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Eu fui em 1997! Relatos de cruzeirenses que estiveram entre os 132.834 no Mineirão

Torcedores enviaram depoimentos emocionados ao Superesportes

22/06/2017 08:02 / atualizado em 22/06/2017 16:34
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Alguns dos milhares de torcedores que bateram o recorde de público do Mineirão, em 22 de junho de 1997, aceitaram o convite feito pelo Superesportes e descreveram, com detalhes, as emoções vividas na final do Mineiro, entre Cruzeiro e Villa Nova, 20 anos atrás. Naquele domingo à tarde, 132.834 homens, mulheres e crianças entraram para a história.

Fabrício José França Costa

Fabrício José França Costa


Fabrício José França Costa

Belo Horizonte
Idade atual: 39 anos
Profissão: analista de sistemas/bancário

”Primeiro, havia uma expectativa de título enorme naquele dia. O Cruzeiro já vinha de uma conquista da Copa do Brasil sobre o Palmeiras, em 1996, estava na Libertadores, e havia grande expectativa para se vencer o Villa. Lembro que me encontrei no centro com dois amigos e não havia lugar nos ônibus coletivos nem tampouco nos especiais para o estádio. , Estavam todos lotados. Tivemos que fazer uma vaquinha para ir de táxi. Por sinal, foi a única vez na vida que fui ao Mineirão de táxi. Quando chegamos, faltavam poucos minutos para o começo do jogo. Entrar foi até tranquilo, mas acessar a arquibancada é que foi complicado. Estava todo mundo em pé, não davam espaço. O gol do Marcelo Ramos no início do jogo gerou expectativa de goleada, o que acabou não acontecendo. Foi um jogo duro, valorizado pelo brio do Villa Nova. A festa foi enorme. Só soubemos do recorde de público já indo para casa, na descida da Av. Abraão Caram. A notícia, anunciada no rádio, foi transmitida de um para o outro na rua e deu início a um buzinaço. A comemoração foi até maior que a do título, por se tratar de um recorde histórico. O título do Mineiro se repete. Esse público ser repetido era impossível já no velho Mineirão. Aquele foi um momento histórico. A vibração foi bem maior nas ruas. Foi histórico.

Lucas Murta Nery

Lucas Murta Nery


Lucas Murta Nery
Belo Horizonte
35 anos
Contador

Nesta grande final não somente era um dos 132 mil presentes como tive um fato curioso. Na hora de comemorar o gol do Cruzeiro meu irmão sem querer me deu um soco na boca e quase fui parar no atendimento médico com a boca ensanguentada, pois usava aparelho. Fato que ficou marcado em minha memória.


Bruno Tolentino

Bruno Tolentino


Bruno Tolentino
Contagem
36 anos
Assessor de Gestão Distrital da Secretaria de Saúde de Contagem

Aquele 22 Junho de 1997 tive o prazer de ir ao Minerão com meu Tio Zeca (Zé Carlos), o melhor meio-campista que o Cruzeiro já teve e o segundo jogador que mais vestiu o mando celeste.

Lembro que chegamos lá umas 14h, já não tinha lugar para carro , conseguimos entrar já estava faltando uns 5 min para começar o jogo. Pensei naquele dia: se o Minerão não cair hoje, não cai mais nunca. Estava morrendo de medo de tanto que balançava.

Christiane Duarte Rodrigues

Christiane Duarte Rodrigues


Christiane Duarte Rodrigues
Belo Horizonte
35 anos
Servidora pública

Eu tinha 15 anos e fui para o estádio com minha mãe, irmã, tios, tias e nunca havia visto uma multidão daquela. Mesmo chegando duas horas antes do jogo, só conseguimos entrar na metade do primeiro tempo. Já na subida da escada que dá acesso à arquibancada um a um foi se perdendo no meio da multidão, no meio do empurra-empurra. Cada um foi para um lado, não havia como ficar procurando então o jeito foi assistir ao jogo assim mesmo. A arquibancada de concreto que normalmente ficava um ao lado do outro rompeu todas as regras da física e tenho certeza que ali dois corpos ocupavam o mesmo espaço sim! Era surreal! Impossível sentar, impossível sair, depois que entrou tinha que ficar. Os desconhecidos do lado viraram amigos na mesma hora, comentando o jogo, dividindo a água, e se abraçando na hora do gol. Depois do jogo foram mais 4h para conseguir sair do estacionamento mas quem estava com pressa? A festa continuou a madrugada inteira! Um milagre a gente ter conseguido se achar de novo para ir embora porque naquela época eu e muitos não tinham celular e estávamos no meio de um oceano de gente!

Elvis Batista

Elvis Batista


Elvis Batista dos Santos
Lagoa Santa/MG
Idade atual: 38
Profissão: militar

Antes de contar como foi a jornada para que pudesse assistir e marcar presença neste jogo histórico, não podemos deixar de lembrar da década de 90 para o Cruzeiro Esporte Clube, década em que foram conquistados vários títulos nacionais e internacionais com vitórias memoráveis. O Cruzeiro encantava não só a torcida celeste, mas também de vários times adversários e inclusive o do rival regional. Tenho que fazer essa citação porque isso fará parte dessa história.
Eu e mais um amigo já havíamos comprado os ingressos para essa final e na parte da manhã do dia do jogo dois grandes amigos meus, torcedores do Atlético me procuraram dizendo que queriam ir também. Fiquei surpreso porque eram torcedores assíduos do rival e deslocamos para a sede de uma torcida em nossa cidade, Lagoa Santa. Lá outros torcedores os reconheceram e não deixaram que eles fossem nos ônibus fretados dizendo que iriam "dar peso" no jogo. Como o tempo estava se esgotando, pegamos uma carona até a rodoviária da cidade e fomos informados que não tinha mais ônibus para a cidade de Belo Horizonte naquela tarde. E com isso eu e meu amigo já pensávamos que eles estavam dando "peso" mesmo e que a gente corria risco de perder o jogo por causa deles. Vendo a nossa preocupação, um taxista chegou perto da gente e ofereceu fazer a corrida até o Mineirão e que daria um desconto porque não tinha carregado ninguém ainda naquele domingo. De imediato embarcamos e fomos para o Gigante da Pampulha. Lá na portaria despachamos os atleticanos na torcida do Villa Nova e entramos no estádio com nossos lugares nada garantidos na famosa e inesquecível Geral inferior. Não vimos o gol porque as placas de publicidade e o desnível em relação ao gramado não deixava, mas feliz por estar naquele "Mineirão de raiz" em um jogo que por vários motivos nunca mais será superado...
Obrigado por deixar compartilhar essa história com todos os leitores...


