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COLUNA DO JAECI

Dunga fecha ano com seis vitórias. E daí?

Num momento em que Éverton Ribeiro brilha há dois anos no Brasil, Oscar é titular da Seleção!

postado em 20/11/2014 12:00 / atualizado em 20/11/2014 08:50

Jaeci Carvalho /Estado de Minas

GUSTAVO MORENO / CB DA PRESS
Viena –
Fim de linha para a Seleção Brasileira no pior ano de sua história. Na nova Era Dunga, foram seis jogos e seis vitórias, uma delas contra a Argentina. Nada vai apagar aqueles 7 a 1, em que a Alemanha teve piedade de nós, na Copa do Mundo. Vejo o torcedor distante, desinteressado, e não poderia ser diferente. Na terça-feira, terminamos o ano futebolístico, digamos assim, para o time canarinho. Ganhamos de Colômbia, Equador, Argentina, Japão, Turquia e Áustria. Para os torcedores, exceto dos argentinos, não ganhamos de ninguém. Vocês conhecem a minha opinião sobre esses fracassados da Copa. Eu chamaria apenas Neymar e ninguém mais. Como já escrevi, ele é talentoso, bom garoto e muito bem orientado por seu pai, que cuida dele bem de perto. E já causa preocupação nos adversários como nosso principal jogador. Eu não chamaria Oscar, Willian, David Luiz (foto), Thiago Silva e mais um monte de jogadores que atuam com o nome. Na hora do vamos ver, pipocaram diante do Chile, foram mal contra a Colômbia e levaram aquela lavada da Alemanha. Eu não confio neles e prefiro apostar em outro grupo.

Porém, o técnico chama-se Dunga, e ele acha por bem não queimar essa turma. Já passou por isso em 1990 e deu a volta por cima com alguns fracassados da Copa da Itália. Mas aquele time tinha Romário e Bebeto, dois craques de bola. Já no de Dunga há jogadores que não me impressionam na Seleção. Nem nos clubes eles têm essa bola toda. Oscar, por exemplo, alterna banco no Chelsea em um jogo ou noutro. Willian, do mesmo modo. E são esses caras que são titulares e principais criadores no time de Dunga. Para mim, é demais. Num momento em que Éverton Ribeiro brilha há dois anos no Brasil, Oscar é titular da Seleção! Isso me intriga. É um jogador sem qualidade, sem vibração, sem criatividade. David Luiz foi mandado embora do Chelsea, sem que Mourinho fizesse o menor esforço para mantê-lo. Se fosse um zagueiraço, com certeza o português não o deixaria sair por nada.

Estou preocupado mesmo é com as Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa de 2018, na Rússia. Serão as mais difíceis dos últimos tempos, e temo que não consigamos uma das quatro vagas e que disputemos a repescagem. É só o que falta ao nosso futebol. E não é difícil isso acontecer, pois Colômbia, Argentina, Chile, Uruguai e Equador são carne de pescoço na casa deles. E ainda há a Bolívia, na altitude de La Paz, o Equador, que também complica, e até a Venezuela, cujo futebol evoluiu. Como não confio nessa turma ora convocada, fico reticente. Alguns me chamarão de pessimista, como chamaram durante a Copa, quando eu alertava para a fragilidade do time brasileiro. Vocês viram no que deu. Confesso que ainda me doem aqueles 7 a 1, e que sonho com eles. Nunca imaginei que o Brasil seria humilhado em sua casa com um placar tão absurdo – e numa Copa do Mundo. E Felipão está aí, treinando o Grêmio, sentindo-se o maioral. Se fosse num país sério, não treinaria nem o Bambala, nem o Arimateia. Teria encerrado seu ciclo. Mas no Brasil, do futebol quebrado e mentiroso, tudo pode. O cara monta o pior time do Brasil num Mundial, leva de 10 em dois jogos e sai por cima! É de espantar mesmo. Por isso, nossos times estão quebrados.

Terminamos o nosso pior ano com a Seleção em baixa, desacreditada, nos causando indiferença. E olha que indiferença é a pior coisa. Quando você ama ou tem raiva, são sentimentos que mostram seu interesse por algo. Mas quando há indiferença, aí a coisa está feia mesmo. É esse o sentimento do brasileiro com relação à Seleção, e não serão seis amistosos que farão o torcedor mudar de ideia. Acho mesmo que só se o time encorpar e chegar bem a 2018 voltaremos a nos aproximar do time canarinho. E, é claro, dependendo de Neymar, nosso principal jogador. Espero que até lá ele seja um craque completo, que ganhe o prêmio de melhor do mundo e a Liga dos Campeões da Europa. Com ele nesse estágio, vou acreditar um pouco mais.

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