Cruzeiro
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UM MOMENTO NA HISTÓRIA

Valorização recorde

postado em 02/07/2015 12:00

Valorizado pela conquista do Campeonato Brasileiro de Seleções por Minas Gerais em 1963, Geraldino “ganhou na loteria” ao ser negociado pelo Cruzeiro ao maior time do planeta: o Santos de Pelé, bicampeão mundial. Mineiro de Raposos, o lateral-esquerdo havia começado no Villa Nova e, depois de rápida passagem pelo Siderúrgica, de Sabará, chegou ao clube do Barro Preto em junho de 1961. “Cedido ontem ao Cruzeiro por um milhão o médio Geraldino”, anunciou o Estado de Minas do dia 20 daquele mês.

A transferência foi fechada pelo presidente da Raposa, Felício Brandi, e seu vice, Carmine Furletti, com o presidente do Siderúrgica, Manoel Édson. As negociações foram rápidas porque o Cruzeiro aceitou pagar o valor inicialmente pedido pelo clube de Sabará: Cr$ 1 milhão (um milhão de cruzeiros) – segundo o jornal, a maior transação entre equipes mineiras até então.

No dia seguinte, o EM publicou entrevista com o lateral, que ainda não havia sido informado oficialmente da troca. “Apesar de ter sido realmente inesperada a minha transferência, confesso que me sinto satisfeito, pois tenho certeza de que irei melhorar minha situação financeira. Os barropretanos estão com um bom plantel, ao qual espero ser de utilidade, como o fui no Villa Nova e estava sendo no Siderúrgica”, afirmou Geraldino, que também havia despertado o interesse do Vasco.

Até o técnico celeste, Niginho, se surpreendeu com o reforço. “A categoria de Geraldino fará crescer em pelo menos 90% a eficiência da defensiva cruzeirense. Correto, de futebol prático e objetivo, é portador de amplo domínio de bola”, elogiou o ídolo e, até então, maior artilheiro da história do clube.

Geraldo Antônio Martins foi apresentado aos novos companheiros no Barro Preto no dia 21, com boa presença de torcedores. Mas sua primeira atividade ficou para o dia seguinte, no Estádio JK novamente lotado. “Sem favor, foi o craque-revelação do ano passado a figura que mais se destacou no treino”, definiu o EM de 23 de junho. Ele estreou com a camisa estrelada no clássico contra o Atlético, dois dias depois, com vitória por 2 a 0 no Independência, em torneio não oficial.

EXPLICAÇÃO A saída de Geraldino não foi bem aceita pela torcida do Siderúrgica. O presidente Manoel Édson teve de se explicar – na mesma ocasião, o clube vendeu o atacante Fuzil ao Atlético. O lateral recebia Cr$ 8 mil da Tartaruga e o mesmo valor para ser funcionário da Cia. Siderúrgica Belgo-Mineira. Mas compareceu apenas três dias ao trabalho e afirmou que não desejava mais acumular as funções. A diretoria do clube, portanto, se viu obrigada a lhe dar aumento. “Urgia aumentar o seu vencimento, pois se tratava de um atleta que merecia melhor salário, e isso representava um problema de difícil solução. Não desejávamos abrir exceção”, explicou Manoel Édson. O Siderúrgica acabou ganhando bom dinheiro na transação, já que havia pago Cr$ 500 mil ao Villa, em janeiro do mesmo ano.

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