Bruno Dorneles

Bruno Dorneles


Bruno Dorneles
Cidade : Patrocínio-MG
Idade atual: 31
Profissão:  Educador Físico
A história é a seguinte: chegamos lá e lembro que demorou a abrir os portões. Foi acumulando gente e eu tinha 12 anos. Quando abriram os portões, foi um tumulto para subir as escadas. Para entrar, fiquei com os pés no ar na frente do meu pai, levado pela multidão.

Eder Vinicius de Castro

Eder Vinicius de Castro


Eder Vinicius de Castro
Cidade: Contagem
Idade atual: 35 anos
Profissão: Bancário

Em 22 de junho de 1997, lembro como fosse hoje. Estava com 15 anos, eu e meu amigo Leandro pegamos o ônibus, saímos  de Contagem e fomos para a final do campeonato mineiro Cruzeiro x Villa Nova. Compramos ingressos e entramos no Mineirão, mas lá dentro já estava tão lotado que não conseguimos acesso à arquibancada. Meu amigo Leandro conseguiu entrar mas eu desisti. Tive a brilhante ideia de tirar a camisa colocar a minha camisa dentro da calça de moletom e entrar pela torcida do Villa, assim consegui acesso à arquibancada e voltar para a torcida do Cruzeiro pelo cordão de isolamento. Quando o policial me abordou , mostrei ele minha camisa e me liberou o acesso para comemorar com a torcida do Cruzeiro!


Sérgio Luz de Paula
Belo Horizonte
49 anos
Assessor Parlamentar

Naquele dia resolvi ir ao jogo na última hora. Nenhum dos meus amigos conseguiu ingressos e decidi que iria sozinho e tentaria comprar no estádio. Chegando lá, passei por várias bilheterias e não havia mais ingressos à venda. Resolvi voltar pra casa e quando passava em frente a uma bilheteria, vi várias pessoas correndo dizendo que a bilheteria havia aberto novamente e que colocaram mais ingressos à venda. Foi assim que consegui comprar o ingresso e ser um dos 132.834 torcedores presentes no maior público da história do Mineirão.

Marcelo Mansur

Marcelo Mansur


Marcelo Mansur

Aquele dia se passava ser uma das maiores lembranças sobre o futebol. O troféu de campeão mineiro era entregue por mim ao capitão Wilson Gottardo. O mesmo estava em nome de meu avô Naeme Mansur, cronista esportivo do Diário da Tarde. Ele fora homenageado por conta de sua morte naquele ano. Obrigado pela oportunidade de relembrar aquele dia maravilhoso. Uma tarde linda demais. E melhor ainda, com a vitória do meu Cruzeiro. Afinal de contas, recordar é viver!

Nilo Wemerson Chaves Coelho
Carmo do Paranaíba - MG
39 anos
Empresário

Olá, bom dia amigos do Superesportes, é um prazer falar com vocês, e contar minha historia sobre o maior publico da historia do Mineirão. Bem vamos lá, me chamo Nilo Wemerson, sou natural de Matipó, Zona da Mata, hoje moro em Carmo do Paranaíba, Alto Paranaíba. Na época meu sobrinho Rodrigo Dias era torcedor do Vasco, por influência de seu pai e seus tios, e eu sempre dizia que ele tinha que torcer para o Cruzeiro que um dia eu iria levá-lo para assistir aum jogo no Mineirão e que depois ele não ria torce mais para o Vasco. Apareceu a oportunidade de irmos num jogo da Libertadores, mas não conseguimos, então veio a final contra o Villa Nova, e conseguimos fazer uma caravana e depois de muita insistência minha conseguir o aval da minha irmã em deixar o Rodrigo ir comigo pro jogo. Já na chegada deparamos com um mar azul que nunca eu tinha visto eu outros jogos, o Rodrigo já ficou louco comprou faixa, camisa, bandeira, amarrou uma faixa na cabeça e entramos pro campo. Resumindo, vamos campeões, saiu o borderô de 132.834 pessoas, o Rodrigo virou cruzeirense fanático, e eu muito orgulhoso com o titulo e fazer o meu sobrinho torcer para o maior de minas, ta ai amigos, um grande abraços.

foto: Érica Luísa

Érica Luísa Fagundes Ramalho
Cidade: Belo Horizonte
Idade atual: 31 anos
Profissão: Servidora pública

Todas as vezes que falam desse jogo a emoção é única. Me lembro bem da dificuldade de acharmos um lugar na arquibancada. Nesse jogo, como em tantos outros, estávamos somente eu e meu pai. Ele me levava em todos. Eu tinha apenas 11 anos. Seu lugar preferido era no meio do campo, nos últimos degraus. Coincidentemente, o último degrau era o único disponível naquele jogo. Ele era mais largo e foi ali que "tentamos" ficar. Estava muito cheio e o Mineirão balançava, muito. Meu pai estava desesperado, falando toda hora: " O Mineirão vai cair. Vamos embora. Está balançando muito!"rs. E eu adorando aquela sensação. Insisti para não irmos embora. A vontade do meu pai era realmente ir embora. Ele estava com muito medo. Ficamos até o final. Foi uma festa linda. Infelizmente o balanço da arquibancada naquele jogo traumatizou meu pai. Nunca mais teve coragem de voltar. Mais um motivo para que esse jogo fique na minha memória: o último jogo que assisti no Mineirão ao lado do meu pai. Quem sabe depois de ler este relato ele anima voltar!? Que lembrança...


