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Pressão de todo lado

Cruzeiro tenta responder às cobranças da torcida com a vaga nas quartas de final da Copa do Brasil. Eliminação esta noite, para o Palmeiras, pode significar a queda de Luxemburgo

postado em 26/08/2015 11:00

LEANDRO COURI / EM DA PRESS
O Cruzeiro entra em campo hoje, para enfrentar o Palmeiras, no jogo de volta das oitavas de final da Copa do Brasil, às 22h, no Mineirão, duplamente pressionado. A um ponto da zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro, a Raposa precisa vencer por 1 a 0 para não ser eliminada da competição após apenas duas partidas – no jogo de ida, no Allianz Parque, o Verdão venceu por 2 a 1, por isso se classifica com empate ou com derrota por um gol de diferença desde que marque pelo menos dois.

A torcida voltou a demonstrar, ontem, sua insatisfação pela má campanha do time na temporada. Cerca de 150 cruzeirenses, munidos de faixas, bandeiras e instrumentos musicais, protestaram no parque esportivo do clube, no Barro Preto. Entre os pedidos, mudanças na gestão, mais transparência na prestação de contas do programa de sócio-torcedor, além da saída do técnico Vanderlei Luxemburgo e do diretor de futebol Isaías Tinoco. O movimento foi organizado pelas redes sociais e ganhou mais força depois da entrevista coletiva desastrada de Tinoco, na segunda-feira, em que ele se atrapalhou ao falar que “dizem que (a torcida do Cruzeiro) não é a maior de Minas”.

A eliminação celeste na Copa do Brasil realmente pode significar uma mudança de rumos, com o fim da segunda passagem de Vanderlei Luxemburgo pela Toca da Raposa. Na melhor das hipóteses, ele teria uma sobrevida até o confronto de domingo, às 18h30, com o Santos, pela 21ª rodada do Brasileiro. Em 17 partidas, desde o início de junho, Luxemburgo obteve seis vitórias (três delas nas primeiras partidas), três empates e oito derrotas. Curiosamente, a mudança de comando pode ser provocada justamente pelo técnico anterior, Marcelo Oliveira, que dirigiu o time no bicampeonato brasileiro nos dois últimos anos.

Os jogadores estão sentindo essa pressão. “Você não consegue dormir direito, nem tem ânimo para conversar até com a família em casa. É momento de pensar no que está errado. Já vivi isso e é muito complicado. Cabe à gente ter consciência para reverter isso”, afirma o atacante Marquinhos. Sempre descontraído, o jogador, ontem, não brincou nem sorriu como de costume.

Para Marquinhos, somente os jogadores podem tirar o Cruzeiro desta situação: “Não adianta falar que é treinador ou diretoria. Temos de ver o que está acontecendo para não repetirmos os erros. Precisamos levantar a cabeça. O Vanderlei é experiente e sabe o que faz”.

Marquinhos aponta o que considera o principal erro do time nas últimas partidas. “A equipe está começando bem os jogos, mas, quando toma o gol, vem o baque. O time acha que está tudo perdido.” Titular nos últimos três jogos, Marquinhos sabe o que o Cruzeiro precisa mostrar esta noite para se classificar: “Um gol no início é sempre bom, mas o importante é ter foco e equilíbrio”.

SEM PÊNALTIS Os jogadores que atuaram contra o Corinthians, domingo, não treinaram com bola ontem, nem mesmo nas cobranças de pênalti – caso o Cruzeiro vença por 2 a 1, a vaga será definida nas penalidades. O lateral-direito Mayke, contundido na coxa direita, está vetado, e Fabiano tem mais chances de substituí-lo, já que Ceará, recuperado de lesão na coxa direita, não atua desde a derrota para o São Paulo no Morumbi, em 26 de julho.

Fabiano está na expectativa de atuar e ajudar a equipe a se classificar: “Significará muito para mim se a oportunidade aparecer. O momento é de pressão. No Cruzeiro, numa situação como esta, é normal a cobrança. Temos de focar a Copa do Brasil, o Palmeiras, e sair com a vitória para ganhar confiança para a sequência do Brasileiro”.