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Paulo Bento chama responsabilidade para si, e torcida cobra reação imediata do Cruzeiro

Desembarque celeste em BH foi marcado por protestos após goleada para Santa Cruz

postado em 27/05/2016 11:00 / atualizado em 27/05/2016 09:19

Beto Novaes/EM/D.A Press
Mais do que nunca, o sinal de alerta está aceso no Cruzeiro. A goleada por 4 a 1 sofrida para o Santa Cruz, na noite de quarta-feira, por si só, já é vexatória, mas também fez o time se igualar a seus piores inícios de campanha dos últimos cinco anos no Campeonato Brasileiro – depois de três partidas, a Raposa tem a mesma pontuação de 2011 e 2015, anos em que lutou contra o rebaixamento. A situação é ainda mais grave se for levado em conta que, tanto há cinco anos quanto no ano passado, o time celeste também dividia sua atenção com a Copa Libertadores, o que não ocorre agora.

Nas duas ocasiões, o Cruzeiro conseguiu se safar da temível queda para a Segunda Divisão, sendo que em 2011 a salvação veio apenas na última rodada, com a histórica goleada por 6 a 1 sobre o Atlético, em Sete Lagoas. Para evitar esse aperto, os jogadores e integrantes da comissão técnica sabem que passou da hora de o time reagir. Para isso, nada melhor que vencer um rival conhecido, o América, amanhã, às 16h, no Mineirão. “Trata-se de um jogo importantíssimo, em casa. Temos de começar a ganhar o mais rápido possível”, admite o técnico Paulo Bento, que acumula um empate e uma derrota no comando da equipe.

A sequência negativa já se reflete fora de campo. Os jogadores desembarcaram no início da tarde de ontem no aeroporto de Confins visivelmente abatidos. O único que parou para falar com a imprensa foi o goleiro Fábio, enquanto os demais se dirigiram rapidamente para o ônibus – o atacante Élber, por exemplo, se recusou a responder as perguntas da reportagem, alegando precisar de autorização do diretor de comunicação, Guilherme Mendes, o que não é praxe nos desembarques, quando os jogadores são livres para conceder entrevista.

Quando quase todos já estavam dentro do veículo que os levou à Toca II, oito torcedores chegaram gritando, pedindo raça e a volta dos bons resultados. Nem Fábio, capitão e ídolo da torcida, escapou da ira, sendo chamado de “mão de alface” e “mão de quiabo”. Os protestos também foram direcionados à diretoria, principalmente ao presidente Gilvan de Pinho Tavares, chamado de omisso, e ao vice-presidente de futebol, Bruno Vicintin, que integrava a delegação e foi protegido por seguranças. O ônibus foi escoltado pela Polícia Militar.

PLACAR EXAGERADO Para Paulo Bento, o Cruzeiro mostrou bom futebol no primeiro tempo da partida com o Santa Cruz, porém, não conseguiu marcar gol e ainda deu chance para que o adversário o fizesse. No segundo, chegou a empatar, mas voltou a cometer erros, que custaram muito caro. “Os números (do placar) são exagerados pelo que as duas equipes fizeram. Não se pode errar tanto em uma competição como esta, e fomos finalizados”, comentou o português, que não vê outro caminho que não seguir trabalhando para que o time celeste reaja: “Acreditamos no que estamos fazendo. Temos contratempos, mas não adianta ficar lamentando”

Apesar do otimismo, ele reconhece que ainda há muito a ser feito: “Assumo a responsabilidade (pela derrota) como o primeiro responsável pela equipe. Vamos ver o que ocorreu depois que empatamos o jogo, pois não teve nada a ver com o que treinamos. Em uma derrota como esta, o primeiro a falhar é o treinador”.

ROBINHO A POSTOS

Se o volante Lucas Romero terá de cumprir suspensão nas próximas três partidas por determinação do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o armador Robinho está pronto para finalmente estrear pelo Cruzeiro, diante do América, amanhã, no Mineirão. “Fiquei três semanas fora, foi complicado, mas agora estou pronto. O time precisa da vitória e sabe o quanto será importante este jogo”, declarou o jogador, recuperado de edema na coxa esquerda. Ele também precisou esperar pela regularização da documentação para fazer seu primeiro jogo com a camisa celeste.

PROGRAMAÇÃO

Os jogadores do Cruzeiro foram liberados após o retorno do Recife. Eles se reapresentam hoje pela manhã na Toca da Raposa II para a única atividade antes do jogo contra o Coelho. Sem muito tempo para trabalhar, o técnico Paulo Bento deverá novamente apelar para a conversa e os vídeos para deixar o time em condições de buscar a primeira vitória no Brasileiro’2016.