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COLUNA DO JAECI

Torcedor azul, valorize seus títulos

postado em 02/05/2015 12:00

A torcida do Cruzeiro está impaciente pela contratação de um camisa 10, que possa salvar a temporada. Xinga, protesta e ataca a diretoria, como se fosse ela a culpada pela falta de camisas 10 de nível no país. O Cruzeiro é bicampeão brasileiro, com belíssimo trabalho feito pelo presidente Gilvan de Pinho Tavares, além de Alexandre Mattos, Valdir Barbosa e Benecy Queiroz. De repente, por conta do mau momento, eles não servem mais. Calma, minha gente! Até dezembro, o campeão brasileiro chama-se Cruzeiro, e nada o impede de ganhar o tri, desde que o técnico monte um time decente com as peças que tem. O Cruzeiro perdeu seis titulares, sendo que dois eram fundamentais (Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro), e isso pesa. Mas novos jogadores foram contratados e têm qualidade. É neste momento que a gente percebe a competência ou não do treinador. Marcelo Oliveira teve o mérito de encaixar, rapidamente, o time campeão em 2013, que, aliás, foi mantido e reforçado pelo presidente. Com a valorização pelo bicampeonato, não havia mais como mantê-los, já que as propostas de salários feitas pelos contratantes estavam fora da realidade de qualquer clube brasileiro.

De repente, para parte da torcida ninguém na Toca sabe nada, ninguém entende de bola e os jogadores são ruins. Não vejo assim. Há muitos jogadores talentosos no grupo e cabe ao treinador, dos mais bem pagos do país, resolver o problema. O time hoje é um bando em campo. Não tem esquema tático, padrão e qualidade. Acho que Marcelo não está dando conta do recado. O time já havia mudado, do vinho para a água, desde o segundo turno do Brasileirão passado, mas o torcedor tem memória curta, pois com a conquista do bicampeonato tudo foi esquecido. Não é assim. Mesmo com todos os campeões, o Cruzeiro fez partidas ruins no returno e, se o São Paulo tivesse sido mais competente, teria levado o título. Além disso, a Raposa perdeu a Copa do Brasil para o Galo, seu maior rival, na primeira disputa nacional entre eles.

Não adianta exigir da diretoria a contratação de jogadores caros só por desespero. Isso nunca deu e não dará certo. Já vi clubes contratarem sem dinheiro, gastar fortunas e continuar com futebol medíocre. Robinho seria uma grande contratação, mas é preciso avaliar o custo. O Cruzeiro não está nadando em dinheiro e conseguiu equilibrar suas finanças com as últimas vendas. Não pode e não deve gastar muito, sob pena de inflacionar a folha. Lembram-se do Júlio Batista, que custava R$ 1 milhão mensais? Chegou num carro-forte e saiu num “fusquinha”, pela improdutividade. Em dois anos, faturou cerca de R$ 24 milhões e não deu o menor retorno.

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press


Gabriel Xavier (foto) e De Arrascaeta, bem trabalhados por um técnico que saiba lapidar as joias, darão grande resultado, mas não é do dia para a noite. Se o Cruzeiro não for campeão nesta temporada, não será o fim do mundo nem incompetência da diretoria. Manter-se no topo não é fácil, e a última equipe que conseguiu isso foi o São Paulo com o tri de 2006/2007/2008. O torcedor azul deve reconhecer suas conquistas, em vez de jogá-las no lixo. Ser bicampeão brasileiro consecutivamente não é fácil. Essa desculpa de que não tem um 10 não cola, pois quase nenhuma boa equipe do Brasil tem esse jogador. O negócio é arregaçar as mangas e trabalhar. Culpar a falta de um 10, como vem fazendo a comissão técnica, não é correto.

O Cruzeiro é o grande papa-títulos do estado, com quatro brasileiros, duas Libertadores e quatro Copas do Brasil, sem contar as competições menores, que este escriba não considera. Nem mesmo o Milan, o Barcelona e o Real Madrid, que têm os melhores jogadores do mundo, vivem eterna fase maravilhosa. Os times se desfazem e se refazem, os títulos vão e vêm, mas é preciso valorizar o que se conquistou e as pessoas que participaram das conquistas. Vale lembrar que o presidente não é remunerado, e sim um colaborador. Então as cobranças devem ter limite e respeito. Gilvan não é perfeito e comete erros, mas peca sempre por excesso, jamais por omissão. Deem crédito a ele e logo o Cruzeiro voltará aos melhores dias. Na pressão, porém, nada vai dar certo.


DROGAS E DOPING

Os “gladiadores do terceiro milênio”, como gosta de chamá-los Galvão Bueno quando narra o MMA, estão manchando o esporte, dentro e fora do octógono. O maior lutador da história do esporte, o brasileiro Anderson Silva, foi pego no antidoping e garante que não se dopou para ser favorecido na luta. Jon Jones, outro fenômeno do MMA, foi preso por ter atropelado uma pessoa, não prestar socorro e ainda ter sido flagrado com maconha em seu carro. É uma pena que esses homens, que deveriam servir de exemplo para os jovens, sigam o caminho errado. No caso de Silva, se houve realmente o doping para melhorar sua performance é vergonhoso. Se comprovado, todas as suas vitórias ficarão em xeque. Já Jones dá o péssimo exemplo do uso de droga. E não é a primeira vez que ele é pego com maconha. Vale lembrar que o MMA custou a pegar no Brasil, onde é considerado por muitos um esporte violento. Com esses problemas envolvendo dois mitos, a coisa pode piorar e voltar ao desinteresse total.

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