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CRUZEIRO

Sete dias decisivos

Cruzeiro descarta mudanças no momento, mas sequência de jogos pelo Brasileiro será fundamental para o destino do time na temporada, a começar pelo de domingo em Floripa

postado em 29/05/2015 09:04 / atualizado em 29/05/2015 09:07

Os cruzeirenses ainda sofrem com a eliminação nas quartas de final da Libertadores, com direito a goleada por 3 a 0 para o River Plate, em pleno Mineirão. Mas têm pouco tempo para lamentar a queda, porque farão uma sequência de jogos em sete dias que se tornou decisiva: no domingo, visitarão o Figueirense, em Florianópolis; na quarta-feira, receberão o Flamengo, novamente na Pampulha; e no sábado, disputarão o clássico com o Atlético, no Independência.

Seriam partidas normais pelo Campeonato Brasileiro não fosse a situação atual do time, que está na zona de rebaixamento no Nacional. Sem a competição continental, a prioridade muda de direção e inclui também a Copa do Brasil. A diretoria, procurando seguir o planejamento, descarta no momento a possibilidade de mudanças, mas, pela cultura do futebol no país, é natural que comece a ser questionado o trabalho de Marcelo Oliveira e da comissão técnica, além dos próprios jogadores, caso os resultados não venham nos próximos compromissos.

“Entendemos o momento do nosso torcedor, o momento que vivemos, uma fase de transição, de readaptação depois de dois anos vitoriosos, com dois títulos brasileiros. Sabemos que o Brasil é um país vendedor de atletas, e não comprador. Montamos um time vencedor com jogadores pouco conhecidos, como Lucas Silva, Ricardo Goulart, Éverton Ribeiro, que depois se tornaram destaques nacionais e internacionais. Aquela equipe bicampeã brasileira montamos aos poucos. É isso que estamos tentando fazer novamente. Temos jogadores de boa qualidade técnica e sabemos que precisamos de mais uma ou duas peças para fazer boa campanha no Brasileiro e na Copa do Brasil. E estamos trabalhando para isso”, afirmou o gerente de futebol Valdir Barbosa.

Para ele, as negociações serão incrementadas a partir da abertura da janela europeia de transferências, em 1º de julho – os clubes nacionais só poderão inscrever jogadores vindos do exterior no dia 14. Sem confirmar nomes que serão procurados, o dirigente garantiu que mudar o comando técnico não está ainda nos planos. “O Marcelo Oliveira é o nosso técnico e vocês podem ter certeza de que qualquer notícia do contrário não condiz com a realidade.”

Mas tudo pode mudar se novos tropeços ocorrerem nesses sete dias decisivos. Os jogadores sabem disso e querem reagir o mais rápido possível. A equipe tem apenas um ponto em três jogos no Brasileiro. “Não temos de ficar lamentando. Estamos chateados, mas temos de olhar para a frente, deixar para trás a eliminação”, disse o zagueiro Bruno Rodrigo, que foi liberado da reapresentação de ontem para acompanhar o nascimento da filha.

ARMADORES
Enquanto quem atuou a maior parte do tempo contra o River Plate fazia trabalho regenerativo, os demais participaram de treino técnico sob o comando de Marcelo, entre eles De Arrascaeta. Ele iria se apresentar ontem à Seleção Uruguaia, para a Copa América, mas houve acordo para que só viaje depois do jogo contra o Figueirense. Gabriel Xavier, a outra opção para a armação, queixou-se de dor na coxa esquerda depois do lance em que foi expulso ao impedir, com falta, o quarto gol do River, mas os exames a que se submeteu nada constataram.

FALA, CRUZEIRENSE
O que pesou mais na eliminação celeste?

“A certeza da classificação. O time pecou pela confiança. Faltou finalização, toque de bola. Os jogadores entraram de salto alto”
Luiz Fernando Tomaz, 23 anos, soldador

“Não deu para entender. O time estava desligado, não sei se porque os jogadores estavam muito confiantes. Deu para chorar”
Kathryn Juscele, 26 anos, autônoma

“Faltou humildade. Os jogadores entraram em campo de salto alto e não souberam respeitar o adversário. Acho o time do Cruzeiro superior, mas não conseguiu demonstrar isso em campo”
Natan Domingues, 16 anos, estudante

“Acho que o time ficou satisfeito com o 1 a 0 do primeiro jogo. Acharam que, se segurassem, iriam passar de fase. O River jogou com a raça que faltou ao Cruzeiro”
Luan Medeiros, 21 anos, técnico em informática

“Faltou raça. Os jogadores não tiveram respeito com os torcedores que lotaram o Mineirão. Eles não tiveram raça, atitude e nem competência. O Marcelo até tentou mexer, mas o time não correspondeu”
Anita Kelly, 22 anos, professora