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COLUNA DO JAECI

Na dúvida, pró réu

O Coelhão vai usar todas as armas e um departamento jurídico competente para virar esse jogo

postado em 17/09/2014 14:00

Jaeci Carvalho /Estado de Minas

Sou leigo em direito, mas não sou burro e sei interpretar um artigo. O que estão fazendo com o América é uma covardia sem fim. Tirar 21 pontos de um clube que se planejou, se programou e se reforçou para voltar à elite do futebol brasileiro é desumano. A própria regra da Fifa diz que um jogador pode atuar por dois clubes na mesma temporada em competições nacionais e foi isso que Eduardo fez ao jogar por Portuguesa e América. No São Bernardo, ele disputou a Copa do Brasil. Copa não é campeonato. O STJD pune o América (foto), mas diz que vai investigar a CBF. Então, não é o Coelhão quem está errado. Vi algumas pessoas dizendo que é preciso punir e mandar embora do clube quem errou. Penso diferente: não acho que houve erro e, sim, a interpretação dúbia de um item do regulamento. A CBF diz uma coisa e, nesse caso, o clube deve ser punido, mas a Fifa diz exatamente o contrário. Sendo ela a entidade maior do futebol, não caberá ao América alternativa que não seja recorrer à dona Fifa. E com todas as chances de ganhar. Pelo menos é o que me garante Paulo Lasmar, um dos mais conceituados juristas: “O América não perde essa causa. Estamos amparados pela lei da Fifa, num dispositivo de dupla interpretação”.

Sabemos que os tribunais agem estritamente baseados em fatos, no que diz o regulamento. Porém, passou da hora de termos decisões baseadas no que se vê. A Portuguesa, por exemplo, está na Série B por ter colocado um jogador de forma irregular no último jogo do Brasileiro passado, quando já não havia risco de cair. O jogador não foi importante, não marcou gol. Porém, o tribunal foi severo, rebaixando a Lusa e privilegiando o Fluminense, que caiu em 1999 mas não disputou a Série B, assim como na queda do ano passado. Isso, sim, é uma vergonha, um absurdo. É por essas e outras que o nosso futebol está na lama, sem credibilidade, sem perspectiva. Houvesse coerência, os auditores poderiam interpretar o que determina a Fifa.

Mancini, Obina e Tchô, lutaram na bola, no campo, para dar uma pontuação digna ao América, que possa fazê-lo subir. Aí, vem um tribunal, arranca-lhe 21 pontos e praticamente o rebaixa para a Série C. O América é um clube sério, bem gerido, que luta com dificuldade para se manter. Acho que o tribunal usa um peso e duas medidas. Recentemente, o jogador Petros pegou suspensão dura por agredir um árbitro. Mas o Corinthians recorreu e ele já está atuando. Que tribunal é esse??? Mas como o América é considerado pequeno, a marreta vem na cabeça. Enganam-se os que pensam assim. O Coelhão vai usar todas as armas e um departamento jurídico competente para virar esse jogo. Não vamos admitir que tirem dele o sonho de subir por causa de um regulamento dúbio. Como disse, sou leigo em direito, mas desde pequeno ouço uma frase que nunca esqueci: “Na dúvida, pró réu”.

Jogão

Hoje tem show no Mineirão. O Cruzeiro joga contra o Atlético-PR tentando aumentar a vantagem para o segundo colocado, São Paulo, que vai a Curitiba pegar o Coxa. Vejo muita gente desesperada porque o time azul perdeu para o tricolor paulista no domingo. Que bobagem. O Cruzeiro ainda está na ponta, com vantagem significativa e, pelo futebol que pratica, vai ser campeão brasileiro novamente. Ele está a nove vitórias do título e, curiosamente, vai jogar nove vezes em casa neste returno. Não sou de apostar, mas se o fizesse, poria minhas fichas todas na Máquina Mortífera Azul. Porém, lembro: o jogo de hoje será dificílimo, e o Cruzeiro não vai ganhar todas as partidas. Tropeços fazem parte do planejamento e há jogos, como o de domingo, em que a derrota é provável e possível. Mas o São Paulo não é isso tudo o que dizem. Sou mais Cruzeiro – aqui, na Lua ou em Marte.

Galo

Figurante no Brasileirão, o Atlético sofre com um grupo limitado e jogadores no departamento médico. Lamento, assim como milhões de atleticanos, que o técnico Levir Culpi tenha sido a causa da saída de R10. No México, defendendo o Querétaro, Ronaldinho já colocou o time mexicano na vitrine mundial, como fez com o Galo nos pouco mais de dois anos em que atuou aqui. É uma pena que os dirigentes brasileiros deem tanta autonomia aos treinadores. Vale lembrar que eles são empregados do clube, como os jogadores. E o Galo ficou sem referência, sem força e sem qualidade para brigar pelo título.

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