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COLUNA DO JAECI

11 vezes Real e Zidane no seleto grupo

Depois que a TV aberta passou a mostrar a Liga dos Campeões, o torcedor brasileiro passou a enxergar a distância abissal entre o nosso futebol e o do Velho Mundo

postado em 30/05/2016 12:00 / atualizado em 30/05/2016 08:29

AFP / Filippo MONTEFORTE
Que espetáculo nos proporcionaram Real Madrid e Atlético de Madrid. Um jogão, com respeito, qualidade, público, gramado, estádio, torcida, tudo ímpar. Nos últimos 11 anos, tive a honra e o privilégio de cobrir a finalíssima da Liga dos Campeões in loco, mas, desta vez, não pude ir, pois amanhã embarco para Los Angeles para a cobertura da Copa América. Meu amigo Bruno Campos estava no San Siro, em Milão, e me mandou mensagem, dizendo que com duas torcidas rivais, e da mesma cidade, não viu uma briga sequer. Que coisa maravilhosa! Fosse aqui no Brasil, os policiais teriam que escoltar os bandidos travestidos de torcedores, as bombas explodiriam nos estádios e imediações e uma verdadeira praça de guerra seria montada. Aqui não se respeita a vida, o ser humano. Haja vista o que fizeram com uma pobre menina no Rio de Janeiro. Mais de 30 monstros a estupraram. Um horror! No futebol não é diferente. Os bandidos vão aos estádios para se digladiarem e acabar com a vida uns dos outros. Uns idiotas. Se bem que o que praticamos hoje é tudo, menos futebol. Esses jogos sofríveis, com técnicos enganadores e jogadores de médio para baixo, não podem ser chamados de futebol. Estádios vazios, público desinteressado, partidas com 80 faltas.

Depois que a TV aberta passou a mostrar a Liga dos Campeões, o torcedor brasileiro passou a enxergar a distância abissal entre o nosso futebol e o do Velho Mundo. Você olha para um banco e vê Zinedine Zidane , um dos maiores gênios do futebol, comandar o Real Madrid com maestria. Olha para o outro banco e vê Diego Simeone, que foi um excelente volante argentino, comandando e dando uma cara ao Atlético de Madrid. Aí olhamos para cá e vemos tantos enganadores, ganhando fortunas, que percebemos o quanto somos palhaços e bobos. Sofremos, xingamos, choramos por nosso time, dirigido, na maioria das vezes, por técnicos que não têm esquema de jogo, não sabem armar uma equipe, mas que ganham fortunas. Jogadores sem saber dominar uma bola. Outro dia, num jogo do Cruzeiro, o cara errou duas cobranças de lateral. Isso é o fim. Nossos atletas não treinam os fundamentos, pois não são exigidos pelos técnicos enganadores.

O fundo do poço é bem mais fundo do que imaginamos. Não temos futebol, técnicos, jogadores, os estádios estão vazios, o nível técnico do Brasileirão, a cada ano, vai caindo, e, assim, a juventude, que costumo dizer que não viu o verdadeiro futebol brasileiro, vai desistindo. Por sorte, existe a Liga dos Campeões, para que ela entenda o verdadeiro sentido do futebol, a qualidade, a magia. E não venham me dizer que nossos principais jogadores estão no Velho Mundo, pois, na hora da decisão, são os de lá que definem. Neymar, nosso principal atleta, é apenas coadjuvante de Messi, Iniesta e Suárez. Queiram ou não, é a mais pura realidade. O português Cristiano Ronaldo define, Messi também, mas nossos jogadores apenas compõem os times.

Sem vencer
O Atlético continua sem vencer sob o comando do novo treinador – empatou com o Vitória ontem (1 a 1, na Fonte Nova). Continuo com a minha tese de que o Galo não precisa de reforços, pois tem grupo e time fortes. Nessas horas, o técnico precisa se virar e achar soluções caseiras para os desfalques. É inadmissível o clube gastar o dinheiro que não tem para trazer jogadores. E cá pra nós, chega jogador, sai jogador e Patric continua titular. A torcida não entende, e eu também não.

Cruzeiro
O empate manteve Cruzeiro e América na zona de rebaixamento, sem muita perspectiva. O time azul sabe que precisa de quatro a cinco jogadores de nível, para tentar alguma coisa na temporada. O Coelho tem time de Segunda Divisão e, embora a diferença não seja tão grande, a Primeira exige algo mais. Curiosamente, gostei da Raposa na derrota por 4 a 1 para o Santa Cruz. O resultado não traduziu o que foi o jogo. No sábado, porém, foi um horror, abaixo de qualquer crítica. Acho que este ano a equipe celeste vai lutar para não cair. Se mantiver Paulo Bento, é trabalhar para que na próxima temporada forme um bom time e ganhe os títulos que o torcedor está acostumado.

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