Fabíola Carla Mendonça

Fabíola Carla Mendonça


Fabíola Carla Mendonça
Pará de Minas
Idade atual: 43 anos
Profissão: Veterinária

1997 foi o ano da minha formatura na UFMG. E como torcedora fanática que sou, estudante de veterinária em frente ao Mineirão, já acompanhava o time nos embates históricos desde 1993 quando fui morar em BH para estudar...
Naquele domingo, 22/6/1997, eu estava em Pará de Minas, passando o fim de semana quando meu pai disse que iria ao jogo junto com dois amigos. Bati o pé e disse que ia também!
E ele, como bom e preocupado pai, disse: - Não! No estádio tem muito palavrão e levar mulher é perigoso! Ri e disse a ele: - Pai, estou cansada de ir! Só que hoje quero ir com você!
Ele não teve alternativa e me levou! Estádio lindo, festa maravilhosa e a vitória no final!
E hoje em dia, nestes 20 anos, sou eu quem o leva e também toda a família para os jogos do Cruzeiro!
Sempre juntos e escrevendo páginas heróicas imortais!


foto: Vinicius Freire

Vinicius Freire

Eu fui como espectador externo. Rsrsrs. Na verdade eu estava vendendo cachorro quente...
Lembro-me que, na época, vendi todos os cachorros quentes e refrigerantes e ganhei uma nota alta pra um menino...e o gol que custou a sair me deuxava louco lá fora. ..
Mas graças a Deus Marcelo Ramos nos salvou!!! Dá-lhe CRUZEIRO


foto: Odilon Luiz Nogueira

Odilon Luiz Nogueira
Belo Horizonte
Idade atual: 64 anos
Profissão: Psicólogo

Eu estava lá! Até hoje me lembro de como tive coragem de entrar no Mineirão completamente tomado a poucos minutos do início da partida. Estava com meu filho de 10 anos e quando consegui acessar a arquibancada entramos exatamente no momento em que o "bandeirão da Máfia Azul" estava sendo aberto e me vi debaixo dela junto com a multidão de torcedores e eu com meu filho ali. Foi uma emoção sem igual!


Luiz Gustavo Ribeiro

Luiz Gustavo Ribeiro


Luiz Gustavo Ribeiro
Belo Horizonte
30 anos
Jornalista

Eu tinha apenas 10 anos naquela data quando, pela primeira vez, entrei em um estádio de futebol. Uma sensação inesquecível e indescritível ao ser impactado por aquela quantidade de torcedores apaixonados pela nação celeste. Eu era mais um em meio há milhares de outros que marcariam aquele dia com um recorde de público. Um caldeirão azul onde era possível sentir sua estrutura se mexer a cada pulo da torcida. Por muitas vezes eu ficava ali paradinho só para sentir o Mineirão se movimentar. Eu ainda consigo sentir aquela sensação. Foi aí que ele transbordou no momento que o Cruzeiro foi consagrado campeão mineiro. Uma lembrança única que só quem é cruzeirense, e esteve ali, vai poder compartilhar. 

Breno Diniz

Breno Diniz


Breno Henrique Diniz Silva

Cidade: Belo Horizonte
Idade atual: 37
Profissão: Relações públicas

Era a maior "barreira" futebolística do mundo. Lembro até hoje. Todo mundo "ombro a ombro", eu e meu pai, meu herói, ali espremidos. Impossível de sentar na arquibancada. Não era concebível pular sozinho. Mesmo se você não quisesse, era impossível não pular pois formávamos um bolo só.

Gustavo Barcelos Martins

Gustavo Barcelos Martins


Gustavo Barcelos Martins
Cidade: Belo Horizonte
Idade atual: 40 anos
Profissão Funcionário Público

A hashtag “Eu mais Onze”, se a tecnologia existisse em 1997, seria, #EuMais132.000.

Como não lembrar de um dia histórico, que marcou e sempre estará presente na lembrança de cada cruzeirense. Não pelo título, o qual já se repetiu várias vezes, mas pelo recorde que jamais será batido.

Estava com minha namorada Desirêe, hoje atual esposa. Lembro-me que saímos de casa, no bairro Jaraguá, 30 minutos antes da partida começar. Descemos a pé até a Av. Antônio Carlos, de onde pegamos carona no “postinho”. Entramos em um fusca caindo aos pedaços. O motorista, solitário no carro, estava eufórico. Subiu a Avenida Abraão Caram e tentou cortar caminho pelas ruas do bairro São Luiz. Nas proximidades do Mineirão, não havia vaga. Foi aí que o rapaz subiu em um passeio das casas da Pampulha e deixou o carro. Quando olhei ao relógio, faltavam 15 minutos para começar o jogo. Subimos correndo e entramos até com certa facilidade. Difícil foi acessar a arquibancada. Quando conseguimos visualizar o campo o juiz apitou o início do jogo. Quando conseguimos um lugar “mais tranquilo”, Marcelo Ramos fez o gol. O estádio foi à loucura e eu também. Minha então namorada começou a passar mal. Sentiu falta de ar, devido ao calor e a multidão à sua volta. Tivemos que descer e assistir o restante do jogo da arquibancada inferior.

Confesso que naquela oportunidade calculava um púbico aproximado de 100.000 pessoas, haja vista que tinha experiência dos anos de glória das Supercopas 1991 e 1992, quando a média de público era altíssima. Apenas quando cheguei em casa fiquei sabendo do público total.

Hoje, compartilho com meus filhos Guilherme e Vinícius as experiências desse e de muitos outros dias de glória do nosso Cruzeiro.

Leandro Minardi

Leandro Minardi


Leandro de Mello Minardi
Cidade: Belo Horizonte
Idade atual: 37 anos
Profissão: Empresário

Eu era um dos 132mil. Cheguei cedo ao Mineirão por causa da preliminar que iria ter, e um amigo meu jogava na base do Cruzeiro (Rodrigão, zagueiro). Meu amigo fez pênalti, jogou mal, etc. Mas estávamos lá para prestigiar. Não percebemos que o estádio ia se enchendo, enchendo. Começou o jogo e eu era o último de 3 pessoas do meu degrau na arquibancada. Para ver o jogo, tinha que ir ora para um lado ora para outro lado para conseguir enxergar alguma coisa. No momento do gol, era tanta euforia e confusão, que, mesmo sem querer, subi três degraus da arquibancada e fui ser o primeiro da fila a três andares acima. Assisti ao restante do jogo sem ninguém a minha frente e foi só alegria.

Átila Dias

Eu estava lá pra ver meu time dar a volta olímpica!!

Na época eu tinha 2 cadeiras cativas ... peguei um congestionamento no anel rodoviário que só fui ver o gol do Marcelo Ramos no dia seguinte... mas consegui entrar nas cativas aos 15 min do segundo tempo só pra ver meu time do coração dar a volta olímpica e de quebra bater o recorde de público!!!
Zêêrooooo!!!


Leandro Alves

Leandro Alves


Leandro Alves

Sou de 1988 e tinha apenas 9 anos neste incrível jogo. Foi memorável. Fomos em família, inclusive meus dois irmãos, também novinhos, na época com 10 e 12 anos. Foi sensacional!! Chegamos bem cedinho, uma vez que tratava-se de uma final, jogo cheio. Porém, meu pai não imaginava que seria tanto. Salvo engano meu tio também foi, até mesmo para ajudar a "tomar conta" da criançada fora e dentro do estádio.

