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COLUNA DO JAECI

Resposta que não convence

Claro que, no futebol, num lance de perigo ou de gol, todos se levantam para ver melhor ou vibrar, mas que isso se restrinja a esses momentos

postado em 03/07/2015 12:00 / atualizado em 03/07/2015 08:07

BRUNO CANTINI / ATLÉTICO
Terça-feira, no Alterosa no Ataque, e quarta, aqui no EM, critiquei o hábito dos torcedores ficar de pé nos jogos no Mineirão, impedindo a visão de quem está atrás. Idosos e crianças são os mais prejudicados. Depois da vitória do Galo sobre o Joinville, domingo, recebi centenas de reclamações. Três dias depois, obtive do assessor de imprensa da Minas Arena, Rivelli Nunes, explicações para o fato e sobre a posição do consórcio a respeito. Reproduzo o que me foi enviado, com meu comentário para cada item. “O setor de segurança do Mineirão e a Polícia Militar trabalham intensamente, de forma integrada, para que esse problema seja minimizado ao máximo, atuando para que torcedores não assistam às partidas em pé, próximos ao guarda-corpo de vidro. Primeiramente, os torcedores são abordados pelos seguranças privados e, em caso de resistência, é acionada a Polícia Militar.”

Minha constatação é de que isso não ocorre. O número de seguranças privados foi bem abaixo do suficiente, e eles tiveram comportamento passivo. Não se sabe ao certo quantos policiais militares havia dentro do Mineirão. Torcedores que me enviaram e-mails dizem que não viram nenhum.

“Infelizmente, registramos que, após alguns minutos da saída dos policiais, os torcedores retornam à posição em que se encontravam.”

Em qualquer evento esportivo ou cultural do mundo, quando isso acontece, os maus torcedores são retirados da arena.

“Esse comportamento do torcedor faz com que ocorra ‘efeito cascata’. Se a primeira fileira se posiciona em pé, as demais tendem a se portar da mesma forma para conseguir assistir ao jogo. Não tenha dúvida de que a concessionária está enviando esforços junto à equipe de operação e aos órgãos de segurança para evitar esse tipo de acontecimento.”

Nós, dos Diários Associados, gostaríamos de saber qual o plano da Minas Arena para evitar que problemas como os de domingo voltem a ocorrer, cientes de que o Cruzeiro usa o estádio com frequência e o Atlético se dispõe a usá-lo mais vezes neste Brasileiro. O que temos visto em termos de segurança é frágil e não dá suporte aos torcedores que desejam assistir aos jogos.

“Somente na partida entre Atlético e Joinville, domingo passado, cerca de 700 seguranças privados atuaram em todo o complexo, visando garantir a segurança do torcedor.”

Continuamos achando que esses seguranças estão mal posicionados, pois deveriam ficar no entorno do anel, impedindo que torcedores fiquem de pé na frente de outros.

Outro ponto importante é o acúmulo de pessoas nas escadas de acesso às cadeiras do anel superior, também tomadas por torcedores. Além de atrapalhar a visão, essa aglomeração gera grande risco em caso de tumulto ou de uma emergência.

Fiquei feliz em receber imediata resposta do consórcio, mas achei-as vazias e sem apontar solução definitiva para o problema. Espero que os dirigentes da Minas Arena – com certeza, também torcedores que querem ver os jogos com visão clara e segurança – deem solução rápida, porque os jogos se sucedem. Claro que, no futebol, num lance de perigo ou de gol, todos se levantam para ver melhor ou vibrar, mas que isso se restrinja a esses momentos. Nossos idosos e crianças vão agradecer por poder assistir aos jogos sentados, como deve ser.

Que os formadores de opinião continuem colaborando com sugestões para que o torcedor, principal razão da existência do Gigante da Pampulha, encontre no estádio conforto, segurança e momentos de lazer e alegria nas partidas dos seus clubes. Mais do que opiniões, trata-se de um alerta para evitar uma catástrofe.

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