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Gerente da Lusa rasga o verbo e ameaça entrar na Justiça em caso Ananias

Jogador está apalavrado com o Cruzeiro, mas Lusa quer negociação direta entre clubes

postado em 15/12/2012 13:32 / atualizado em 15/12/2012 14:49

Paulo filgueiras/Estado de Minas
A vinda do jogador Ananias para o Cruzeiro ganha um capítulo a cada semana. Depois de a diretoria celeste anunciar que o imbróglio entre Portuguesa e Bahia (clubes que negociaram os direitos do atacante em junho deste ano) estava perto do fim, o gerente de futebol da Lusa, Candinho, conversou com o Superesportes e declarou que não há problemas entre paulistas e baianos, mas que o caso se trata de uma manobra do empresário do atleta. Segundo o dirigente, se a Raposa cair na lábia do procurador terá problemas no futuro, pois o time do Canindé acionará a Justiça.

“Não tem pendência entre Portuguesa e Bahia. Eles estão do nosso lado. O procurador do jogador quer ludibriar a Portuguesa. Nós pagamos 600 mil pelo jogador em junho deste ano. A Portuguesa está oficialmente com 50% dos direitos do atleta e o restante não sei de quem é. O Cruzeiro tem que vir comprar da Portuguesa. Se ele cair na lábia do empresário, terá que brigar na Justiça”, disse à reportagem.


Histórico


O imbróglio de Ananias está à época de sua aquisição pela Lusa. Comprado durante o Brasileiro’2012, o velocista não foi registrado pela Portuguesa para evitar o pagamento de novas taxas de inscrição e a perda da condição de jogo. Portanto, seu contrato está registrado pelo Bahia, apesar de ele estar vinculado à Lusa até abril de 2013. Pela legislação brasileira, qualquer clube pode assinar um pré-contrato com algum jogador a partir de seis meses do vencimento de seu contrato, mas o time paulista não admite essa possibilidade, pois considera que será lesado com a situação.

“Nosso presidente já ligou para o presidente do Cruzeiro e falou para não cair na conversa do empresário. Se o Cruzeiro quiser tê-lo, bastar vir aqui e comprar a nossa parte. Depois, ele se entende com o empresário. Ele (Ananias) não vai sair de graça. Esperamos a oferta. Não queiram roubar o jogador da gente. Isso não vai acontecer”, afirma Candinho.

O dirigente até comentou sobre os valores requisitados pela Portuguesa e descartou a inclusão de outros jogadores na proposta. “Ele tem contrato até abril do ano que vem. Nós temos recibo e tudo. Se ele (Gilvan) quiser comprar, nós vendemos. É só fazer a oferta. Posso dizer que é algo em torno de R$ 1,5 milhão e R$2 milhões. Não aceitamos jogador no negócio. Falaram em Mateus, que já foi nosso e outro, mas isso não interessa”, frisou.

Por fim, Candinho revelou que se o Cruzeiro insistir em fechar com o jogador diretamente, o clube terá problemas no futuro, pois a Lusa acionará a Justiça e o atleta corre o risco de ficar afastado dos gramados.

"Se passarem por cima da gente, vamos discutir na Justiça. Isso vai dar uma briga de dois anos. Depois desse tempo , ele joga no Cruzeiro (com ironia). Se eles quiserem brigar ficará mais complicado. Pode esperar o contrato acabar, ele vai esperar até maio sem jogar e depois vamos entrar na Justiça”, finalizou.

O Cruzeiro foi procurado para comentar a situação e disse que só se pronunciará sobre o caso se contratar o atacante. O contrato de Ananias no BID da CBF está vinculado ao Bahia. O represente do jogador é Antônio Gustavo, o Guga.

Versão do empresário

Procurado pela reportagem, o agente do atleta deu sua versão sobre o caso e rebateu as acusações de Candinho. "Eu acho estranho que a Portuguesa fale alguma coisa agora. Eles tiveram oito meses para renovar o contrato dele, mas não fizeram. Com todo o respeito ao Candinho, mas ele está com a cabeça na época que ele foi treinador. Tem vários clubes interessados nele. A Portuguesa não fez a transferência do atleta. Eu só quero entender o por quê?", conta Guga, que explicou como nasceu o imbróglio.

"Ele foi emprestado pelo Bahia, mas tinha uma cláusula que para ele jogar a Copa do Brasil era necessário comprar 50%. E a Portuguesa pagou essa valor antes do início da competição, mas depois não mexeu no contrato. E se ele quebrasse a perna na última rodada do Brasileiro, por exemplo, o que a Portuguesa faria? Eu tenho proposta oficial do Catar, que eles nem quiseram ouvir. Era R$ 1,5 milhão pela parte da Portuguesa. Eu só quero entender o motivo de eles não terem resolvido o contrato antes", lamentou.