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CRUZEIRO

É bom olhar o retrovisor

Cruzeiro ainda tem gordura na ponta do Brasileiro, mas sabe que o São Paulo vem embalado e todo cuidado é pouco: quarta-feira, a parada é em casa, contra o Furacão

postado em 15/09/2014 11:00 / atualizado em 15/09/2014 08:52

Estado de Minas /

ESTADAO CONTEÚDO
A derrota por 2 a 0 para o São Paulo ontem à tarde, no Morumbi, pela 21ª rodada do Campeonato Brasileiro, serve de alerta para o Cruzeiro. Ele continua na liderança, ainda com boa vantagem (quatro pontos), mas sabe que outra equipe vem jogando bem e é a principal ameaça à conquista do tetracampeonato. O tricolor paulista voltou a mostrar futebol de qualidade e deixou claro que está à espera de novos tropeços celestes para assumir a ponta da competição.

Marcelo Oliveira, depois da partida, já chamou a atenção para a nova realidade no Brasileiro: “Quatro pontos é uma situação assim. Se tivéssemos abrindo quatro pontos hoje (ontem), estaríamos celebrando muito. Tenho falado que vai ser difícil até o fim. O Cruzeiro tem de se mobilizar muito, porque os concorrentes também vão ter dificuldades”. Sereno, o treinador considerou merecida a vitória são-paulina.

O resultado interrompeu invencibilidade de 19 jogos da equipe mineira na temporada – o último revés tinha sido por 1 a 0 para o Corinthians, em 28 de maio, no Canindé. Mais uma vez, o algoz cruzeirense foi o São Paulo, que tem ampla vantagem nos confrontos pelo Brasileiro. A vitória de ontem foi a 29ª em 54 jogos – são apenas 10 triunfos do Cruzeiro e 15 empates. Quarta-feira, a equipe de Marcelo Oliveira receberá o Atlético-PR, às 19h30, no Mineirão, sem o armador Ricardo Goulart, suspenso pelo terceiro cartão amarelo

PÊNALTI MUDA TUDO A partida começou igual. Os times tocavam bem a bola, buscando o gol, mas as defesas estavam firmes, e as primeiras chances surgiram em chutes de Éverton Ribeiro e Alisson para o Cruzeiro, Ganso e Pato para o São Paulo. Até nos erros havia equilíbrio: Ricardou Goulart desperdiçou chance de abrir o placar para a Raposa e Rafael Tolói, para os donos da casa.

As melhores oportunidades foram celestes. Aos 18min, Ricardo Goulart recebeu de Alisson e tentou encobrir Rogério Ceni. A bola passou perto. Aos 27min, em contra-ataque, novamente Goulart recebeu na área e finalizou. O goleiro desviou no ângulo. Mas quem abriu o placar foi o São Paulo. Depois de descuido da marcação cruzeirense, Dedé cometeu pênalti em Ganso e até poderia ter sido expulso, como ele próprio admitiu no intervalo: “O árbitro foi bom para mim”. Rogério Ceni bateu forte, no meio da meta, aos 35min, marcando seu 120º gol na carreira, o sétimo no Cruzeiro (um deles em Arthur) e o sétimo em Fábio (um contra o Vasco). O goleiro, no primeiro tempo, ainda evitou o segundo gol, em finalização de Kaká.

Para o segundo tempo, Marcelo preferiu trocar Dedé por Manoel. A partida recomeçou disputada, com chances para ambos os lados. Primeiro, Alan Kardec ganhou de Ceará, mas chutou para fora. Em seguida, Éverton Ribeiro dominou na área e obrigou Rogério Ceni a espalmar. Marcelo Moreno finalizou mal uma bola ajeitada por Goulart, e Édson Silva arriscou de longe, mas Fábio espalmou.