Não tem como narrar e explicar o quão incrível estava, nesta época, o antigo Mineirão. As arquibancadas se moviam, tamanha a lotação e agitação, sendo desnecessário citar que não havia um espacinho para sequer as crianças descansarem um pouco.

Em vários momentos meu pai teve de me colocar em seus ombros. Eu era o menor. Corria o risco de ser "esmagado", tamanha a empolgação da torcida, que pulava e entoava cantos.

Foi espetacular. Tenho vivo na memória aquele dia, apesar de muito novo. Mas posso afirmar com veemência: capitulo mais marcante que este somente o 6 x 1 de Sete Lagoas.

Wellington

Wellington


Wellington Aparecido Fernandes
Arcos-MG
Idade atual: 39 anos
Profissão: Técnico Especialista em Manutenção Industrial
 
Naquele dia tenho realmente uma história a ser contada. Estava noivo de pouco tempo, e minha namorada, evangélica, não muito fã de futebol, não gostava muito que eu fosse no estádio. Nesta época estava morando em Betim-MG. Na manhã daquele domingo, não fui a casa dela para ir à igreja, como de costume. Lembro que pouco antes do meio-dia fui para um ponto de ônibus para me deslocar para o centro de BH e, posteriormente, para o Mineirão. Porém, acabei sendo flagrado por ela, que passou vindo da igreja e me viu naquele ponto de ônibus uniformizado com a camisa do Cruzeiro. Não teve jeito...acabou discutindo comigo, mais assim mesmo fui para o estádio e fui um dos mais 132 mil torcedores naquele dia. Lembro de assistir ao jogo de lado, pois não conseguia ficar de frente pela aglomeração da multidão. Em resumo, vi meu Cruzeiro campeão. Pedi desculpas à minha noiva e hoje já estamos casados há 18 anos.

Thales

Thales


Thales Thaynner Ferrão da Silva
Contagem
Idade atual: 30 anos
Profissão: contador

Sim, eu era um dos 132.834 em 1997 a estar na nação de cruzeirenses, que registrou o maior recorde do estádio. Essa história se inicia com a minha mãe, que, por incrível que parece, nunca foi de frequentar estádios. Nesse dia, incentivada pela promoção da diretoria, em não cobrar de mulheres e crianças, ela resolveu ir ao estádio.

Eu tinha 10 anos, mas me lembro perfeitamente de alguns detalhes. Fomos em um folclórico ônibus, que sempre ia para Mineirão. Este saia do nosso bairro e, como sempre, estava lotado. A maioria das pessoas em pé, com a cara pintada e fazendo festa.

Quando chegamos no entorno do Mineirão, não havia vagas para o motorista parar o ônibus. O que hoje é normal, mas antigamente sempre achávamos vagas no entorno. Me lembro de ver motorista ficar rodando em busca de vaga, até que todos decidiram ir a pé ao estádio.

Logicamente, quando conseguimos chegar ao Mineirão, o jogo já tinha iniciado. Foi uma luta conseguir entrar no estádio, tinha uma fila gigante e ninguém respeitava a fila. Lembro de ter visto a policia tentando organizar, usando de muita força, mas estava difícil pra eles.

Quando conseguimos entrar, ainda nem havíamos subido as escadas, e ouvimos o grito da torcida. Marcelo Ramos tinha feito o gol!! Comemoramos o gol ali mesmo, todo mundo se abraçando. Aquele hall do extinto Mineirão virou arquibancada.

Quando minha mãe conseguiu chegar na arquibancada, percebemos que estávamos na torcida do Villa Nova. Eu nem lembro como isso aconteceu, mas quando assustamos estávamos tentando entrar na outra torcida. Ainda assim, conseguimos sair do local sem maiores problemas.

O melhor dessa história vem agora, quando finalmente chegamos na torcida do Cruzeiro, no meio do primeiro tempo do jogo. Estava tão cheio de pessoas e eu, muito pequeno, não conseguia respirar. Lembro que minha mãe foi tentando o melhor lugar no meio da torcida, mas parecia cada vez pior para mim. Quase desmaiei por falta de ar no meio da torcida.

Depois de muito tempo tentando um melhor lugar, eu realmente não consegui ficar ali, estava muito cheio. Tivemos que voltar tudo de novo, e acessar a arquibancadas inferiores, para conseguir ver o jogo. Mesmo lá, estava bem cheio, mas eu consegui ver o jogo.

Alexandre Ribeiro

Alexandre Ribeiro


Alexandre Elian Ribeiro
Cidade: Belo Horizonte
Idade atual: 41
Profissão: funcionário público
 
Experiência inesquecível. Fui com um amigo e o pai dele. Descendo a Av.Catalão próximo à Usiminas já era impossível se deslocar e paramos o carro ali mesmo. Fomos caminhando para o Mineirão. Foi o maior mar humano que já vi na vida e mesmo assim conseguimos entrar no estádio por volta de 15h15. Fomos para o tradicional Chiqueirinho (divisa com antiga cadeira cativa). Foi uma situação nunca vista pois vi a geral completamente lotada, inclusive atrás dos bancos de reservas onde era proibido ficar. O Cruzeiro jogou pelo resultado e fez um gol no primeiro tempo, ficou administrando o restante, mas o que valeu foi o show da China Azul.

Rafael Baeta

Rafael Baeta


Rafael Gontijo Baeta Neves

Tangará da Serra-MT
Idade atual: 35 Anos
Profissão: Engenheiro Agrônomo

"Lembro-me como se fosse ontem. Eu e meus amigos do bairro Nova Gameleira, todos naquela faixa de idade dos 15 a 17 anos, naquela euforia de se reunir no Residencial Inconfidência, tirar o sarro dos amigos atleticanos, pegar o ônibus e ir ao centro da cidade. Pegar um ônibus para a Pampulha... subir a Abraão Caram, cantar, tremular bandeiras com orgulho no meio da multidão. Com dificuldade passar pelas antigas catracas do Mineirão lotadas, ganhar a arquibancada que tinha seu espaço demarcado por tinta amarela sobre o concreto do gigante da Pampulha. Assistir ao jogo em meio ao mar de cruzeirenses, cantar, gritar, incentivar....Goooool.... Campeões.
Um domingo inesquecível".

