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Bomba do Jaeci

No time atual do Cruzeiro, ficar fora de um jogo pode significar perder a vaga de titular. Moreno prefere não arriscar. Só ficou fora do jogo de ontem por força de contrato

postado em 22/08/2014 14:00 / atualizado em 22/08/2014 08:45

Jaeci Carvalho /Estado de Minas

AFP / Vanderlei Almeida

Sem brecha para a concorrência

Ao contrário de seus colegas Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart, o atacante Marcelo Moreno , agora capitão e jogador mais experiente da Seleção Boliviana, preferiu abrir mão dos amistosos que a Bolívia fará nos Estados Unidos para continuar como titular do ataque celeste, onde a concorrência é grande. Ele ligou para o treinador da Bolívia, Luís Vizcarra, e explicou que neste momento é mais importante ficar por aqui, mas disse que se sente honrado em ser o homem de confiança de uma equipe que poderá chegar ao Mundial, já que tem jogadores jovens e talentosos. O técnico boliviano entendeu, e o seu colega, do Cruzeiro, Marcelo Oliveira, agradeceu. Uma decisão sensata de um dos artilheiros da equipe, que nem de longe quer abrir brecha para a concorrência.

ORDEM VEIO DE CIMA
O técnico da Seleção Brasileira, Dunga, pensou em convocar o goleiro Júlio César, aquele que levou dez gols em dois jogos, sete da Alemanha, e três da Holanda, para fazer com que ele desse a volta por cima. Dunga se espelha nele próprio quando vê um jogador execrado. Porém, a ordem de não o chamar partiu de cima, da presidência da CBF. Nem mesmo o coordenador, Gilmar Rinaldi, ex-goleiro, teve carta branca para ponderar. Não, não e não, disse o presidente eleito, Marco Polo del Nero. Sobre a volta de dez fracassados do último Mundial, a determinação da direção, segundo uma fonte, foi a seguinte: “Convoque, mas seja duro na primeira reunião com eles. Queremos jogadores compromissados com o bom futebol. Não precisa cantar o hino com ênfase, e sim jogar futebol de primeira linha”. Recado dado a David Luiz, que, se jogasse bola como canta o hino nacional, seria o maior zagueiro do mundo.

REFLEXO DOS 7 a 1
O técnico Luiz Felipe Scolari não “morreu”, como ele mesmo disse, depois daqueles 7 a 1 que sofreu para a Alemanha. Porém, deu um prejuízo financeiro inestimável ao nosso futebol, além do prejuízo técnico. É que o número de jogadores negociados com o exterior nunca foi tão baixo neste período. Para que vocês tenham uma ideia, o Cruzeiro, atual campeão brasileiro e líder do Campeonato há 34 rodadas, desde o ano passado, que tem o melhor grupo do Brasil, não vendeu um jogador sequer. Nem proposta houve, segundo o diretor de futebol Alexandre Matos. “Nem a troca de e-mails, mensagens ou telefone aconteceu. O Cruzeiro é comprador, e não vendedor, mas se chegar uma proposta por qualquer atleta, de acordo com o valor que estipularmos, venderemos na hora, pois sabemos repor como poucos. Porém, até agora, não houve nada, e claro que aqueles 7 a 1 nos deixaram por baixo.” Pelo jeito, o estrago deixado por Felipão é bem maior do que o imaginado. Matos diz que o Cruzeiro está com as contas todas em dia, prêmio pela conquista do Brasileirão passado pago, mas que, como a maioria dos clubes do país, vive apertado, na conta do chá.

A BASE TEM VÁRIOS PAIS
O ex-assessor jurídico da base do Cruzeiro, Igor Pires, ligou para este colunista para mostrar que o “pai” das últimas revelações do Cruzeiro é Dimas Fonseca. Segundo ele, os atacantes Alyson, Vinícius Araújo e Élber, o goleiro Gabriel, que hoje está no Milan, o lateral Maike, o zagueiro Wallace, vendido recentemente, o volante Lucas Silva, o armador, Douglas Coutinho, hoje no Atlético-PR, e Daniel, que está no Botafogo, foram todos formados sob a gestão de Dimas. Se é assim, está feito o registro e damos a “Dimas o que é de Dimas”. Uma coisa, porém, é fato. Na gestão Gilvan de Pinho Tavares, quem toca a base são os competentes Raul Plassmann e Bruno Vicentim, que também fazem um trabalho com muitos garotos que estão prontinhos para subir. São nomes como Dimas Fonseca, Raul e Vicentim que fazem do Cruzeiro um dos melhores clubes captadores de talentos atualmente.

DINHEIRO DE ‘CONTRATAÇÕES’ VAI PARA OS JOGADORES
O técnico Vanderlei Luxemburgo, em reunião com os jogadores do Flamengo, disse que não pediria reforços de nível, pois preferia premiá-los com um bom dinheiro a investir em contratações.
“Olhei no olho de cada um e disse: ‘temos um time limitado, mas é com esse time que vamos fugir do rebaixamento. Abri mão de contratar jogadores por confiar em vocês, e, como prêmio, o dinheiro que seria investido em reforços será dividido entre o grupo’. Acordo fechado, os jogadores atuais, que admitiram a limitação, ganharam quatro jogos em cinco disputados, o que dá uma média de campeão. Como recompensa, o Flamengo se afastou da zona de rebaixamento e, segundo Luxemburgo afirmou a este colunista, vai buscar mais três pontos diante do Criciúma, em Santa Catarina. Como? “Jogando fechadinho, como estamos fazendo, admitindo nossa carência e limitação.” Esse é o segredo do Flamengo de hoje.

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