“Estava até comentando isso, é sempre um prazer reencontrar o Cruzeiro e a torcida que sempre me apoiou durante toda minha passagem pelo clube. Tenho muitos amigos lá ainda. É emocionante voltar ao Mineirão. Sempre que vou jogar contra o Cruzeiro é diferente, porque a gente relembra tudo, os gols... É um motivo de felicidade participar de mais um jogo contra uma equipe como o Cruzeiro”.
Contratado ao Democrata de Governador Valadares, em 1997, Fábio Júnior só ganhou espaço no time principal do Cruzeiro no ano seguinte. Seria a grande época de sua carreira. Na decisão do Mineiro de 1998, o atacante marcou os três gols da vitória sobre o Atlético, por 3 a 2. Ele ainda foi artilheiro do grupo treinado por Levir Culpi na Copa Mercosul (6 gols) e no Campeonato Brasileiro (18 gols). A ótima fase de Fábio rendeu uma proposta de US$ 15 milhões da Roma-ITA.
No futebol europeu, porém, o jogador não rendeu o esperado. Tão logo, o Cruzeiro solicitou seu empréstimo ao clube italiano, em 2000. O retorno do goleador foi crucial para a conquista da Copa do Brasil. Na decisão contra o São Paulo, no dia 9 de julho, Fábio Júnior abriu caminho para a vitória de virada por 2 a 1 – o outro gol saiu em cobrança de falta de Geovanni.
“Um momento que eu sempre falo e os torcedores também quando eu os encontro na rua, é aquela final da Copa do Brasil de 2000. Mais de 100 mil pessoas no Mineirão... Aquilo marcou todos os cruzeirenses”, lembrou.
Veterano goleador
Com carreira de respeito, o veterano continua dando trabalho aos adversários dentro da área. Pelo Villa Nova, terceiro colocado do Campeonato Mineiro com 13 pontos, ele soma três gols. Só não marcou mais vezes que o armador Osman, com quatro tentos defendendo o América.
“É uma sensação muito boa e difícil de descrever. Isso mostra que, durante minha carreira, minha dedicação e profissionalismo valeram a pena. Não é qualquer atleta que chega aos 38 anos brigando pela artilharia de um campeonato tão difícil como é o Mineiro. O mais importante é estar ainda motivado a treinar e jogar”, destacou Fábio Júnior.
Para o camisa 7 do Villa, as presenças de jogadores experientes no Alçapão do Bonfim, como o armador Mancini, o zagueiro Gabriel, o meia Roger Guerreiro e o atacante Soares, contribuem para a árdua missão de tentar arrancar pontos do líder Cruzeiro no Mineirão. “Não tenho dúvidas, até mesmo porque são atletas rodados. Não só eu e o Mancini, mas Gabriel, Soares... São jogadores acostumados a jogar jogos importantes. Contra o Cruzeiro precisa de atletas assim, para ajudar e não sentir a partida, que vai ser um jogo duro e difícil”.
Com a vida estabilizada, Fábio Júnior também falou sobre a proximidade do fim da carreira. “Na verdade, ainda estou na fase de pensar o que eu vou fazer. Tudo vai depender de como terminar o Mineiro. Ainda me sinto bem fisicamente e psicologicamente. Minha intenção é jogar até o fim do ano. Tenho muita vontade de fazer projetos sociais, ajudar a criançada. Já tenho algumas coisas em mente, mas isso só tem como dar atenção quando eu parar de jogar”.