Cleófas Tadeu Pinto de Souza Lima

Cleófas Tadeu Pinto de Souza Lima



Cleófas Tadeu Pinto de Souza Lima
Belo Horizonte
Idade atual: 37 anos
Profissão: Engenheiro

Bem, eu morava na Pampulha na época, no bairro Bandeirantes. Lembro que, antes do jogo, nos encontramos na minha casa, como sempre acontecia, primos, tios e amigos. Duas horas antes do jogo saímos a pé rumo ao Mineirão. No caminho pudemos perceber que o movimento estava bem maior que de costume. Quando chegamos ao Gigante da Pampulha pudemos ter a certeza de que não era um dia normal. Um mar azul e branco tomava conta do estacionamento e escadarias da orla do Mineirão. Era dia de casa cheia.

Estávamos todos com ingresso da arquibancada, muita demora para entrar, muito empurra-empurra. Quando entramos no Mineirão, fomos subir para arquibancada, a PM havia fechado a arquibancada e mandou todo mundo procurar outro lugar. Fui pra geral, assisti ao jogo agachado e no meio de duas cabeças de outros dois torcedores que estavam à minha frente. No momento do gol do Marcelo Ramos, tentei levantar, escorreguei e cai no chão. Minha camisa, que era branca, ficou toda molhada e suja. Mas a emoção era muito grande. Lançamento do maestro Palhinha e golaço do Marcelo Ramos. Inesquecível.

Wilson Chaves Paranhos
Capelinha-MG
Idade atual:51
Profissão: bancário
 
Eu tinha assumido a agencia do Bemge em São Sebastião do Maranhão e, na ocasião, foi marcado um curso em Betim para o dia 23/06, segunda feira. Como tínhamos perdido o jogo de ida de 2 a 1 – o Cleisson descontou, subiu no alambrado e fez uma grande festa em Nova Lima - pensei: não perco este jogo de volta de forma alguma. Vim sozinho de carro: 450 km, 27 deles de chão. Cheguei por volta das 14h e ainda consegui comprar o ingresso. Lembro que mulheres e crianças não pagavam e, para entrar no estádio, foi uma loucura. Empurra daqui, empurra dali, entrei com 10min de jogo, fiquei num lugar que não gosto que seria onde fica a torcida do time do ‘código de barras’. Mas foi justamente daquele lado que o Marcelo Ramos recebeu e tocou para as redes. Não sei nem quem eu abraçava. Era gente demais. Foi muita festa. O Villa não tinha forças para empatar. Bebi e cheguei no bairro Imbiruçu lá pelas 22h, morto e feliz. A segunda-feira foi braba.

Pedro

Pedro


Pedro Andrade Matos de Freitas

Cidade: Belo Horizonte
Idade atual: 26 anos
Profissão: Empresário

Me lembro daquele 22 de junho de 1997 como se fosse hoje. Com apenas 6 anos de idade, já vivia uma grande paixão pelo Cruzeiro. Meu tio Walmir, um dos grandes responsáveis por me apresentar essa gigante e gloriosa instituição, sempre levava a mim, minhas irmãs e meus primos ao Mineirão. Naquele domingo não foi diferente. Almoçamos na casa de minha vó e partimos rumo à Pampulha. Meu pai, atleticano, nunca me influenciou na escolha de meu time. Ainda bem.

Chegando ao estádio, aquela multidão de azul e branco. Fiquei enlouquecido. Havia levado um binóculo para ver melhor os jogadores. De nada adiantou. Não conseguimos passar da escada de acesso às arquibancadas. Lembro que, ali mesmo, sentei junto de meu primo Mauro para ouvirmos o jogo em seu radinho de pilha, mesmo com todo o tumulto que estava ocorrendo. As pessoas queriam acessar a arquibancada e nós dois, apenas torcendo com o radinho no ouvido, enquanto meu tio ficava na ponta dos pés tentando ver algum pedacinho do campo. Quando ouvimos o grito de gol, entoado por mais de 132 mil pessoas, meu tio veio nos abraçar. Foi uma grande emoção. Aquele gol do Marcelo Ramos certamente teve uma enorme contribuição para fortalecer ainda mais meu amor por este clube. Jamais esquecerei desse incrível e histórico jogo. Hoje, aos 26 anos, já acompanhei mais de 300 jogos no Mineirão e em outras cidades pelo Brasil. Tudo pelo Cruzeiro Esporte Clube.

Marcos Paulo

Marcos Paulo


Marcos Paulo

Belo Horizonte
37 anos
Gerente Comercial

Realmente pensar em mais de 132 mil pessoas no Mineirão parecia utopia. Lembro-me bem que ao conseguir estacionar o carro já bem longe do estádio, nos arredores da Lagoa, vi que o público estava muito maior do que se esperava. Meu amigo e eu estávamos com os ingressos já comprados, mas víamos uma quantidade enorme de pessoas ainda procurando. Passei por um senhor idoso, na faixa de seus 75 anos, caminhando pelo estacionamento com uma nota de R$ 10,00 em mãos (esse era o valor da entrada na arquibancada superior). Ao passar reparando as bilheterias, vi que seria impossível entrar no estádio sem o ingresso já comprado. Este senhor nunca saiu da minha mente, de certa forma fiquei até preocupado com a situação dele. Começamos a tentar entrar no estádio por volta das 14h, mas, quando conseguimos avistar o gramado, os times já estavam entrando em campo (o jogo foi às 16h). Foi realmente gratificante ter estado lá, mas realmente estar num lugar super lotado foi também de certa forma de se assustar. Não tínhamos como nos mexer, levantar os braços e vibrar com o time. A geral do Mineirão lembrava um formigueiro tamanha a lotação. Mesmo tendo sido um espetáculo e um público que jamais será mudado, penso eu na irresponsabilidade que foi liberar entrada gratuita para mulheres e crianças em uma decisão de campeonato. No final, tudo correu bem e não me lembro de ver noticiado muitos incidentes. Mas é um orgulho ter estado entre as 132.834 pessoas presentes naquele dia. A torcida rival pode até questionar o público, mas eu, como frequentador do Mineirão desde 1988, nunca vi nada igual. No fim, título para o Cruzeiro e festa azul em Minas.

Henrique Monduzzi

Henrique Monduzzi


Henrique Menezes Monduzzi
Belo Horizonte
30 anos
Administrador

Minha história me faz recordar daquele dia com muita alegria. Eu tinha apenas 10 anos e, logo de início, me lembro da dificuldade que foi romper aquela massa de pessoas para entrar no estádio e, depois, para ter acesso à arquibancada.

