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MINEIRÃO: 20 ANOS DO RECORDE DE PÚBLICO

Um dia inesquecível!

Repórter Ivan Drummond, do Estado de Minas, relembra cobertura das torcidas no dia em que o Mineirão registrou o recorde de público: 132.834

postado em 22/06/2017 08:00 / atualizado em 22/06/2017 00:49

Leandro Couri/EM/D. A Press

Um dia diferente. Foi assim aquele domingo de decisão entre Cruzeiro e Villa Nova, que valia o título mineiro de 1997. Lembro que havia uma campanha para lotar o estádio. O torcedor pagava ingresso, mas mulheres e criança, abaixo de 12 anos, tinha livre acesso. E como o estádio encheu. Confesso que nunca tinha visto tanta gente no Mineirão. E olha que estava acostumado, pois já tinha estado no Cruzeiro x Atlético com 122 mil pessoas em 1968; Cruzeiro e Santos, em 1966; Cruzeiro x Bayern, em 1976; Atlético x Flamengo, em 1981. Mas 132 mil presentes era algo inimaginável.

E foi um dia especial. Na cobertura, coube a mim mostrar o comportamento das torcidas. Por sinal, não houve violência. Parecia até uma campanha pela paz. A Polícia Militar não registrou nenhuma ocorrência de briga naquele dia. Em alguns pontos do estádio, cruzeirenses e villanovenses compartilhavam espaço nos bares.

Estava acompanhado da fotógrafa Maria Tereza Corrêa. Mal conseguíamos andar na arquibancada. Tentamos cadeiras, depois geral e era a mesma coisa. O estádio estava entupido, a ponto de ter de armar situações para que ela conseguisse registrar imagens. Não havia distância. Pedia para as pessoas se afastaram um pouco, mas não havia como. Ela chegou a ter de subir na grade da escadaria que leva à arquibancada para fazer uma foto. Foi demais.

Quem dera todo jogo de futebol tivesse aquela energia – apesar do sufoco -, com crianças e mulheres. Num lugar onde reinou a paz, não houve briga ou qualquer confusão. Era assim no começo do Mineirão, nos anos 1960 e ali surgia a esperança de que um novo tempo começava. Quem dera!

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