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COLUNA DO JAECI

China Azul no céu

Pode ser o ano de mais uma Tríplice Coroa

postado em 23/08/2014 14:00

Jaeci Carvalho /Estado de Minas

Rodrigo ClementeEM/D.A Press


O Cruzeiro tem cinco pontos de vantagem sobre o segundo colocado, com 36 pontos em 16 jogos. Faltando três rodadas para o fim do turno, pode alcançar a incrível marca de 45 pontos, o que seria histórico. Aí, ficaria a 30 pontos, ou até menos, para ser tetracampeão brasileiro. Isto significa dizer que com 10 vitórias no returno levantaria novamente a taça. E ninguém tem dúvidas de que o Cruzeiro vencerá no mínimo 10 jogos. Isso chama-se competência, transparência e um grupo muito bem estruturado, definido e com um belíssimo trabalho da comissão técnica, embora, para alguns, o time jogue até sem a necessidade de treinador, tamanha sua qualidade. Discordo. Marcelo Oliveira é um dos poucos técnicos no medíocre futebol brasileiro que privilegiam o gol, a arte, o drible. Por isso o Cruzeiro faz tantos gols e mostra tanta qualidade e talento. Ele só precisa provar competência nos jogos mata-mata para ganhar nota 10. E terá sua chance, já que o Cruzeiro pega duas galinhas mortas nas oitavas e quartas de final da Copa do Brasil e deverá chegar às semifinais com tranquilidade.

Pode ser o ano de mais uma Tríplice Coroa e Marcelo Oliveira terá a chance de se redimir dos fracassos na Copa do Brasil e Libertadores, quando não conseguiu fazer seu time jogar com a competência que tem nos pontos corridos. Vejam o que é o destino: o presidente Gilvan bancou Marcelo contra toda a China Azul (foto), que o identificava como atleticano, por ter jogado lá e ter dirigido a base alvinegra. E justamente Marcelo, depois de Luxemburgo, é o técnico que mais alegrias tem dado ao torcedor. O futebol é assim. Três dos maiores jogadores do Galo – Luisinho, Cerezo e Éder – ganharam títulos importantes, em fim de carreira, atuando pelo maior rival. Por isso o futebol é gostoso. Voltando à possibilidade de Tríplice Coroa, bastará ao Cruzeiro ganhar a Copa do Brasil, pois o Brasileirão, não tenho dúvidas, será também do time azul. E, sendo campeão brasileiro, voltando à Libertadores, se ganhá-la em sequência, seria uma quádrupla coroa?

O Cruzeiro não jogou tão bem contra o Grêmio, quinta-feira, dizem alguns torcedores. Discordo também. Jogou bem, sim, mas enfrentou um esquema “boca de bode”, fechadinho, sem espaços para evoluir. E por ser um time totalmente ofensivo, acabou sofrendo contra-ataques e, se não fosse o ‘São’ Fábio, a derrota poderia ter acontecido. Sorte de Felipão, que saiu daqui com apenas 1 a 0 no lombo. Todos esperavam outros 7 a 1. Calma, gente! Sei que o Cruzeiro é comparado, guardando-se as devidas proporções, ao futebol alemão, mas esse tipo de goleada não acontece todo dia. Eu torci para que fosse de sete, novamente, para Felipão ir para o inferno. Foi isso que ele desejou a nós, jornalistas, quando disse que “se perdesse ou ganhasse com o Brasil, era problema dele”. Pobre Felipão. Alguns jogadores que atuaram com ele no Cruzeiro em 2000-2001 me disseram que ele não sabe dar um treino tático sequer. Por isso, fracassou por onde passou na Europa. Lá, a tática é fundamental para a manutenção do emprego. Ah, deixa esse velho ranzinza pra lá, vamos voltar a falar do Cruzeiro.

Nem sempre o melhor é o campeão numa competição mata-mata. Porém, nos pontos corridos não tem erro. A regularidade determina para que clube a taça vai. E olha que o Cruzeiro mantém essa regularidade desde a temporada passada, quando ficou na ponta do campeonato a competição quase toda. Já são 35 rodadas na liderança, somando o ano passado e este. Isso é muita competência. E, curiosamente, pela primeira vez em décadas, um time campeão não negociou um jogador sequer. O jovem Alexandre Mattos disse a este colunista que não houve sequer um telefonema ou um fax à procura de algum jogador. Como o Cruzeiro dessa nova diretoria é comprador e não vendedor, que ótimo para os torcedores. Além de não vender, ainda contratou mais jogadores de nível. O Cruzeiro tem time para três ou quatro anos, e se mantiver essa qualidade e transparência, vai faturar tudo o que vier pela frente. Em pouco tempo, Gilvan de Pinho Tavares poderá se transformar no maior presidente da história do clube pela importância dos títulos que vai conquistar. Se o Cruzeiro ficou 32 anos na fila, à espera do Brasileirão, conquistado pela primeira vez em 2003 – vale lembrar que a CBF reconheceu a Taça Brasil de 1966 também como Brasileiro –, agora pode conquistar a taça pela quarta vez, em apenas dois anos. Gilvan entraria para a história como bicampeão consecutivamente. Como costumo dizer: transparência, competência, qualidade do time e trabalho coeso de toda a diretoria resulta nisso. Títulos e mais títulos. Sorria, China Azul. Você está no céu.

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