Eu e meu maior companheiro de Mineirão, meu pai, depois de muita luta, conseguimos chegar ao nosso tradicional local em que, até hoje, assistimos aos jogos do Cruzeiro (antigo Portão 3). O problema é que não conseguimos ficar um ao lado do outro, mesmo eu sendo, na época, uma criança de 10 anos e de toda a torcida estar em pé (só aí já dá pra ter um pouco de noção de como estava cheio o Gigante da Pampulha naquele dia).  

Fiquei a uns 5 metros de distância dele (imagina o tanto de gente entre nós dois) e lembro do meu pai dizer: "Na hora do gol a gente fica junto...". Não deu outra, 10 minutos do 1º tempo, Marcelo Ramos balança as redes e no meio daquela confusão de abraços, cerveja pro alto e bandeirão subindo, eu saí empurrando aquela multidão, ganhando espaço, até finalmente conseguir chegar até meu pai, dar um abraço para comemorar o gol e assistir ao restante do jogo.

Ainda bem que o gol saiu cedo, caso contrário eu assistiria ao jogo preocupado longe do meu pai. rs

Rodrigo Xavier

Rodrigo Xavier


Rodrigo Xavier Silva

Divinópolis-MG
33 anos
Cirurgião dentista

Estive presente no Mineirão no jogo histórico contra o Villa. Com apenas 13 anos fui acompanhado do meu pai, irmão, irmã e dois primos. Esses três últimos estavam lá pela primeira vez. Decidimos ir ao jogo no domingo mesmo e chegamos ao Mineirão por volta de 14h, sem ingressos. Conseguimos comprar e corremos para entrar no templo maior do futebol mineiro. Quando chegamos no acesso ao campo, vimos que estava entupido de gente e era impossível. Depois de procurar várias entradas, conseguimos nos espremer no meio do povo, onde hoje é o portão C superior. Minha irmã chorando muito, achando que ia morrer espremida no meio de tanta gente e meu pai preocupado em perder algum dos cinco adolescentes que estavam com ele. Vi ao jogo de lado, pois foi a única posição que consegui ficar. Em cada lance de arquibancada estavam três pessoas em fila. Pior que sardinha enlatada. Mas tudo valeu muito a pena! Foi emocionante ver o gol do Marcelo Ramos e vibrar com a maior torcida de Minas. E, de quebra, foi o primeiro título que vi do campo. Inesquecível! Tenho orgulho de dizer que estava presente no maior público da história do maior palco do nosso futebol!

Renan Pacheco de Pinho
Cidade: Belo Horizonte    
Idade atual: 28    
Profissão: Jornalista

Eu e mais 40 crianças vendo o jogo do juizado de menores
 
Eu tinha oito anos na época e minha família veio visitar meus avós no fim semana e também aproveitaram para ver o jogo. Lembro que começaram a comentar sobre a partida e alguns tios e primos decidiram ir comigo, meus pais, minha irmã e um amigo que veio comigo de Sete Lagoas. Como tem muito tempo, tenho alguns flashes sobre a ida ao jogo, mas lembro muito bem como o trânsito estava: tudo parado. E ali, na Av. Carlos Luz, vi uma imagem que nunca vai sair da minha cabeça: um senhor levava seu cachorro, como um pai leva o filho nas costas. Aquilo me encantou e me tirou boas risadas.

Chegamos ao estádio depois de muito custo. A energia ali presente era diferente de tudo que já tinha vivido. Eu já tinha ido ao Mineirão, mas aquilo era diferente, tinha muita gente... muita gente! Ao chegar nos portões , fomos informados que as mulheres tinham que entrar por um, enquanto o resto por outra entrada. Infelizmente, ali começou o inferno. A informação era errada, as crianças também tinham um portão só para elas. Só quando conseguimos chegar, na base do empurra-empurra e de muito suor, (outra imagem que não vai sair da minha cabeça: o que sobrava do desenho azul e branco no rosto de um torcedor, que já estava sendo todo lavado pelo suor), fomos avisados que as crianças tinham que entrar por outro portão.

Nessa hora, meu pai disse que já que estávamos lá e eu estava tão animado para entrar que não iria desistir. Ele me instruiu para entrar junto com meu amigo Cuia e meu primo André e esperar no poste de luz. Entramos e, no meu entender, misturado com ingenuidade e ansiedade, a tal luz era dentro do estádio. Meu primo, que não foi o bobo da história, ficou no local combinado e nos deixou ir. Já Cuia me seguiu e fomos parar dentro da arquibancada. Fomos felizes, encantados com aquele mar azul. Por outro lado, ali começou o desespero do meu pai e minha mãe... duas crianças de oito anos perdidas entre 132.834 torcedores.

Demorou a cair a ficha para nosso desespero também começar e notarmos que tínhamos feito uma lambança. Tentamos voltar, mas era impossível. Vi meu pai tentar subir as escadas que dão acesso ao estádio, mas ali também já estava impossível de andar, já tinha gente parada na escada para pelo menos sentir o jogo. Nesse momento, um homem nos viu e perguntou se a gente estava perdido. Apenas confirmamos com um sinal de cabeça e fomos levados por ele até encontrarmos dois policias. O moço explicou a situação e fomos levados para o juizado de menor.

Fomos as primeiras crianças a darem entrada lá. Nem me lembro como fomos atendidos, mas lembro que nos colocaram num lugar privilegiado para vermos a final. Rimos e esquecemos que Éramos crianças perdidas e curtimos o momento. A partir desse momento, o juizado foi virando uma pequena arquibancada. Muitas crianças e adolescentes apareceram perdidos e foram se juntando a gente.

O terceiro momento que não sai da minha cabeça foi o gol do Marcelo Ramos. Quando o atacante celeste colocou a bola nas redes, o Mineirão tremeu com nunca tremeu, ali foi o maior gozo do Gigante da Pampulha. Comemorei e na mesma hora comecei a chorar, pois era para eu estar dividindo esse momento com meus pais. Ahhh...eles estavam à minha procura e minha mãe já não tinha mais forças de tanto que chorava. No intervalo do jogo, o policial responsável pela grade para a entrada do juizado negou o primeiro tempo inteiro que tinha crianças perdidas no juizado. Depois de muita insistência do meu pai, ele deixou ele entrar. Meu pai me achou, chorou de alívio e me levou junto com o Cuia. Na hora que ele passou pelo policial, ele quase me esfregou na cara do rapaz e gritou para todos os pais que tentavam entrar, que a sala estava lotada de crianças.