Aos 18min, Marcelo pôs Dagoberto no lugar de Lucas Silva, recuando Éverton Ribeiro. E o jogo passou a pender mais para o São Paulo. Aos 25min, em cobrança de escanteio da direita, Marcelo Moreno cabeceou para trás e a bola foi na cabeça de Alan Kardec. Fábio salvou, mas, no rebote, o atacante tricolor chutou forte, no alto do gol. Com 2 a 0, o tricolor passou a administrar a vantagem e tocar a bola com tranquilidade. Aos 31min, Kaká, cara a cara com Fábio, chutou para o goleiro espalmar. O Cruzeiro não conseguia reagir para pelo menos diminuir o placar. Aos 39min, Alisson dominou na meia-lua e chutou forte, para fora, com perigo.


FICHA TÉCNICA

São Paulo 2 x 0 Cruzeiro
São Paulo: Rogério Ceni; Auro, Rafael Tolói, Édson Silva e Álvaro Pereira; Denílson, Souza, Paulo Henrique Ganso e Kaká; Alexandre Pato (Michel Bastos 42 do 2º) e Alan Kardec
Técnico: Muricy Ramalho
Cruzeiro: Fábio; Mayke, Dedé (Manoel, intervalo), Leo e Ceará; Nílton, Lucas Silva (Dagoberto 18 do 2º), Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart (Júlio Baptista 29 do 2º); Marcelo Moreno e Alisson
Técnico: Marcelo Oliveira
Estádio: Morumbi
Gols: Rogério Ceni 35 do 1º; Alan Kardec 25 do 2º
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (RS)
Assistentes: Rafael da Silva Alves e José Antônio Franco Filho (RS)
Cartão amarelo: Dedé, Ricardo Goulart, Álvaro Pereira, Kaká e Alan Kardec
Presentes: 58.627
Renda: R$ 2.485.066



ATUAÇÕES


FÁBIO (Nota 7) SEGURO
Fez boas defesas, que impediram derrota por placar mais dilatado

MAYKE (Nota 5) INEFICIENTE
Chegou muito ao ataque, mas não acertou os cruzamentos. Atrás, foi tranquilo

DEDÉ (Nota 3) RUIM
O cartão com 7min de jogo prejudicou seu rendimento. Cometeu pênalti e poderia ter sido expulso. Substituído por MANOEL (Nota 5), que deu mais tranquilidade ao setor

LEO (Nota 5) REGULAR
Falhou no lance do primeiro gol, mas apareceu bem no restante da partida

CEARÁ (Nota 5) CUMPRIDOR
Sem se arriscar no apoio, desempenhou bem o papel na lateral esquerda

NÍLTON (Nota 4) PERDIDO
Envolvido pela criatividade adversária em alguns lances

LUCAS SILVA (Nota 7) EFICIENTE

Marcou bem e apareceu nas saídas de bola. Substituído por DAGOBERTO (Nota 4), que entrou desligado

ÉVERTON RIBEIRO (Nota 6) ISOLADO
Mesmo muito marcado, conseguiu carregar a bola até a área adversária. Mas os companheiros não souberam aproveitar seus passes

RICARDO GOULART (Nota 6) ESFORÇADO
Batalhou muito e teve duas boas chances de marcar no primeiro tempo. Substituído por JÚLIO BAPTISTA (Nota 4), que pouco participou do jogo

ALISSON (Nota 5) LIMITADO
Ajudou na marcação, mas não achou espaço para criar

MARCELO MORENO (Nota 3) ANULADO

Ficou isolado e não conseguiu finalizar com perigo

MARCELO OLIVEIRA (Nota 5)

Escalou o que tinha de melhor, tirou Dedé para evitar uma expulsão, mas a troca de Lucas Silva por Dagoberto não deu resultado

SÃO PAULO
Comprovou que é a maior ameaça ao título do Cruzeiro. O trio formado por PAULO HENRIQUE GANSO (Nota 6), KAKÁ (Nota 8) e PATO (Nota 7) tem muita qualidade, sem fragilizar defensivamente a equipe

ARBITRAGEM
LEANDRO PEDRO VUADEN (Nota 5)
não errou tecnicamente, mas poderia ter expulsado o zagueiro Dedé e demorou a dar cartão ao violento lateral Álvaro Pereira