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CRUZEIRO

Passo a mais para o título

A poucos minutos do fim, Dedé marca gol do triunfo do Cruzeiro sobre o Vitória em Salvador e se redime de atuações anteriores. Resultado amplia a vantagem celeste

postado em 20/10/2014 10:00

Estado de Minas /

FELIPE OLIVEIRA/AGIF/ESTADÃO CONTEÚDO

O Cruzeiro se reabilitou. Depois de três derrotas consecutivas – dois jogos pelo Brasileiro e um pela Copa do Brasil –, o time celeste voltou a vencer, com um resultado apertado, sofrido: 1 a 0 sobre o Vitória, ontem, no Estádio Barradão, em Salvador. Quem garantiu o triunfo foi o jogador mais criticado por falhas nas últimas partidas, o zagueiro Dedé. De cabeça, ele mandou para as redes, quando a partida caminhava para o fim. O resultado ajuda a Raposa a ampliar a liderança (agora de sete pontos) para o segundo colocado.

O Cruzeiro entrou em campo numa situação delicada. Havia a pressão por causa dos tropeços nos últimos 12 dias. Além disso, a ameaça de que, com uma eventual derrota ou mesmo um empate, a diferença para o vice-líder caísse de seis para cinco ou quatro pontos.

A partida colocava em xeque a capacidade de reação da equipe, depois dos questionamentos duros, incluindo os do técnico Marcelo Oliveira, que deu um puxão de orelha nos seus comandados, dizendo que havia um relaxamento inaceitável, após a derrota, de virada, para o ABC (3 a 2), na quarta-feira.

Tudo parecia conspirar contra o time. Mas, de novo, a maturidade do treinador prevaleceu. Marcelo anunciou o time com Dedé. Deu força ao jogador, o que seria revelado depois do jogo. “O Dedé havia pecado nos jogos anteriores. Ele é muito ansioso. Procurei conversar com ele. Disse para diminuir a ansiedade. Que não se preocupasse sempre em sair jogando. Que o fizesse só quando estivesse com espaço.”

Além disso, o técnico, que reclama da falta de tempo para dar treinos adequadamente, trocou tudo por uma boa conversa com os jogadores, o que parece ter dado certo. “É preciso treinar mais, mas no Brasil é difícil e as competições vão acontecendo, e a gente tem de se adaptar. Felizmente, deu certo.”

E o reflexo da conversa pôde ser visto em campo. O Cruzeiro procurou cadenciar o jogo e, assim, conseguiu sufocar o adversário, mantido em seu campo de defesa durante quase todo o primeiro tempo. Prova disso é que o rival baiano só entrou na área celeste três vezes na etapa inicial.

Mas ainda havia um problema: o time criava e não conseguia concluir. Faltavam finalizações, sobretudo de fora da área. O fim do primeiro tempo e o intervalo parecem ter vindo a calhar, pois Marcelo Oliveira pôde ajeitar a equipe para a etapa final.

O Cruzeiro voltou mais organizado. O meio-campo fechava mais o setor, dificultando as ações do adversário. Egídio, outro jogador que era muito criticado, desempenhava um bom papel na marcação e ainda conseguia ir ao ataque.

Mas era pelo lado direito do ataque que o Cruzeiro era mais forte. É por onde nasciam as melhores jogadas. Quando o confronto ganhava tons dramáticos, um cruzamento de Mayke encontrou a cabeça de Dedé no meio da área, aos 39min: gol. Era o que faltava para mostrar que o time segue firme em busca do bicampeonato.

Dali em diante, o time de Marcelo Oliveira tratou de tocar a bola, de prendê-la no ataque, como que querendo evitar uma surpresa desagradável. Deu certo, e o Cruzeiro, finalmente, voltou a vencer e, melhor do que isso, conseguiu ampliar em um ponto a diferença em relação ao segundo colocado, o São Paulo.

Dedé era pura sensação de alívio: “Foi sofrido, mas conseguimos vencer com muita vontade, determinação”. E lembrou o sofrimento dos últimos dias. “Eu acabei errando. Até gol contra, o que nunca tinha acontecido, eu fiz. Mas tenho de agradecer as palavras de incentivo que recebi do grupo, do Marcelo, de dirigentes. Eu, realmente, me enchi de coragem. Quanto ao gol, foi feito pelo grupo. É o gol da união. O nosso treinador nos passou confiança antes do jogo. Ele é diferente. Fez voltar a confiança em todos nós.”

Marcelo Oliveira disse ter ficado muito satisfeito não só com o gol de Dedé, mas com a produção da equipe. “Melhoramos no campeonato. Enfrentamos sérios problemas nos jogos anteriores. Jogam diferente contra a gente. Estamos sendo mais marcados. E a consequência disso é que estamos encontrando dificuldades em criar. Os adversários estão fechados. A desatenção nos fez levar gols. Mas conseguimos dar a volta por cima.”

Uma hora antes

Com a adoção do horário de verão, a partida foi disputada 60 minutos antes em Salvador, já que os estados do Nordeste não aderem à mudança de fuso. Assim, o jogo, que estava marcado para as 18h30, foi antecipado, excepcionalmente, começando às 17h30 locais. A CBF deve se pronunciar nesta semana sobre a situação. Sem a mudança, os confrontos em capitais nordestinas seriam realizados às 19h30 (horário de Brasília).

Vitória 0 x 1 Cruzeiro

Vitória
Wilson, Nino Paraíba, Roger Carvalho, Kadu e Juan (Mansur, intervalo); Luiz Gustavo (William Henrique 27 do 2º), Luís Aguiar (Marcos Júnior, intervalo), Richarlyson e Marcinho; Edno e Dinei
Técnico: Ney Franco

Cruzeiro
Fábio, Mayke, Dedé, Manoel e Egídio; Lucas Silva (William Farias 33 do 2º). Henrique, Marquinhos e Éverton Ribeiro (Eurico 44 do 2º); Alisson (William 24 do 2º) e Marcelo Moreno
Técnico: Marcelo Oliveira

Estádio: Barradão
Gol: Dedé 39 do 2º
Árbitro: Raphael Claus (SP)
Assistentes: Hermann Brumel Vani e Emerson de Carvalho (SP)
Cartão amarelo: Manoel, Lucas Silva, Luís Aguiar, Marcinho e Nino Paraíba
Pagantes: 18.366
Renda: R$ 176.436

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