Cruzeiro
None

CRUZEIRO

Dia de fazer história: Fábio se torna recordista no Cruzeiro e coleciona marcas expressivas no clube

Goleiro da Raposa é o jogador que mais vezes vestiu a camisa celeste na história

Arte: Soraia Piva. Levantamento: Eugênio Moreira, Gilmar Laignier e Gustavo Andrade

Independentemente do resultado, o duelo deste sábado entre Vasco e Cruzeiro, às 21h, em São Januário, entrará para a história e para os arquivos de estatísticas do futebol. Isso porque o goleiro Fábio se isolará como o atleta que mais vezes vestiu a camisa celeste – 634 partidas. Curiosamente, a marca será atingida em jogo contra o clube que o projetou. “Vai ser contra minha ex-equipe, onde eu surgi no cenário nacional. Foi um clube que me deu a oportunidade de mostrar meu potencial para chegar ao Cruzeiro e permanecer ao longo desses 11 anos”, comemora Fábio.

O ex-volante Zé Carlos, que durante algumas décadas sustentou a marca, não se incomoda em perder esse posto. “Não sou eu que estou perdendo, é o Cruzeiro que está ganhando. É muito difícil encontrar jogadores que atuem tanto tempo em um clube. O Fábio merece todas as homenagens por esse feito”, analisa Zé Carlos, que mantém a humildade, mesmo estando marcado na história do Cruzeiro. “Não sou nenhuma super estrela, meu feito está no passado, o momento agora é do Fábio”.

Zé Carlos ponta diferenças de perfil dos recordistas pelo Cruzeiro. Para ele, Fábio é um grande líder em campo, como era Piazza no passado. “Eu joguei por 12 anos no Cruzeiro e nunca fui capitão, o Piazza era nosso líder. Já o Fábio exerce essa liderança em campo atualmente. Mas, eu também tive meu valor. Só de ser procurado para dar entrevistas ainda hoje significa que fui importante”.
Arte: Soraia Piva. Levantamento: Eugênio Moreira, Gilmar Laignier e Gustavo Andrade


Os número expressivos de Fábio o colocam como postulante à condição de maior goleiro da história do Cruzeiro, embora o assunto ainda seja motivo de divergência entre os torcedores. Alguns apontam Dida como o melhor arqueiro, enquanto os mais antigos indicam Raul. O goleiro da camisa amarela, campeão brasileiro e da Libertadores pela Raposa, se esquiva do pleito. “Estou fora dessa, não me incluo na disputa. Tive meu tempo, fui o melhor do meu tempo, o Dida teve o tempo dele, o Gomes também, e agora o Fábio está tendo. A maioria dos torcedores atuais nem me viu jogar, então não dá para comparar”, pondera Raul, que aproveita para elogiar o recordista Fábio. ”Mais importante do que o número de jogos do Fábio é o bicampeonato brasileiro conquistado. Não adiantar jogar mil jogos e não ganhar nada. Até pouco tempo atrás, eu nem sabia meu número de jogos pelo Cruzeiro, porque quando eu jogava eu me preocupava só com a performance. O Fábio está na história principalmente porque foi o único goleiro do Cruzeiro a ser bicampeão brasileiro”, opina Raul.

Os companheiros de Fábio na campanha do bicampeonato nacional reconhecem a importância do capitão nas conquistas. No caso do atacante boliviano Marcelo Moreno, o camisa 1 se tornou um ídolo pessoal. “Quando eu cheguei ao Cruzeiro, em 2007 eu era um jogador desconhecido e o Fábio me ajudou a ser um jogador melhor e uma pessoa melhor, devo muito a ele. É um ídolo que eu tenho no futebol brasileiro, uma pessoa que eu admiro, um exemplo que sigo e um grande amigo, que quero ter para a vida toda”.

A trajetória de Fábio na Toca da Raposa começou em 2000. Como reserva, ele foi campeão da Copa do Brasil daquele ano. Desde que voltou ao Cruzeiro, em 2005, e assumiu a condição de titular, o camisa 1 sempre foi o jogador que mais atuou pelo clube em cada temporada. Pior para os suplentes. Nesse período, ele disputou 632 das 688 partidas feitas pelo Cruzeiro. O goleiro ficou fora de apenas 56 partidas, o que dá uma participação de 91,86%. E em apenas nove não atuou nos 90 minutos – em oito foi substituído e em uma entrou depois de começar no banco.
Arte: Soraia Piva. Levantamento: Eugênio Moreira, Gilmar Laignier e Gustavo Andrade


Os algozes


Conhecido pelo bom desempenho diante dos atacantes adversários, Fábio teve de conviver com alguns “algozes” até chegar ao recorde de jogos pelo Cruzeiro. O atacante Diego Tardelli, em duas passagens pelo rival Atlético, foi quem mais vazou o camisa 1 da Raposa.

Tardelli balançou as redes nove vezes contra Fábio em 19 jogos, entre 2009 e 2014. O primeiro gol no confronto aconteceu no Torneio de Verão, competição amistosa disputada no Uruguai. Posteriormente, o agora centroavante da Seleção Brasileira marcou em clássicos pelo Campeonato Mineiro, pelo Campeonato Brasileiro e pela Copa do Brasil.

Outro grande algoz de Fábio é o também goleiro Rogério Ceni. Jogador da posição com mais gols marcados na história do futebol, o ídolo do São Paulo superou o arqueiro do Cruzeiro, em cobranças de pênalti ou falta, em seis oportunidades. Ceni ainda balançou as redes uma vez quando Fábio defendia a meta do Vasco.

Quem também marcou seis vezes em duelos contra Fábio no Cruzeiro foi Rafael Moura. Em 2005, ano em que o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) determinou a anulação de 11 jogos após escândalo envolvendo o árbitro Edilson Pereira de Carvalho, acusado de manipular resultados, a Raposa teve de enfrentar o Paysandu duas vezes em intervalo de quatro dias no Brasileirão. Nos dois duelos, Fábio sofreu sete gols, sendo cinco marcados por Rafael Moura. O atacante voltou a vazar o goleiro cruzeirense em 2008, quando jogava pelo Atlético-PR.
Arte: Soraia Piva. Levantamento: Eugênio Moreira, Gilmar Laignier e Gustavo Andrade


Tags: seriea cruzeiro vascorj