Durante a semana, a imprensa argentina já destacava a ampla superioridade do Cruzeiro em jogos contra o River. Chamado de 'La Bestia', o time celeste foi tratado com muito respeito e fez por merecer todos os elogios. Agora, o retrospecto mostra 10 vitórias cruzeirenses e apenas três do River, considerando não somente a Copa Libertadores, mas também Supercopa, Copa Mercosul e Recopa Sul-Americana. Com exceção da Mercosul, a Raposa se sagrou campeã diante dos Millonarios em todos os torneios citados.
Em vantagem, o Cruzeiro leva a decisão para o Mineirão, na quarta-feira que vem, às 22h. Se avançar às semifinais, o time azul terá pela frente Guaraní-PAR ou Racing-ARG, desde que o Internacional não elimine o Santa Fe, da Colômbia. Isso porque o regulamento da Conmebol impede que dois clubes de um mesmo país decidam a Libertadores, obrigando ambos a se enfrentarem na penúltima fase.
Antes de pensar no River, porém, a Raposa enfrenta a Ponte Preta, domingo, pela terceira rodada do Campeonato Brasileiro. O jogo no Mineirão está marcado para 18h30.
VEJA AS FOTOS DA PARTIDA NO MONUMENTAL DE NÚÑEZ
Time aprende lição
Da classificação sofrida nas oitavas de final contra o São Paulo – vitória nos pênaltis, por 4 a 3 –, o Cruzeiro aprendeu a lição de que, fora de casa, não poderia apenas deixar o adversário jogar. Por isso, o clube celeste apresentou uma postura equilibrada no Monumental de Núñez, procurando evitar pressão do River Plate nos primeiros minutos. O time até se arriscou no ataque com Manoel, em cruzamento de Marquinhos, e Henrique, num chute da entrada da área. Nem parecia aquela equipe completamente recuada que jogou no Morumbi e perdeu por 1 a 0 – o placar só não foi mais elástico porque o goleiro Fábio fez excelentes intervenções. Desta vez, a Raposa estava determinada a buscar o resultado positivo.
Mas o River, empurrado por quase 60 mil torcedores, precisava a todo custo vencer a marcação celeste para conquistar uma boa vantagem no jogo de ida. Aos 16min, os argentinos se aproveitaram de uma falha de Henrique e conseguiram assustar. Teo Gutiérrez, contudo, não alcançou a bola enfiada por Kranevitter. Esperto, Fábio chegou primeiro e defendeu. Aos 27min, o time da casa teve um gol corretamente anulado pelo auxiliar chileno Carlos Astroza. Gutiérrez estava em posição de impedimento quando mandou para as redes a bola escorada de cabeça por Maidana. O titular da Seleção Colombiana na Copa do Mundo de 2014 ainda teve outra boa chance, aos 30min, mas chutou na rede pelo lado de fora.
Apesar dos sustos, o Cruzeiro manteve sua calma e não se amedrontou com o Monumental cheio. Destaque para a dupla de zaga formada por Manoel e Bruno Rodrigo, que ganhou praticamente todas as bolas. Por outro lado, o uruguaio De Arrascaeta, incumbido de organizar o jogo, foi facilmente anulado pela marcação do River Plate. Willian e Leandro Damião eram os que mais ofereciam perigo ao adversário. Damião, aliás, reclamou muito com o árbitro Enrique Osses quando Maidana puxou sua camisa na entrada da área, aos 32min. O juiz ignorou os protestos e deu apenas tiro de meta. As emoções de um primeiro tempo equilibrado e corrido pararam por aí.
Marquinhos é o herói
Embora tenha voltado do intervalo com a mesma formação, o Cruzeiro não demorou a mexer na equipe. Aos 12min, De Arrascaeta foi substituído por Gabriel Xavier. E numa de suas primeiras jogadas, o camisa 18 da Raposa deu ótimo passe em direção a Willian, que driblou Maidana e só não comemorou o gol porque Vangioni tirou a bola chutada em cima da linha. O River respondeu rápido: aos 22min, Teo Gutiérrez pegou de primeira e mandou para fora, com muito perigo. Nervos à flor da pele para as duas torcidas.
Na metade da etapa complementar, a Raposa mudou pela segunda vez. Willian, que vinha bem no jogo e era a principal opção ofensiva, deu lugar a Charles, volante de contenção. Nessa altura, o técnico Marcelo Oliveira já se mostrava satisfeito com o empate e procurava fechar o meio-campo, até mesmo em virtude do cartão amarelo de Willians no primeiro tempo e pelo fato de o River ter colocado em campo Pisculichi e Mayada, dois armadores qualificados no toque de bola. Ou seja, o que viesse pela frente além da igualdade, seria lucro.
Nos instantes finais, o River Plate se lançou ao ataque. O Cruzeiro esperou, pois sabia que o resultado era positivo e não queria correr tantos riscos. Desesperado, o time argentino errou uma saída de bola a menos de 10 minutos do fim. Lance fatal. Gabriel Xavier, que entrou bem, acreditou na jogada e finalizou. Barovero defendeu a primeira, mas não foi capaz de parar o chute de Marquinhos, no rebote: 1 a 0 (Na galeria acima, a sequência de fotos do gol de Marquinhos). Festa azul e branca no Monumental. Vitória importante, heroica e que faz aumentar e muito a confiança pelo tricampeonato da Libertadores. A torcida já prepara o caldeirão para a próxima semana, no Mineirão.
RIVER PLATE 0X1 CRUZEIRO
RIVER PLATE
Barovero; Mammana, Maidana, Funes Mori e Vangioni; Kranevitter, Sánchez, Ponzio (Pisculichi, aos 16min do 2ºT) e Martínez (Mayada, aos 16min do 2ºT); Mora (Cavenaghi, aos 22min do 2ºT) e Teo Gutiérrez
Técnico: Marcelo Gallardo
CRUZEIRO
Fábio; Mayke, Manoel, Bruno Rodrigo e Mena; Willians e Henrique; Marquinhos, De Arrascaeta (Gabriel Xavier, aos 12min do 2ºT) e Willian (Charles, aos 24min do 2ºT); Leandro Damião (Henrique Dourado, aos 45min do 2ºT)
Técnico: Marcelo Oliveira
Gol: Marquinhos, aos 36min do 2ºT (CRU)
Cartões amarelos: Ponzio, aos 25min do 1ºT. Kranevitter, aos 6min do 2ºT (RIV); Willians, aos 29, Mena, aos 39 do 1ºT. Gabriel Xavier, aos 33min do 2ºT (CRU)
Motivo: jogo de ida das quartas de final da Copa Libertacdores
Data: quinta-feira, 21 de maio/2015
Local: Estádio Monumental de Núñez, em Buenos Aires (ARG)
Árbitro: Enrique Osses (Chile)
Auxiliares: Carlos Astroza (Chile) e Marcelo Barraza (Chile)
