Nos deram a chance de melhorar, agora aguenta.