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COLUNA DO JAECI

Hora de Alisson e Judivan

E o Leandro Damião, tão ovacionado pelos quatro gols no Campeonato Mineiro? Não conseguiu fazer um gol sequer em equipes de qualidade duvidosa, como Universitario de Sucre e Huracán

postado em 05/03/2015 12:00 / atualizado em 05/03/2015 08:58

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Determinadas coisas no futebol não conseguimos explicar. Uma delas é a situação do cruzeirense Willian. Impressiona-me a preferência de Marcelo Oliveira pelo atacante, que joga mal o ano quase todo, faz duas ou três partidas boas e se mantém titular. Lembro-me de que, no imbróglio para sua contratação, o ex-diretor de futebol Alexandre Mattos foi contra, mas o jogador acabou contratado, por cerca de 3 milhões de euros, uma fortuna para alguém tão fraco e comum. Tenho observado as entradas de Alisson e Judivan na equipe. Eles dão outra movimentação, são talentosos. Criados no clube, com investimento bem baixo, ficam à sombra de quem custou tanto e ganha muito mais. Perguntem aos torcedores o que pensam sobre Willian! De cada 10, nove irão dizer que ele deveria ser reserva ou negociado.

Futebol é assim. Premia certos personagens de forma equivocada. Claro que para mantê-lo o técnico deve ver nele algum potencial que não conseguimos ver. Suas atuações, desde que chegou ao clube, salvo em um ou outro jogo, são de dar dó. Vejam bem: estou criticando o atleta, jamais o cidadão, que nem sequer conheço e nem faço questão de conhecer. Para mim, está mais que provado: tanto Judivan quanto Alisson devem ser titulares absolutos. Jovens de muito potencial e qualidade, que se tornarão grandes jogadores, mas precisam de espaço no time, sequência de jogos e que o treinador acredite neles.

Os técnicos no Brasil, na grande maioria, são despreparados, não conhecem o futebol dos países vizinhos e não se preocupam em dar o mínimo de fundamento básico aos jogadores. Pegam o apito, giram-no de um lado para o outro, param uma ou duas jogadas durante uma hora de treinamento, e a missão está cumprida. Não se preocupam em ver jogos do exterior ou pelo menos dos adversários que vão enfrentar.

Para mim, deu vergonha ver o Cruzeiro empatar com time tão medíocre quanto esse Huracán. E o Leandro Damião, tão ovacionado pelos quatro gols no Campeonato Mineiro? Não conseguiu fazer um gol sequer em equipes de qualidade duvidosa, como Universitario de Sucre e Huracán. É mesmo o fim. Garanto que ele não ganha menos do que R$ 500 mil mensais. Por essas e outras, os clubes brasileiros estão de pires na mão.

Sei do trabalho sério do presidente Gilvan de Pinho Tavares e de sua equipe. Um homem que segurou em duas temporadas um time campeão, sem vender ninguém. Neste ano, porém, não tinha como segurar e competir com petrodólares ou euros, numa concorrência desigual. Para repor, buscou no mercado o que havia para oferecer, e a gente sabe que a safra é péssima, das piores. Não há jogador de qualidade, e os poucos que existem estão empregados e não saem de sua equipes. Craque não há. Essa palavra foi aniquilada do dicionário do futebol há tempos. No máximo alguns poucos bons jogadores, com consciência e qualidade. Reafirmo que acho muito difícil o Cruzeiro não ser o primeiro de seu grupo na Libertadores, mesmo com time em formação e alguns jogadores rendendo abaixo do esperado, mas é neste momento que temos de ver o dedo do treinador, pois ganhar com time pronto e jogadores de qualidade é fácil. Quero ver é montar equipe de qualidade juntando peças que chegaram. Por enquanto, o Cruzeiro não empolgou. E não venham falar de atuação em Campeonato Estadual, que não é parâmetro. Tem equipes fraquíssimas, com diferença técnica abissal.

Sei que Gilvan é homem muito sério e correto e não se mete em escalação. Mas, fosse ele, sugeriria a Marcelo Judivan e Alisson como titulares. Com eles o time ganha velocidade e técnica, porque a turma que vem jogando está devendo e muito. Do jeito que está, se conseguir a vaga na próxima fase, não tenho dúvidas de que o time cairá nas oitavas de final se enfrentar adversário pouco mais organizado. Depois não digam que não avisei.

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