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Assim ninguém aguenta

Cruzeiro iguala hoje o número de partidas disputadas no ano passado. Maratona tem provocado mais desgaste e lesões musculares, além de comprometer o rendimento do time

postado em 19/10/2014 11:00

Paulo Galvão /Estado de Minas

Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press
Um jogo a cada 4,6 dias. A maratona não tem sido fácil para o Cruzeiro. O time fará hoje, contra o Vitória, no Barradão, a 63ª partida em 2014, igualando o número do ano passado. Porém, ainda entrará em campo ao menos mais 11 vezes até o fim da temporada, sendo nove pelo Campeonato Brasileiro e duas pela Copa do Brasil, mostrando que a equipe celeste vem enfrentando uma rotina extrema, o que ajuda a explicar, ainda que não justifique, a queda de rendimento em campo e as lesões musculares sofridas por alguns atletas.

Se chegar à final do torneio mata-mata, a Raposa terminará o ano com nada menos que 76 confrontos. Levando-se em conta que o primeiro duelo foi em 26 de janeiro e o último será em 7 de dezembro, atingirá a marca de um jogo a cada 4,15 dias.

O aumento no número de compromissos se deve, em grande parte, à disputa da Copa Libertadores. O time celeste foi eliminado nas quartas de final da competição depois de ter disputado 10 partidas – foram seis na primeira fase, duas nas oitavas de final e duas nas quartas.

A participação no torneio continental fez com que o Cruzeiro só entrasse na Copa do Brasil nas oitavas de final. Até agora, foram apenas quatro jogos, contra sete no ano passado, quando acabou alijado da disputa nas oitavas de final, diante do Flamengo. A quantidade de partidas, porém, poderá ser superada se a Raposa passar pelo Santos, chegando à final.

Além disso, houve aumento no número de amistosos – de três para cinco. Todos foram disputados durante a intertemporada nos EUA, aproveitando a pausa para a Copa do Mundo, enquanto que em 2013 um dos jogos que não valeu três pontos, contra o Mamoré, fez parte da pré-temporada. Durante a parada para a Copa das Confederações, no ano passado, a delegação também foi à terra do Tio Sam, mas só para dois amistosos.

A comissão técnica sabia do aumento da carga e traçou planejamento para encará-la. Porém, é praticamente impossível evitar o desgaste dos atletas. Jogadores como Ricardo Goulart, Borges, Dagoberto, Alisson e Egídio são alguns dos que tiveram lesões musculares.

Além da parte física, os lados técnico e tático ficam prejudicados. O técnico Marcelo Oliveira não consegue comandar uma atividade mais elaborada desde a segunda quinzena de agosto, e isso vem afetando negativamente o desempenho da equipe.

“Nós não temos treinado porque não há tempo. Fiz um treino de posicionamento de 10 minutos (jogo com o ABC-RN, quarta-feira, em Natal, pela Copa do Brasil), apenas para posicionar os jogadores, porque jogamos de forma diferente. Como os times brasileiros não treinam, pode acontecer qualquer resultado. Não é desculpa. É uma situação que é vivida pelos clubes que estão disputando a Copa do Brasil. Os times são mal treinados. Você faz mudança por contusão, mudança por convocação para a Seleção Brasileira, mas não consegue treinar. Agora, o jogo virou treino. Mas no jogo eu não paro para repetir, não paro para orientar. E isso é um problema sério”, diz o treinador.

SEM PAUSA A maratona só vai ser encerrada se o Cruzeiro for eliminado na Copa do Brasil. Como ninguém quer isso no clube, a equipe continuará atuando duas vezes por semana até quase o fim da temporada – apenas os dias anteriores à última rodada do Brasileiro seriam livres.

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