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ENTREVISTA

Carrasco do São Paulo em 2000, Geovanni alerta Cruzeiro sobre perigoso time de Ceni

Ex-cruzeirense espera que time de Mano não se iluda com vantagem de 2 a 0

postado em 18/04/2017 09:00 / atualizado em 18/04/2017 08:53

Paulo Filgueiras/EM. Brasil
Às vésperas do jogo de volta da quarta fase da Copa do Brasil, não há torcedor do Cruzeiro que se esqueça da final da competição em 2000, quando foi campeão com gol no último minuto sobre o tricolor paulista, no mesmo Mineirão que será palco de mais um duelo entre os dois times nesta quarta, às 19h30. Mas poucos têm recordações tão especiais daquela partida quanto o armador Geovanni, autor do segundo gol nos 2 a 1, naquele 9 de julho, sobre o então goleiro Rogerio Ceni.

Então com 20 anos e buscando se firmar no time profissional do Cruzeiro, ele viu a carreira deslanchar a partir de então, o que mostra a importância de um título desses na carreira de um jogador. Em 2001, um ano após a conquista, Geovanni foi vendido ao Barcelona por US$ 18 milhões. “Aquele título mudou minha história, saí quase que do anonimato para o estrelato”, afirma o ex-jogador, que atualmente é empresário de jogadores e também estudante de teologia.

Em entrevista ao Estado de Minas/Superesportes, Geovanni recorda a decisão do título em 2000 e também fala da expectativa para o jogo desta quarta. “O Cruzeiro tem vantagem, mas futebol é imprevisível. Tem de entrar ligado, ou pode complicar”, diz o ex-atleta, referindo-se ao fato de o time celeste poder perder por até um gol de diferença para se classificar, já que fez 2 a 0 no jogo de ida. Confira a entrevista!

Quais recordações você guarda daquela final?

Foi uma emoção muito grande, uma conquista espetacular do Cruzeiro da qual pude fazer parte. Não só eu, mas todos que participaram entraram para a história do clube e do futebol brasileiro. E a torcida também sentiu muita emoção. São coisas assim que marcam.

Vê semelhanças entre aquela disputa e a atual?

Cruzeiro x São Paulo é um clássico, já se enfrentaram em Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Copa Libertadores. Claro que o Cruzeiro abriu vantagem, mas o São Paulo tem tradição, bons jogadores, é perigoso, um técnico (Rogério Ceni) que conhece muito de futebol. Acho que será um grande jogo.

O futebol mudou muito desde então? Tem algum jogador no Cruzeiro que tem estilo parecido com o seu?

O futebol mudou muito, a parte física hoje prevalece, os jogos estão mais disputados, os grandes estão enfrentando dificuldades de ganhar de equipes menores. Acho que a parte técnica caiu um pouco. Já sobre jogador, gosto muito do Alisson e o acho não só no futebol, mas até na fisionomia parecido comigo. Ele é rápido, bom tecnicamente, parte para cima. Só acho que deveria jogar mais próximo do gol, tendo mais condições de finalizar.

Paulo Filgueiras/EM. Brasil

O que a Copa do Brasil de 2000 representou para você?

Aquele título mudou minha história, saí quase que do anonimato para o estrelato. Depois daquela conquista, grandes clubes vieram atrás de mim, Juventus, Barcelona, Paris Saint-Germain, Benfica. Fiquei marcado na história do clube, o que é muito legal, principalmente por eu ter começado no Cruzeiro, passei quase oito anos lá. Foi o clube que me deu oportunidade e só tenho a agradecer, foi o trampolim para tudo que consegui na carreira. E tenho de destacar também a contribuição do grupo todo, fiz o gol, mas não ganhei nada sozinho. Só grandes jogadores, todos se apoiando. Muita gente passou a torcer para o Cruzeiro depois daquele título.

O gol que valeu o título também rendeu polêmica...

Acho que foi a mão de Deus ali, desde o momento em que sofri a falta, da expulsão do Rogério Pinheiro. Houve uns cinco minutos de confusão, os jogadores do São Paulo não querendo deixar cobrar, nossos jogadores fazendo a parte deles, houve empurra-empurra. Ia bater colocado, como costumava fazer, mas o Muller mandou bater com força. Obedeci, pois respeitava muito ele, um jogador vencedor, experiente. Deu certo. A bola ainda bateu no Axel e tirou o Rogério Ceni. Mas não foi só isso, já nos acréscimos, o Cléber (zagueiro) tirou a bola quase em cima da linha, depois de excelente defesa do goleiro André.

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