Depois disso, a graça toda já tinha acabado e fomos embora para Sete Lagoas. Minha mãe, coitada, demorou um certo tempo para pisar no Mineirão. Já meu pai e eu (acho que a mãe do Cuia ficou traumatizada) voltamos para a final da Libertadores, onde meu velho passou mal...mas aí é outra história!

Denilson Rodrigues da Cruz
Brasilia-DF
49 anos
Consultor de TI

Na verdade, a história deste jogo histórico começa uma semana antes, no último clássico da semifinal, contra o América. Tínhamos uma turminha que sempre estava presente nos jogos do Cruzeiro. Nesta semifinal, em especial, como o jogo era contra o América, o Cruzeiro fez uma promoção em que as mulheres e crianças não pagariam ingresso. Foi um sucesso, com muitas mulheres comparecendo ao jogo dando um colorido e tom especial ao Mineirão.
Com a classificação para a final garantida e a eliminação do rival para o Villa Nova, a direção do Cruzeiro resolveu manter esta promoção também para a final.

No Mineirão era esperado um público em torno de 80 mil pessoas, que para uma final e a configuração do Mineirão na época (sem cadeiras e sem divisórias na arquibancada), era o normal.

Como sempre saiamos de casa duas horas antes do jogo, num trajeto de aproximadamente 17 km do Bairro Alvorada, no trevo de Sabará, até a Toca 3. Parecia um trajeto tranquilo apesar de ser uma final de campeonato.

Estávamos em dois carros e, quando chegamos na Avenida Antonio Carlos, começamos a ter uma dimensão de como seria o público, com as vias totalmente congestionadas.

Estava tão parado que consegui parar em um posto de combustível para abastecer e ainda voltar para avenida ainda sem que os carros se movessem.

Chegamos ao estádio faltando meia hora para o jogo começar, tivemos que estacionar na subida da Abraão Caram, bem embaixo, quase na Av. Antonio Carlos.

Subimos correndo ainda pra comprar ingressos. Quando chegamos ao Mineirão, a fila destinada as mulheres estava gigantesca. Praticamente impraticável para que as mulheres que nos acompanhavam pudessem assistir ao jogo.

Foi a hora da decisão mais difícil: as mulheres, infelizmente, tiveram que voltar e não conseguiram entrar no jogo. Depois do jogo ainda ficamos sabendo que cerca de 30 mil pessoas não conseguiram lugar para assistir ao jogo.

Conseguimos comprar ingresso com dificuldade e também com dificuldade entrar no Mineirão. Não havia mais lugar pra ninguém. O jogo já tinha começado e a torcida pulsava com a energia do local e do jogo.

Fomos para a última fila do anel superior da arquibancada, onde já existiam 5 filas de pessoas em pé se espremendo para ver o jogo acima dos ombros de quem estava à frente.

Logo aos dez minutos de jogo, Marcelo Ramos faz o Mineirão tremer com o gol do título. Neste momento, durante a comemoração, me preocupei primeiro em conseguir chegar mais um pouco à frente, para tentar ver o jogo de forma melhor.

Acabando o jogo foi aquela festa, a emoção de mais um título com o Cruzeirão e agora era ir feliz pra casa.

Infelizmente, na descida da Abraão Caram, indo para o carro, fomos vítimas de um arrastão, onde fui agredido e me levaram uma camisa novinha que tinha ganhado dias antes de presente de aniversário.

Mas nada que estragasse a alegria do campeonato e a certeza que participamos de um momento histórico, não só na história do Cruzeiro como também na história do Mineirão.

Pedro Henrique Martins
Nova Serrana-MG
28 anos
Advogado

Faz 20 anos, mas me lembro como se fosse hoje: meu pai fanático pelo Cruzeiro levou a mim e meu irmão mais velho Marcelo pela primeira vez ao Mineirão (Toca 3). Ocorre que minha mãe não queria deixar eu ir de jeito nenhum (kkkkkk), pois era muito novo. Eu tinha apenas 8 anos na época, e ela não podia ir pois tinha que ficar com meu irmão mais novo (André). Porém, meu pai disse que não precisava se preocupar, pois iria dar tudo certo. Assim partimos rumo ao Mineirão. Não tínhamos carro, tivemos que pegar um ônibus para Divinópolis e depois seguir para BH, pois não tinha ônibus direto de Nova Serrana para a capital. Assim que chegamos em Belo Horizonte, pegamos lotação e fomos para o Mineirão. Chegando lá comecei ver aquele mar azul de pessoas, e o coração batendo mais forte. Para entrar no Mineirão foi um sufoco, pois tinha filas separadas, sendo que crianças e mulheres entravam por um setor e homens por outro. Nesse momento da fila é que ocorre um dos momentos mais angustiantes da minha vida: a Polícia Militar fecha o setor de mulheres e crianças e não deixa mais ninguém entrar, alegando que estava uma bagunça a fila e que não iam deixar a gente entrar. Imaginem só o que pensei. Pensei que nunca mais ia ver minha família e comecei a chorar pois meu pai já tinha entrado e não tinha como me comunicar com ele. Porém, graças a Deus, uma mulher que até hoje agradeço (mais não a conheço) me viu chorando e falou para os militares me deixarem entrar pois meu pai já estava dentro do Mineirão. Quando entrei, meu pai estava doido me procurando. Me abraçou e me pôs em seus ombros falando que não ia me largar nunca mais. Após este fato, fui conhecer o Mineirão por dentro. Como um sonho, fui entrando e olhando a China Azul cantar. Lembro que o jogo foi muito tenso, e o Villa Nova era uma equipe muito boa. Porém, Marcelo Ramos, um dos maiores artilheiros da Raposa, fez a festa no Mineirão e dos mais de 132.000 presentes fazendo um golaço e dando o título ao maior time de Minas. Depois destes fatos, virei assíduo no Mineirão. Mas esse jogo entrou também para minha história como sendo o primeiro jogo que vi do Cruzeiro no Mineirão.

Wezivânea Vieira
Nova Lima/MG
Engenheira Ambiental

Eu, cruzeirense, fui com o meu marido, que é villanovense. O Mineirão estava lotado. A minha cunhada, que morava em BH, também cruzeirense, sabia que íamos para ficar na torcida do Villa. Ela havia dito que iria ao jogo, mas achamos que estava brincando, mesmo porque, não combinamos lugar para encontrar. De repente, olha ela lá, no meio daquela multidão, vestida com a camisa do Villa e com a do Cruzeiro escondida por baixo. Rimos muito daquela situação. Entramos para assistir ao jogo, mas tivemos que conter a euforia por estar na torcida adversária. Hoje podemos dizer que fizemos parte daquele espetáculo. O estádio tremia...Zerooooo!!! De volta ao túnel do tempo (1997) #EUFUI

Júlio Jr

Júlio Jr


Júlio Jr.

