Dedé admite altos e baixos, diz que não merece Seleção e fala sobre cobranças no Cruzeiro

O zagueiro Dedé concedeu entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, na Toca da Raposa II. Cobrado por parte da torcida e da imprensa, o defensor analisou seu momento no Cruzeiro e, com a franqueza habitual, disse que no momento não merece a convocação para a Seleção Brasileira, mas vê evolução no seu futebol com a camisa celeste. Confira abaixo os principais pontos abordados na entrevista.

Possíveis falhas no clássico

Eu não vi falha minha. Particularmente, quando eu falho, sou o primeiro a assumir, porque sou muito crítico comigo, mas não vi falha individual minha não. Num todo, falhamos coletivamente, mas minha não vi. Foi uma partida até boa minha, falando com toda segurança do mundo, saí feliz pelo que produzi, pelo que fiz. O que me chateou foi não ter saído com a vitória. Quem sabe analisar um jogo sabe do que estou falando.

Atual momento no Cruzeiro em relação a 2013

Em 2013, eu tive algumas falhas, todo mundo já sabe o que se passou na minha vida, o problema de saúde da minha irmã. A partir das falhas, quando consegui me recuperar psicologicamente, eu fui bem, tanto que fui considerado o melhor zagueiro do campeonato. Este ano, já falhei em alguns momentos, tive períodos difíceis com lesão, mas isso não é desculpa. A gente sempre tenta ajudar, mas a gente que tem uma visibilidade maior, uma experiência maior, causa uma grande expectativa no torcedor. Sei que tenho que melhorar bastante para suprir essas expectativas.

Seleção Brasileira

Não estou merecendo, ainda não estou no momento de falar que estou merecendo ser convocado. Estou me dedicando, quem está sendo convocado está merecendo. Não digo que não estou fazendo minha parte, mas estou em altos e baixos. Em jogos como este do Atlético muitos apontam falhas que eu vejo que são críticas destrutivas, isso eu tiro como incentivo para mim. É difícil a gente conquistar as pessoas. Vejo que muitos aí tentam me atingir com bobeira. Este jogo contra o Atlético, algum torcedor pode achar que houve falha, mas um especialista que sabe analisar e ver melhor vai saber que não falhei. Estou tranquilo e muito feliz por tudo que fiz fisicamente, em questão de velocidade, de técnica, acho que fui bem, pena que não conseguimos a vitória.

Por que existem os altos e baixos

Futebol é difícil você falar estando envolvido e jogando. Todos jogadores já tiveram altos e baixos na carreira. Aqui no Cruzeiro tive muitos momentos assim, mas graças a Deus tive mais momentos bons do que ruins. Ajudei a equipe a ser campeã do Estadual, foi meu primeiro título estadual. Os dois primeiros títulos que disputei no Cruzeiro nós ganhamos, o Brasileiro e o Mineiro deste ano, então acho que ajudei de alguma forma.

Expectativa da torcida em cima de Dedé

Sou muito crítico, sei do que posso, do que sou capaz, esperam muito de mim, e devem esperar mesmo, por tudo que aconteceu, o torcedor me esperou, me buscou no aeroporto, fizeram e fazem várias coisas por mim até hoje, me apoiam quando erro, então tem que esperar mesmo coisas boas. Acontecem as coisas, lesão, o negócio com a minha irmã, isso pode atrapalhar e nunca tinha acontecido no Vasco. Lá era diferente, eu estava surgindo, havia expectativa do que eu poderia produzir e surpreender, era mais novo. Aqui, o pessoal já espera, a cobrança é grande, qualquer detalhe, qualquer erro é uma explosão. Eu tento não errar. Quando a gente acerta bastante, de vez em quando excede confiança e isso também prejudica. São vários detalhes, se eu ficar citando um por um não saio daqui, vou falar muita coisa, são muitos detalhes que eu analiso em altos e baixos.

Por que o time tem tomado mais gols

É difícil, nem sempre o melhor ganha no futebol. Gols assim a gente tem que analisar. Focam muito no setor defensivo, mas esquecem que um time que faz muitos gols é naturalmente muito exposto. Ultimamente temos tomado muitos gols bobos sim, com falhas ou detalhes de jogo, aí a gente precisa correr atrás do resultado. Correndo atrás, o time fica mais exposto ainda, fica cansado também. É difícil analisar essa situação. Tomamos muitos gols, mas nosso esquema faz com que o time também faça muitos gols. Nosso time não tem medo de atacar, é nossa característica. Ninguém vai botar ninguém contra ninguém, o que estou falando é que nosso time é muito forte atacando e naturalmente é um time mais exposto. Tem jogo que a bola não entra lá no ataque, são detalhes do futebol que podem acontecer. Nosso time é muito compacto, quando precisa ficar um pouco mais espaçado, é difícil para o setor defensivo. Em um time que ataca muito, isso é natural.

Cobranças internas visando ao título

A gente conversa sim. A gente sabe que, graças a Deus, o São Paulo não ganhou, foi um bom resultado para a gente, mas temos que pensar bastante na gente mesmo. Se ganhássemos, abriríamos 10 pontos e seria muito difícil alguém nos alcançar. Não podemos achar que estamos em situação confortável, temos que buscar sempre abrir mais. Jogamos bem contra o Atlético, mas eles aproveitaram as chances. O que vale é o bom futebol que apresentamos, o título ainda é nosso objetivo, bola para frente. Temos que tirar lições para que os erros não aconteçam nos próximos jogos. Nosso time está bem, não podemos tomar tantos gols, vamos rever essas situações, e temos que continuar marcando muitos gols.