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CRUZEIRO

O inimigo invisível

Maratona de partidas se transforma num adversário adicional para o Cruzeiro, cada vez mais perto do título. Goleiro Fábio é o único que não enfrentou problema de contusão

postado em 24/10/2014 11:00 / atualizado em 24/10/2014 09:10

Paulo Galvão /Estado de Minas

Ramon Lisboa/EM/D.A. Press

O calendário do futebol brasileiro está transformando a rotina dos profissionais numa espécie de fardo. Que o digam os jogadores do Cruzeiro. Nesta temporada, eles já superaram a marca de jogos do ano passado (64 contra 63) e farão pelo menos mais 10 – oito pelo Campeonato Brasileiro e no mínimo dois pela Copa do Brasil. Assim, neste estágio têm de conviver com dores e múltiplos problemas físicos, um mal comum à maioria dos demais clubes da Série A, obrigados a atuar duas vezes por semana. O resultado é a queda de rendimento, apesar do esforço dos atletas.

O drama era notado desde meados de setembro, mas ficou explícito com o desabafo de Dagoberto depois do empate por 1 a 1 com o Palmeiras, na noite de quarta-feira, no Mineirão: “Todo mundo está cheio de problemas, cheio de dores, mas isso faz parte da vida de atleta, embora muitas vezes os torcedores não saibam ou não se importem”.

Aos 32 anos, ele era um dos que haviam desfalcado o time antes, devido a dor no púbis. “Qualquer jogador sente o esforço, pois o calendário exige muito, às vezes mais do que podemos suportar. Mas o momento exige que a gente passe por cima de algumas coisas. Claro que a dor não é insuportável, mas são coisas que te limitam. Com o auxílio da comissão técnica, vamos administrando para conseguir ajudar o Cruzeiro.”

Como ele, praticamente todo o grupo enfrentou algum tipo de limitação física neste ano. A única exceção é o goleiro Fábio, que tem conseguido atuar e treinar no mesmo ritmo desde o começo de 2014. A maratona de treinos e jogos não poupa nem mesmo seu reserva, Rafael, que terá de passar por cirurgia para corrigir lesão no menisco do joelho direito.

Já o armador Alisson, que deixou a última partida ainda no primeiro tempo devido a fisgada na coxa esquerda, está vetado pelos médicos para encarar o Figueirense, amanhã, às 16h20, em Florianópolis. Ele havia reclamado de contusão no local há pouco mais de um mês, durante o clássico com o Atlético, e agora pode ficar fora até do primeiro jogo das semifinais da Copa do Brasil, contra o Santos, quarta-feira, novamente no Gigante da Pampulha.

Para não repetir 2009


Mesmo com tantos problemas, a confiança na conquista dos títulos da Copa do Brasil e do Brasileiro segue alta na Toca. Até porque foi em 2009 a última vez que uma equipe que liderava a oito rodadas do fim não venceu. Na época, o Palmeiras estava quatro pontos à frente do Flamengo, que seria campeão numa arrancada surpreendente, enquanto agora são sete dos cruzeirenses para o São Paulo.

“É natural que a equipe oscile um pouco, em função das lesões, do desgaste e até da forte marcação dos adversários. Mas em momento algum perdemos a motivação. Ao contrário, vamos, jogo a jogo, em busca do título”, declarou o volante Lucas Silva, um dos que não sofrem lesão, mas que foi poupado por causa de cansaço muscular – ficou ausente do confronto de volta das quartas de final da Copa do Brasil, contra o ABC.

A delegação celeste embarca na manhã de hoje para a capital catarinense, onde treina à tarde. O retorno será no domingo, com os jogadores se reapresentando na segunda-feira para iniciar a preparação para encarar o Santos.

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