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COLUNA DO JAECI

Galo 43 vezes. Arbitragem suja a final

Quando pequenos jogam contra grandes, principalmente em decisões, os árbitros parecem ter medo de marcar o que veem e fingem não ver determinados lances

postado em 04/05/2015 12:00 / atualizado em 04/05/2015 08:25

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

Os deuses do futebol não estavam em Varginha. O ET não conseguiu interferir, mas Guilherme Dias Camilo sujou a arbitragem mineira ao não marcar impedimento no gol de Jô, que não balançava as redes havia um ano, que deu o título ao Atlético pela 43ª vez. Prevaleceram a camisa alvinegra, a tradição e a vontade dos jogadores, que se superaram. Mas a Caldense e seus torcedores não devem desanimar. Foi uma campanha brilhante, quase invicta, que culminaria num título histórico. Porém, Emerson Ferreira, a quem elogiei e dei nota 10 no clássico Galo x Raposa, esteve confuso, deixou de marcar um pênalti a favor da Veterana e outro a favor do Atlético. Não sei o que acontece com os árbitros mineiros. É como aquele aluno da Escolinha do Professor Raimundo, que estava indo tão bem, mas acaba tropeçando no final.

Infelizmente, essa é uma máxima que a gente vê há décadas em vários estados. Na hora em que os pequenos jogam contra os grandes, principalmente em decisões, os árbitros parecem ter medo de marcar o que veem e fingem não ver determinados lances. O Atlético, por sua grandeza, tradição e história, não precisa disso. Tem camisa, jogadores mais qualificados, dinheiro, estrutura e tudo o mais. Poderia ter sido campeão sem a ajuda da arbitragem. Imaginem como não estão os jogadores de Poços de Caldas, que tiveram a taça nas mãos, mas um erro grosseiro de um bandeira, que, aliás, peca pouco, decidiu o destino da taça. Curioso é que o torcedor diz não se importar com o Campeonato Estadual, mas, pelo foguetório na cidade, mostrou que a taça para ele vale – e muito.

Foi um campeonato marcado por brigas, reclamações contra a federação e seu presidente. Tudo isso, hoje, porém, é passado. A taça já está na sede de Lourdes, o Galo se prepara para enfrentar o Inter, pela Libertadores, e a vida segue. Não foi o erro de Guilherme Dias Camilo o primeiro e nem será o último. O futebol atual, com 30 câmeras no campo, mostra erros grosseiros, que decidem jogos e competições. Mas, como afirmei, a Caldense não tem do que se queixar. Fez uma campanha maravilhosa, acima da expectativa, que encheu de orgulho sua cidade. Resta saber se esses jogadores, vice-campeões mineiros, terão emprego nos próximos meses e se Léo Condé, o melhor técnico da competição, terá uma chance num grande time. Este moço já a merece. Fez um trabalho impecável e seu time jogou bola, de verdade.

Claro que enfrentar o Atlético numa finalíssima pesa. Ainda mais esse Galo de hoje, que chega para ganhar as taças. E como as coisas acontecem nesse Atlético. Na Libertadores, Guilherme, que em quatro anos jogou um, fez um gol decisivo contra o Newell’s Old Boys e salvou seu contrato. Ontem, foi a vez de Jô, que chorou, ao dizer que passou por muitos problemas, que seu filho estava internado, e que esse gol era para ele. E foi o gol do título para um atleta que esteve fora dos planos. Lembro-me de uma conversa que tive com o presidente Daniel Nepomuceno e ele me disse que não queria se desfazer do Jô, por entender que ele seria decisivo na Libertadores. Se ainda não foi na competição sul-americana, foi no Mineiro. Claro que Jô, daqui para a frente, terá mais chances e vai entrar no time na quarta-feira, nem que seja na fase final.

Já o atacante Carlos, definitivamente, não dá. Substituído por Thiago Ribeiro, que marcou um dos gols do título (foto), deverá ficar na reserva, e por muito tempo. É assim que querem presidente e torcida, e acredito que a teimosia de Levir tenha limite. O Atlético precisa avançar na Libertadores, fazer o resultado em casa na quarta-feira e chegar ao Beira Rio na semana que vem com a vantagem. É outra competição, outra história, outro nível. E o Galo, pelo que fez na primeira fase, precisa melhorar muito. Está mais encorpado, mas ainda necessita de mais qualidade. Porém, a noite foi de comemoração por mais essa conquista. Aqui em Minas, o Galo é o dono do pedaço, pois, com 43 títulos, é o maior ganhador da taça estadual.

R10, nunca. Lucas Lima, sim

Conversei com o presidente, Gilvan de Pinho Tavares no começo da noite de ontem. Ele me disse que jamais tocou o nome de R10 e que esse tipo de jogador não serve para o Cruzeiro. Tudo que foi falado na mídia, segundo ele, é mentira. Nem Assis, ofereceu o atleta ao clube nem o Cruzeiro fez qualquer menção de contratá-lo ou ofereceu salários de R$ 1,3 milhão. Já sobre Lucas Lima, disse que vai conversar hoje com o presidente do Santos e tentar fechar o acordo. O Santos tem apenas 10% do atleta. A cartada final, como eu disse na Bomba do Jaeci, sexta-feira, será dada hoje, a tempo de inscrever o jogador nesta fase da Copa Libertadores

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