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COPA LIBERTADORES

Gallardo levou a melhor

Duelo entre xarás com passado de destaque em campo teve comportamento que refletiu a realidade da partida. Argentino fez a festa, enquanto celeste foi só desolação

postado em 28/05/2015 08:39 / atualizado em 28/05/2015 08:41

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
No duelo dos técnicos xarás, ambos ex-jogadores de destaque, o argentino Gallardo, de 39 anos, levou a melhor sobre o mineiro Oliveira, de 60 anos. O River Plate atuou de uma maneira completamente diferente do primeiro jogo, surpreendeu o Cruzeiro e impôs seu ritmo até sair do Mineirão com a classificação incontestável para a semifinal da Libertadores. Marcelo Oliveira viu seu time ser pressionado em casa e, impotente, não conseguiu mudar o ritmo da partida no segundo tempo.

“Foi uma combinação de aspectos ruins: uma noite infeliz do Cruzeiro e um grande jogo do adversário, que nos envolveu”, avaliou Marcelo Oliveira. “Foi um jogo muito nervoso. Desde o início, cobrava que havia muita ansiedade. Estávamos com a vantagem e com a torcida fazendo seu papel”.

Para o treinador, o time não competiu como de costume. “Esse time precisa competir muito. Esta foi uma cobrança no intervalo: toda bola rebatida caía no pé dos argentinos. Procurei fazer o que poderia. Abrimos o time, mas não foi suficiente. A gente lamenta e pede desculpas à torcida”, afirmou Marcelo Oliveira, que lamentou também os erros individuais nos três gols do River Plate.

O técnico cruzeirense leva de lembrança da partida de ontem a bela homenagem que recebeu da torcida, antes da partida. Durante o minuto de silêncio em memória de sua mãe, Luíza, falecida na terça-feira, mais de 50 mil torcedores gritaram o nome do treinador e bateram palmas. Apareceram também faixas na torcida com a frase “Força, Marcelo!” e havia um banner com a foto de Marcelo Oliveira abraçado a sua mãe.

Antes do jogo, foi o treinador cruzeirense que tomou a iniciativa de cumprimentar o xará argentino no túnel adversário. Os dois técnicos acompanharam a partida sempre de pé, à beira do campo. Nos primeiros minutos, Marcelo Oliveira tentou orientar a equipe para sair do sufoco imposto pelo River Plate. Conversava com o auxiliar Tico dos Santos, chamava um jogador e passava instruções que não surtiram efeito.

Mais elétrico, acompanhando o ritmo do time em campo, Marcelo Gallardo vibrou muito no primeiro gol, de Sánchez, aos 19min, com os reservas e companheiros de comissão técnica. No restante do primeiro tempo, Marcelo Oliveira tentou fazer a equipe jogar, sem sucesso. E ainda viu o River ampliar no último minuto, com Maidana. Seu maior trabalho ficou mesmo para o intervalo.

MUDANÇAS O Cruzeiro voltou com Gabriel Xavier no lugar de Arrascaeta, mas o comportamento do time era o mesmo: nervoso, sem conseguir jogar ou sair da marcação argentina e errando muito. O terceiro gol do River, logo aos 6min, fez Marcelo Gallardo tirar o paletó. Na comemoração, recebeu um forte abraço do autor do gol, Gutierrez.

Diante do placar adverso de 3 a 0, Marcelo Oliveira se viu impotente no restante da partida. Tentou dar mais ofensividade ao time com a entrada de Alisson, sem sucesso. Em alguns momentos, até abandonou, voltando para o túnel. Do outro lado, Marcelo Gallardo recolocou o paletó para comemorar em campo com os jogadores, abraçando um a um e recebendo os cumprimentos de um desolado Marcelo Oliveira.

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