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COLUNA DO JAECI

Atlético decepciona. Cruzeiro arranca um ponto na altitude

A saída de Diego Tardelli parece ter desfeito o Atlético. É impressionante a queda de produção

postado em 26/02/2015 10:00 / atualizado em 26/02/2015 08:33

AFP e EM DA PRESS
O Atlético das derrotas para Colo Colo e Atlas mostrou-se um time perdido, sem alma, sem garra, sem qualidade. Uma equipe irreconhecível, que terá de buscar forças não se sabe onde para tentar uma das duas vagas. Dois jogos, nenhum gol, três contra, e um futebol abaixo de qualquer crítica. Além das ausências de Marcos Rocha e Lucas Pratto, que se machucaram num jogo inexpressivo contra o Democrata, pelo Campeonato Mineiro, o técnico Levir Culpi voltou a errar quando tirou Leandro Donizete da equipe. Era ele quem dava proteção, orientava a defesa tinha espírito de Libertadores. Levir já havia errado em Santiago, quando sacou um volante e não colocou outro em seu lugar. Não sei o que se passa em sua cabeça, mas ao recuar Dátolo, perde-o na armação das jogadas e não ganha um volante marcador. O momento é delicadíssimo, com poucas perspectivas de classificação. O próximo adversário, em 18 de março, é o Santa Fe, na Colômbia, dificílimo de ser batido. Resta saber se até lá o Galo vai conseguir se encontrar e recuperar aquele futebol de 2013 e da Copa do Brasil do ano passado.

Há jogadores no Atlético abaixo de qualquer crítica. A gente já sabia que Patric era péssimo. Ele voltou e tornou-se pior ainda. Atleta que mata a bola na canela é o que há de pior. Rafael Carioca é fraquíssimo na marcação e péssimo na armação. Já André não tem jeito mesmo. Se eu fosse ele, pediria o boné e iria embora. Luan (foto), que tantas vezes pedi como titular, parece mesmo ser aquele jogador de banco, que quando entra consegue alguma coisa. Começando o jogo, é tão ruim quanto os demais. A saída de Diego Tardelli parece ter desfeito o Atlético. É impressionante a queda de produção do ano passado para cá. E o preparo físico é dos piores, além do grande número de lesões, que precisam ser explicadas. Sinceramente, o Atlético tem de agradecer aos céus por não ter levado uma goleada. No segundo tempo, o Atlas perdeu três chances claríssimas de gol – numa delas, a bola explodiu no travessão. A defesa alvinegra jogava em linha e foi justamente esse erro que proporcionou ao Atlas a vitória. Sou otimista por natureza, mas pelas duas derrotas e pelo que vem pela frente, acho que a classificação ficou muito distante.

Estreia

O Cruzeiro estreou na Libertadores com empate por 0 a 0 em Sucre, muito mais pelos efeitos da altitude do que por sua própria incompetência. Foi um jogo morno, em que o time azul mostrou o desentrosamento das novas peças. Leandro Damião, que movimentou-se bem, perdeu dois gols incríveis, pois o Universitario não é o Boa, diante do qual ele encontrou facilidades para marcar. O Cruzeiro se ressentiu de um bom armador, embora De Arrascaeta tenha feito algumas boas jogadas – numa delas, driblando três jogadores adversários e quase marcando. O torcedor cruzeirense sentiu muita a falta de Éverton Ribeiro, que era realmente o cérebro do time. A equipe do Universitario mostrou-se organizada, porém, bastante fraca. Mas cresce pelo fator altitude. Não tenho dúvidas de que no Mineirão o Cruzeiro vai vencer, e bem.

O resultado não deixou de ser interessante, já que no outro jogo do grupo entre Huracán e Mineros houve empate por 2 a 2, mas se o Cruzeiro já tivesse se encontrado em sua nova formação, com certeza a história seria outra. A lamentar a ausência de Mayke, já que sem ele o time azul não consegue criar nada pela direita. Willian foi peça nula, ao passo que Joel, que entrou no fim do segundo tempo, fez besteira e acabou expulso por entrada violenta. O técnico Marcelo Oliveira reclamou, recentemente, que havia muitos atacantes e poucos jogadores de armação na Toca da Raposa 2. Porém, mesmo essa quantidade de atacantes não fez com que o time mineiro marcasse pelo menos um golzinho. O goleiro Fábio acabou se destacando, principalmente na fase final, com defesas importantes. Não entendi a substituição de De Arrascaeta, logo após ele fazer sua melhor jogada na partida. A não ser que tenha sentido os efeitos da altitude, não se justifica o fato de ter saído de forma prematura. Se ele criava pouco, sem ele o Cruzeiro não criou mais nada. Gostei muito de Marquinhos, para mim o melhor em campo, com velocidade, inteligência e uma disposição poucas vezes vista. O 0 a 0 acabou traduzindo o que foi a partida, e na terça-feira, diante de sua torcida, no Mineirão, o Cruzeiro terá a chance de abrir vantagem caso vença o Mineros, o que, provavelmente, deverá ocorrer.

Arbitragem

Gostei muito da atuação do árbitro do jogo do Cruzeiro. Deixou a bola correr, marcou pouquíssimas faltas e apitou ao estilo europeu, em que contato físico entre jogadores não significava falta. Com isso, o tempo de bola rolando foi bem maior do que o normal da Libertadores.

São Paulo

O tricolor paulista não tomou conhecimento do Danubio, do Uruguai, goleou por 4 a 0 e garantiu os três primeiros pontos, recuperando-se da derrota para o Corinthians. Libertadores é assim. Contra equipes de nível técnico inferior, tem mais é que golear e fazer bom saldo de gols, que pode ser decisivo nos grupos considerados da “morte”.

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