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CAMPEONATO BRASILEIRO

Cruzeiro perde para o Sport, segue na zona de rebaixamento e deixa Paulo Bento sob pressão

Clube celeste abusou dos gols perdidos e viu adversário ser mais eficiente. Com mais uma derrota no Mineirão, português fica em situação complicada à frente do time

postado em 24/07/2016 17:55 / atualizado em 24/07/2016 21:45

Rodrigo Clemente/EM D.A Press

O Cruzeiro deu sequência ao seu sofrimento no Campeonato Brasileiro ao perder para o Sport por 2 a 1, neste domingo, no Mineirão, em confronto válido pela 16ª rodada. O time celeste até mostrou bons momentos na partida, mas foi novamente castigado por falta de eficácia ofensiva e desatenção na marcação. Os dois gols do Leão foram marcados pelo atacante Rogério, um em cada tempo. Willian, nos acréscimos da etapa final, descontou.

Com mais um péssimo resultado em Belo Horizonte, a Raposa encerra a rodada na 19ª colocação, com 15 pontos, dois a menos que o Santa Cruz, primeiro clube fora da zona de rebaixamento. E o próximo desafio para tentar a reação não será nada fácil: duelo contra o Santos, no domingo (31/07), às 16h, na Vila Belmiro. O Sport, por sua vez, saltou para o 14º lugar, com 18 pontos, e poderá continuar sua recuperação no sábado, às 18h30, contra o Atlético-PR, na Ilha do Retiro.

Por causa do tropeço, o técnico Paulo Bento passa a ter a continuidade na Toca da Raposa II fortemente ameaçada. Parte do público presente no Mineirão protestou contra o português e pediu o retorno do técnico Mano Menezes, que fez bom trabalho à frente da equipe no returno do Brasileiro de 2015 (oito vitórias, seis empates e duas derrotas) e foi, recentemente, demitido do Shandong Luneng, da China.

Já são cinco jogos sem vitória na Série A. A última vez em que o Cruzeiro conquistou três pontos na competição foi há um mês: 2 a 1 sobre o Palmeiras, no Mineirão. Depois disso, derrotas para Chapecoense (3 a 2), Atlético-PR (3 a 0), Fluminense (2 a 0) e Sport (2 a 1), além de empate com o Vitória (2 a 2).


Quem não faz, leva

O jogo Cruzeiro x Sport pôde ser resumido por um velho clichê no futebol: quem não faz, leva. Durante quase todo o tempo, o clube celeste foi melhor, acuou seu adversário no campo de defesa e criou oportunidades para chegar até mesmo a um placar elástico. Mas as conclusões de Arrascaeta e Willian não foram boas. Aos 13min, o camisa 10 recebeu de Ramón Ábila e, livre de marcação, chutou para fora. Aos 22min, ele isolou a bola após bom passe do lateral-direito Lucas. Aos 37min, Willian exigiu defesa difícil de Magrão ao bater firme à queima-roupa.

De nada adiantaram as 11 finalizações do Cruzeiro na etapa inicial. Nem tampouco os mais de 55% de posse de bola. O Sport precisou de apenas duas tentativas para acertar uma e registrar 50% de aproveitamento. A eficácia rubro-negra prevaleceu. Aos 37min, Diego Souza lançou, Leo não conseguiu cortar e viu Rogério correr em suas costas para abrir o placar no Mineirão: 1 a 0. A partir daquele instante, a parte psicológica cruzeirense foi prejudicada, tal como ocorreu no revés de 11 de julho para o Atlético-PR, por 3 a 0, também no Mineirão. Naquela ocasião, o time era melhor em campo até ser vazado pela primeira vez.

A volta para o segundo tempo não poderia ser pior. O tempo para a reação celeste foi aniquilado logo aos 5min. O lateral-direito Lucas deveria estar na marcação de Rogério, mas, ao ver Everton Felipe fazendo fileira na defesa do Cruzeiro, tentou lhe tomar a bola. Não conseguiu. Com isso, Rogério ficou livre e recebeu passe açucarado. Ele só teve trabalho de bater com categoria no canto esquerdo de Fábio. Sport 2 a 0.

Paulo Bento já havia ousado ao escalar o Cruzeiro no 4-2-3-1 com o quarteto Willian, Arrascaeta, Rafael Sobis e Ramón Ábila. No desespero, abriu mão de Ariel Cabral e colocou Robinho. Passou a jogar no 4-2-4. Naturalmente, a intensidade celeste ficou forte, pois o Sport se propôs a marcar. Ramón Ábila tentou duas vezes, Rafael Sobis uma e nada de a bola entrar. Para piorar, a paciência da torcida com Paulo Bento terminou quando "Wanchope" foi substituído por Rafinha, aos 23min, talvez numa intenção do treinador em “povoar” o meio-campo. Gritos de “burro” tomaram conta do Mineirão.

A batalha do Cruzeiro para tentar ao menos um empate continuou. Aos 29min, Magrão fez defesa difícil em finalização de Rafael Sobis. Já aos 38min, contou com a sorte ao ver Bruno Rodrigo, de cabeça, acertar o travessão. A insistência só deu resultado quando Willian, aos 47min, marcou o gol de honra: 2 a 1. Contudo, não houve mais tempo para nada. Novamente, a equipe criou muito, aproveitou pouco e corre sério risco de virar o turno entre as quatro piores do campeonato. Sinal de alerta ligado para Bento e sua comissão técnica.

CRUZEIRO 1X2 SPORT

CRUZEIRO
Fábio; Lucas (Douglas Coutinho, aos 38min do 2ºT), Leo, Bruno Rodrigo e Edimar; Henrique e Ariel Cabral (Robinho, aos 6min do 2ºT); Willian, De Arrascaeta e Rafael Sobis; Ramón Ábila (Rafinha, aos 23min do 2ºT)
Técnico: Paulo Bento

SPORT

Magrão; Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Ronaldo Alves e Rodney Wallace; Rithely e Serginho; Everton Felipe, Diego Souza (Túlio de Melo, aos 43min do 2ºT) e Rogério (Mark González, aos 36min do 2ºT); Edmílson (Rodrigo Mancha, aos 27min do 2ºT)
Técnico: Oswaldo de Oliveira

Gols: Willian, aos 47min do 2ºT; Rogério, aos 37min do 1ºT e aos 5min do 2ºT (SPT)
Cartões amarelos: De Arrascaeta, aos 35min do 2ºT (CRU); Rodney Wallace, aos 33min do 1ºT; Serginho, aos 31min, Magrão, aos 33min, Rogério, aos 35min do 2ºT (SPT)
Motivo: 16ª rodada do Campeonato Brasileiro
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte/MG
Data: domingo, 24 de julho de 2016
Árbitro: Leandro Pedro Vuaden (Fifa/RS)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon (Asp. Fifa/SP) e Alex Ang Ribeiro (Asp. Fifa/SP)
Pagantes: 18.861
Renda: R$ 497.403,00


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