Cruzeiro
None

COLUNA DO JAECI

Cruzeiro papa mais uma taça: tetracampeão brasileiro

postado em 24/11/2014 08:36 / atualizado em 24/11/2014 08:41

Jaeci Carvalho /Estado de Minas

ALEXANDRE GUZANSHE / EM DA PRESS
“Existe um grande clube na cidade”, diz o hino cruzeirense. Porém, esse refrão poderia mudar para “existe um grande clube no Brasil”, e ele chama-se Cruzeiro. Tetracampeão brasileiro, bicampeão de forma consecutiva, na chuva, no sol, de noite ou à noite. Para este grupo e este time não importa lugar, adversário ou qualquer outro obstáculo. Ele atropela, com futebol envolvente, ofensivo e de qualidade ímpar. Não existe um grande craque no time, mas sim um coletivo forte, com a técnica de Éverton Ribeiro, os gols de Moreno e Goulart, a força de Henrique, no meio, a qualidade de Lucas Silva, e a segurança do goleiro Fábio, disparado, o melhor do Brasil, injustiçado na Seleção Brasileira. Um grupo campeoníssimo, que foi montado desde o ano passado, foi reforçado e tornou-se ainda mais forte. No comando, Marcelo Oliveira, um técnico com pecha de atleticano, mas que provou ser profissional, acima de tudo. Um dos poucos treinadores a jogar para frente, em busca do gol, não se importando em manter o emprego. Ele entra para o seleto grupo dos técnicos bicampeões brasileiros, e de forma consecutiva.

O jogo contra o Goiás, disputado debaixo de chuva e num gramado horroroso, onde a drenagem não existe, mostrou as deficiências de quem administra o Mineirão. Uma vergonha, já que a chuva não foi torrencial. A bola não rolava como deveria, e parava nas poças de água, presentes em todas as partes do campo. Por isso, houve dificuldade maior por parte do time azul em garantir logo o resultado e o título. Porém, quem tem Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart tem também a certeza de gols. Goulart fez o primeiro, numa bela cabeçada. O Goiás empatou. No segundo tempo, foi a vez do baixinho Éverton Ribeiro cabecear, para fazer o gol do título, com duas rodadas de antecipação. Nada mais justo. Melhor jogador do campeonato passado, e com certeza deste também. Um cara humilde, que tive o prazer de conhecer, pessoalmente, na Seleção Brasileira. Um jogador diferente, que dribla, que toca, que chuta, que mata no peito, dá chapéu e faz um golaço, como aquele contra o Flamengo, de placa, e inesquecível, na Copa do Brasil passada. Não entendo como Dunga não lhe dá a camisa 10 da Seleção. Quem é Oscar perto dele?

O Mineirão recebeu uma belíssima torcida. Aqueles que aponto como sendo do bem. Que torcem pelo time, independentemente do que ele faz em campo. O torcedor anônimo, que sempre apoiou, que abraçou o time e fez da Toca 2 um verdadeiro Mineirão no sábado. Só para abraçar e agradecer ao grupo, que se tornaria campeão. O torcedor já sabia que era questão de tempo, e, mais uma vez, o Cruzeiro se apressa em garantir a taça, sem esperar o final da competição. Seus dois próximos jogos serão amistosos de luxo, e o técnico deve aproveitar os reservas, para dar-lhes mais chances de provar que poderão ficar no clube na próxima temporada. Como mesmo disse assim que assumiu, o presidente Gilvan tornou o Cruzeiro comprador e não vendedor. O resultado está aí. Não é fácil ganhar o Brasileirão. Duas vezes seguidas então, só mesmo para os competentes e bem formados grupos.

O técnico Marcelo Oliveira fez questão de dizer que pôs em campo o que tinha de melhor, e correu riscos de perder jogadores para o jogo de quarta-feira, contra o Galo, na decisão da Copa do Brasil. E acabou perdendo Mike, com um problema na coxa direita. Ele já não tem Ceará, que também se machucou. Dessa forma, terá de improvisar alguém por ali. Mas isso não é problema. Para quem tem um grupo tão grande e qualificado, Marcelo saberá encontrar o substituto ideal. Léo já atuou por ali. O técnico também reclamou do calendário brasileiro. Meu caro Marcelo, todo time que disputa os títulos passa por isso. Na Europa, os clubes campeões, como Bayern, Barcelona e Manchester, também jogam mais de 70 partidas, com campeonatos nacionais, Liga dos Campeões e copas internas. Isso é um privilégio dos grandes times. Todos estão cansados, pois são competições pesadas e longas, como o Brasileirão. Comemore com sua gente, pois o Cruzeiro mostrou força e competência.

Conversei com alguns cruzeirenses antes e depois da conquista. A maioria acredita que o Cruzeiro vai inverter o placar sobre o Atlético e comemorar a Tríplice Coroa pela segunda vez. O Galo tem a vantagem de dois gols e teve um dia a mais de descanso. Mas o Cruzeiro é superior, tecnicamente, e tem um grupo mais experiente e maduro. Os jogadores dizem que só vão pensar na decisão a partir de hoje, mas, na verdade, tão logo acabou o jogo de ontem já estavam pensando na consagração que será, em caso de título, também na quarta-feira. A China Azul promete apoiar e não fala em acreditar, bordão usado pelo rival, e sim em ter certeza de uma conquista.

A este escriba, torcedor do futebol mineiro, resta dizer da felicidade em ver os times de nosso estado ganhando tudo no futebol nacional e internacional. O último campeão da América no Brasil é o Galo. O último campeão brasileiro, o Cruzeiro, e duas vezes consecutivas. E na quarta-feira teremos, no Gigante da Pampulha, a decisão de mais um título nacional: a Copa do Brasil. Só falta mesmo Boa ou América subirem para a Série A, para que tenhamos um ano mágico em nosso futebol. Houve um tempo em que Rio e São Paulo dominavam o futebol brasileiro. Já faz tempo. Quem dá as cartas agora é o Cruzeiro, o “papa-0títulos”. Quatro Brasileirões, quatro Copas do Brasil, duas Libertadores, duas Supercopas, só para citar os mais importantes. E o presidente Gilvan deixou um cantinho pequeno, na galeria, para mais um troféu, o de pentacampeão da Copa do Brasil. Se depender dos jogadores e da torcida, o título irá novamente para o Barro Preto. É esperar para ver. Parabéns ao tetracampeão brasileiro, de fato e de direito. Como diz o hino: “Cruzeiro, Cruzeiro, querido, tão combatido, jamais vencido”. Comemore, torcedor do bem. O Cruzeiro é um dos orgulhos de Minas Gerais.

Tags: cruzeiroec