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COLUNA DO JAECI

Chegar à elite e manter-se nela

"Chegou a hora de o pessoal do "pijama" tirá-lo e apoiar o Coelhão em sua campanha na Série A. É o mínimo que se espera"

postado em 23/11/2015 12:00 / atualizado em 23/11/2015 08:13

RAMON LISBOA / EM DA PRESS
O Coelhão voltou à elite do nosso futebol. Uma belíssima campanha comandada pelo técnico Givanildo, especialista nesse tipo de situação. Com jogadores experientes, como Mancini, e jovens e talentosos, como Richarlison, o América fez campanha regular, mantendo-se forte em casa, com resultados importantes fora. O torcedor deu aquela força, principalmente nos momentos decisivos, e, para alegria de todos, teremos três times na Primeira Divisão em 2016. Resta saber se o América volta para ficar ou para cair no ano seguinte. Não é fácil fazer futebol com R$ 20 milhões, enquanto Corinthians e Flamengo vão fazer com R$ 300 milhões. É só mais uma incoerência do futebol brasileiro, que acompanha tudo de ruim que existe na sociedade. Enquanto não houver divisão em partes iguais das receitas de TV, o campeonato será decidido por meia dúzia de times, e olhe lá! Querem mesmo transformar o Brasileirão em Campeonato Espanhol, onde reinam Barcelona e Real Madrid e, eventualmente, o Atlético de Madrid.

Mas o América esteve muito firme, com um conselho gestor responsável, que tem, entre tantos ilustres, o advogado Paulo Lasmar, americano de quatro costados, sempre disposto a se doar pelo clube. Se no ano passado o tribunal tirou do Coelhão o acesso no campo, neste ano não houve nenhum erro com relação a registro de atletas e o acesso está confirmado. Esse modelo de gestão tem dado certo e sugiro até que seja copiado por mais equipes do país. Talvez o clube nas mãos de somente um dirigente não seja uma boa medida, pois tomar decisão com apenas uma cabeça pode acarretar muitos erros. No América, são oito pensantes, todos isentos e com qualidade. Por isso deu certo. E o que dizer desse garoto Richarlison? É realmente diferente. A ideia é mantê-lo no clube pelo menos para o começo do Brasileirão e vendê-lo, provavelmente por 20 milhões de euros (cerca de R$ 100 milhões). Será a maior venda da história do América, e sugiro que só o vendam para um clube do exterior. Talvez seja cedo para ele ir embora, mas o futebol é cíclico e é preciso aproveitar quando o cavalo passa e montar nele.

Sei que a diretoria vai precisar reforçar o time para manter-se na Série A. Aliás, é mais difícil se manter do que subir. Que o Coelho siga o exemplo da Chapecoense, que está viva há duas ou três temporadas na elite. E que o torcedor faça sua parte, pois será inadmissível ver o América jogar contra as grandes equipes com o Independência vazio. Chegou a hora de o pessoal do “pijama” tirá-lo e apoiar o Coelhão em sua campanha na Série A. É o mínimo que se espera. E que o técnico Givanildo tenha seu contrato renovado, com um bom acréscimo salarial, pois é um treinador veterano, mas com uma visão que poucos dos jovens têm na carreira. O Coelhão voltou à elite, mas não conseguiu ser campeão da Série B. Só faltou mesmo o título para que o América levasse nota 10.

Cruzeiro
Aqueles que se iludiram com possível vaga na Libertadores, podem aterrissar aqui na terra e sair do Planeta Marte. Um time irregular, que brigou boa parte da competição para não cair, não poderia mesmo aspirar a uma vaga na competição internacional. Mesmo com o tropeço da maioria das equipes que estavam à frente, era uma missão quase impossível, e eu avisei antes. Acreditar em mula sem cabeça e saci-pererê é mesmo para o torcedor. Nós, que vivemos noticiando e analisando, não podemos nos envolver nesse clima de euforia ou do mundo da fantasia. Muito trabalho pela frente o Cruzeiro terá para ajustar suas peças, contratar com qualidade e tornar a equipe campeã novamente na próxima temporada. Nisso o torcedor pode crer.

Levir
Conforme venho antecipando há tempos, Levir Culpi não vai ficar no Atlético. A ideia é trazer um técnico estrangeiro, mas, como os melhores estão empregados ou não querem, vai restar mesmo Muricy Ramalho, tricampeão com o São Paulo, que colocou o Atlético numa lista de times que gostaria de treinar. E não me venham com a desculpa de que, se Levir não ficar, é por conta da questão salarial. Na verdade, são os dirigentes que não querem mesmo o técnico por lá, principalmente depois de levar de quatro de vários times na competição e das invenções que criou na temporada.

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