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COLUNA DO JAECI

Mineirão todo azul para confirmar a vaga

Que Leandro Damião consiga fazer os gols que a torcida espera. Que De Arrascaeta esteja inspirado para furar a defesa portenha. Que Gabriel Xavier comece jogando

postado em 27/05/2015 12:00

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press

Vejo o Mineirão lotado, talvez com o maior público desde a reinauguração. Uma torcida fiel, que sabe muito bem o que é comemorar títulos, principalmente em cima de velho freguês, o River Plate, adversário desta noite. Volta e meia, mostro no Alterosa no ataque, aquele gol de Joãozinho na final de 1976, na primeira conquista da Libertadores. Nos minutos finais, Nelinho, o encarregado da cobrança de falta, pisou no pé de Piazza, que ameaçava rolar a bola para Palhinha na frente. De surpresa, o Bailarino deu toque certeiro, por cima da barreira, fulminando o goleiro. O técnico Zezé Moreira, disciplinador, chamou o herói de “moleque” e outras coisas. A bola era para o lateral-direito, um dos maiores batedores de falta do mundo, mas o ponta-esquerda fez o River provar do próprio veneno, porque havia cobrado uma falta rapidamente e empatado em 2 a 2, enquanto os celestes armavam a barreira. No 3 a 2, portanto, não havia como o árbitro voltar atrás. O time azul demorou 21 anos até reconquistar a taça, em 1997, com equipe mediana, sem nenhuma grande estrela.

É exatamente nisso que se apega o torcedor azul para manter vivo o sonho do tri. O time atual é instável, também não tem estrela e oscila de 0 a 100 de uma partida para a outra. Não há como prever nada. Em mata-matas, uma equipe pode ter grande noite e eliminar o adversário. Mas pode também entrar desligada, sofrer um revés e dar adeus à competição. Mesmo irregular, o Cruzeiro entra em campo com a vantagem do empate por ter vencido na Argentina, mas não deve usá-la até que o fim da partida se aproxime. É difícil entrar em campo para empatar e se dar bem. Detalhe, o River tem atuado melhor fora de casa. Vi muita gente dizer que sua defesa é fraca. Essas equipes, porém, se superam de forma surpreendente. Não tem nada ganho. O maior exemplo é a derrota para o Estudiantes na final de 2009, em pleno Mineirão, quando vencia por 1 a 0 jogando mal. O rival, comandado por Verón, virou para 2 a 1 e conquistou o tetra, diante dos incrédulos torcedores celestes.

O Cruzeiro teve atuação razoável contra o São Paulo nesta temporada e mais nada. Não concordo que tenha jogado bem em Buenos Aires, embora tenha vencido. O River desperdiçou umas cinco chances diante de Fábio, e a Raposa só ameaçou quando Gabriel Xavier entrou. Aliás, venho pedindo neste espaço que ele seja titular ao lado de De Arrascaeta. Somente assim consigo ver o time criando situações de gol. Não iludo o torcedor: esse Cruzeiro, embora a um passo da semifinal, não é confiável. Uma partida mediana no Morumbi não é referência. Ele tem de jogar o dobro para sonhar com a taça. Não creio que vá mudar da água para o vinho do dia para a noite, mas torço para que se classifique, mesmo sem atuar bem. A Libertadores já premiou LDU, Once Caldas e outros times fracos e pode muito bem premiar a equipe mineira, que a mim ainda não convenceu.

Mas o Cruzeiro é campeoníssimo, sabe decidir jogos, principalmente contra o River. Os argentinos sentirão o peso da China Azul, que sacode o estádio e leva o time a vitórias épicas. Que Leandro Damião consiga fazer os gols que a torcida espera. Que De Arrascaeta esteja inspirado para furar a defesa portenha. Que Gabriel Xavier comece jogando. É melhor definir a parada do que ficar atrás se defendendo e correndo riscos. Se Marcelo Oliveira é infeliz em torneios eliminatórios, tabus estão aí para ser quebrados. Torço por isso. Quando falamos ou escrevemos, usamos a razão. O torcedor usa a paixão. O time e o técnico vão do inferno ao céu com uma vitória ou do céu ao inferno com uma derrota. Que seja uma noite estrelada, que a torcida saia do Mineirão comemorando.

Luxemburgo
Demitido do Flamengo, o treinador, que para alguns não é mais o mesmo, mas para mim ainda é o “Pelé dos técnicos”, é pretendido por São Paulo e Palmeiras. Uma corrente no alviverde quer a volta dele no ano do centenário. O Campeonato Brasileiro não tem grandes jogadores, técnicos de qualidade e dirigentes profissionais. Três maus resultados significam demissão. O mesmo Luxa, exaltado quando salvou o rubro-negro da queda no ano passado, agora não serve mais. Os dirigentes do Fla são muito bons mesmo em gestão financeira.

Sentimentos
Ao técnico Marcelo Oliveira, pela morte da mãe. Que Deus a receba de braços abertos e ele encontre conforto na família e nos amigos.

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