Scuro justifica saída de Bento a maus resultados, mas evita análise detalhada sobre trabalho

Os maus resultados de Paulo Bento em 75 dias à frente do Cruzeiro custaram sua demissão do clube. Apesar de ter colocado a equipe nas oitavas de final da Copa do Brasil, o português amargou fracassos no Campeonato Brasileiro e deixou a equipe na penúltima posição, com 15 pontos. Em entrevista coletiva concedida nesta terça-feira, na Toca da Raposa II, o diretor de futebol Thiago Scuro creditou a saída de Bento às poucas vitórias – foram seis em 17 jogos, além de três empates e oito derrotas –, mas evitou usar o termo "frustração" sobre a passagem do português por Belo Horizonte.

“Frustração (pelo trabalho) talvez não seja o termo certo. Tínhamos uma expectativa por melhores resultados. No trabalho, ele mostrou muito profissionalismo. O processo era organizado, profissional, etc. Mas não é uma coisa do futebol brasileiro, é do mundo. Qualquer modalidade de alto rendimento, a perspectiva é de bons resultados, de conquistas. E um clube do tamanho do Cruzeiro, quando há a dificuldade de construir bons resultados, a pressão é grande. Lamentavelmente não deu esse resultado”, afirmou.

Paulo Bento foi anunciado como técnico do Cruzeiro em 11 de maio. Na ocasião, a diretoria citou projeto em longo prazo e ressaltou que o ex-treinador da Seleção de Portugal teria tempo para reorganizar e fazer o elenco evoluir. Com Bento, o time até se mostrou criativo, porém pecou pelas chances desperdiçadas e acabou perdendo partidas em que mostrou domínio. Isso ocorreu nas derrotas para Atlético-PR, por 3 a 0, e Sport, por 2 a 1, ambas no Mineirão.

Só que o imediatismo do futebol brasileiro prevaleceu. Os cinco jogos sem vitória no Brasileiro (quatro derrotas e um empate) fizeram cessar a paciência da diretoria, que recorreu a Mano Menezes e o escolheu como substituto até dezembro de 2017.

Por conta do intervalo curto entre a saída do técnico e a coletiva de imprensa, Thiago Scuro evitou fazer avaliação mais detalhada sobre o trabalho de Bento. “Preciso ter muita responsabilidade para responder isso. É uma pergunta séria, importante. Temos pouco mais de 24 horas de decisão de comunicar o Paulo. A partir disso, foi uma busca intensa pelo novo treinador. Para responder de forma objetiva, ainda não tenho opinião formada.”

O dirigente, porém, garantiu ter sido uma decisão tomada de maneira unânime pela cúpula cruzeirense. “Toda decisão que o Cruzeiro toma tem caráter de unidade. Estamos comprometidos pela decisão que o Cruzeiro toma. É uma decisão do Cruzeiro Esporte Clube, e não de A, B ou C”, concluiu o diretor.