Lagoa Santa-MG
Idade: 35 anos
Profissão: Relações Públicas

Naquele domingo, 22 de junho de 1997, saí de Lagoa Santa por volta das 12h após uma disputa de uma semifinal do campeonato de futebol amador da cidade.

Eu havia locado uma Kombi para levar a mim e aos meus familiares ao jogo. Na verdade, fomos eu, minha tia Socorro (Cruzeirense alucinada), meu primo Rodrigo, uma tia já falecida e o motorista da Kombi que também iria ao jogo.

A Kombi era zero km e segundo o motorista o motor ainda estava "preso", o caminho de LS ao Mineirão nunca demorava mais que 40 min, mas pelo motor da Kombi gastamos quase 1:30h. Pela MG10 víamos até pessoas de bicicleta nos ultrapassar. A angústia era grande, mas só pelo fato de estar indo à esta final, já valia a pena e já estávamos com nossos ingressos à mão.

Chegando ao Gigante da Pampulha, aquela emoção, torcida organizada alvoraçada, estacionamento lotado, pensei: ‘Já que chegamos, bora passar em uma das barraquinhas externas para comer... Doce ilusão. Todas lotadas. Enfim, seguimos para dentro do estádio. Me lembro como se fosse hoje, ficamos na arquibancada inferior na divisa com a torcida do Villa Nova.

Aquele ar de hostilidade entre as torcidas, polícia em grande quantidade, mas era ali que tinha espaço, era ali que ficaríamos.

Como na parte da manhã eu havia disputado uma partida do campeonato amador de futebol, a fome já estava grande e nada de eu conseguir me alimentar. A fome estava apertando e nada, pois os bares estavam lotados.

Inicia-se a partida, aquela emoção, bandeiras, gritos de guerra, apreensão, faltas, jogadas ríspidas... Eis que, de repente, a torcida do Villa joga uma bomba na torcida do Cruzeiro, a mesma caiu perto de nós e um de seus estilhaços cortou a perna do meu primo.

Claro que sangrou, mas a emoção de ver o jogo falava mais alto. Sangue escorrendo e os olhos vidrados no campo.

Quando vi que a perna do meu primo estava muito ensanguentada, foi a deixa para comprar algo para comer. Falei com ele: ‘Velho, sua perna está com muito sangue. Bora no banheiro passar uma água nisso aí’.

Com o jogo rolando, era a deixa de encontrar os bares vazios: dito e feito. Comprei um belo tropeio que ja estava comendo com os olhos, não via a hora de devorá-lo. Voltamos para o nosso lugar, ao dar a primeira garfada?? Gol do CRUZEIRO. Um senhor que estava em uma cadeira de rodas à minha frente, levanta subitamente para comemorar, eh?? Lá se foi o meu tropeiro.....

Meu prato quase bateu no teto. Na hora, a raiva e a fome eram enormes, mas o gol amenizou tudo. Fato é que só fui comer lá pelas 20h, quando retornei a Lagoa Santa.
Com fome... mas campeão mineiro!!!!!

Viviane Teixeira Gama
Belo Horizonte
Idade atual: 34 anos
Profissão: Analista de Sistemas

Viviane

Viviane

Éramos adolescentes, eu e minha irmã, e fomos com nossa família naquele belo dia azul e branco ver o nosso time do coração. Foi emocionante a expectativa que criamos, porque tínhamos o hábito de assistir aos jogos do Cruzeiro no estádio. Porém, final de campeonato, era nossa primeira vez.

Fomos em carros separados e, chegando lá, nos deparamos com uma multidão absurda. Como consequência disso, nos perdemos de alguns primos.

A fila para a entrada estava enorme e nós duas (eu e minha irmã Bruna) com os corações acelerados, ansiosas para fazer coro com aquele som que ecoava e nos fazia arrepiar.

O jogo começou e estávamos do lado de fora do estádio. Meu pai já preferia não entrar e ficar por ali mesmo, ouvindo pelo rádio e curtindo uma resenha. Eu e Bruna loucas de ansiedade.

Quando pensa que não...GoOoOoOoOoLLLL.... E nós do lado de fora, mas comemoramos como se estivéssemos lá nos gramados.

O som da torcida gritando era ensurdecedor, apaixonante.

Passados alguns minutos, conseguimos entrar no estádio e curtir o final da festa junto à torcida linda que é do meu Cruzeiro.

Esse momento marcou nossa vida, marcou nossa história e estará para sempre em nossos corações.

Warlley Silva Barroso
Belo Horizonte
37 anos
Analista Financeiro

Lembro deste jogo como se hoje e toda a saga para poder assistir.

Era um estudante que morava na Floresta e como todo estudante não tinha grana para nada!

Lembro que pedi minha mãe e ela me deu simplesmente o dinheiro de passagem e ingresso.

Saio de casa logo após o almoço e vou caminhando até a Rua Curitiba para pegar o ônibus. No meio do caminho, vejo aquela quadrilha que estão jogando "bolinhas na tampinha" na avenida Santos Dumont. Paro um instante, vendo aquela "facilidade", aposto meu dinheiro. Lógico que perdi! Pensei indignado, como todos ficam, me roubaram!! Logo saem todos e fica eu ali parado sem saber o que fazer, com a minha camisa do Cruzeiro nas mãos e pensando: "volto para a casa?" No mesmo momento passa uma turma de cruzeirenses cantando e indo a caminho do ponto de ônibus.

Saio andando com aquela turma sem saber o que fazer... entro no ônibus e lá comento com um senhor que fui "assaltado". Ele paga minha passagem e me pergunta: como vai entrar? Não sei... ainda perplexo!

Chegando ao Mineirão, vejo aquela multidão!!! Vou para perto das bilheterias ainda sem acreditar, caminho até o portão de entrada, vejo aquele empurra-empurra todo. Saio do meio do tumulto e fico meio que perambulando no anel externo. O jogo já estava começando e ainda uma multidão do lado de fora... De repente, estou próximo ao portão onde estava entrando a torcida do Villa. Tiro  a camisa , vejo gente saindo do Mineirão passando mal. E, como um infrator, entro pelo portão onde estavam saindo alguns torcedores do Villa. Já escuto aquele barulho ensurdecedor. Gol do Marcelo Ramos. Quando consigo chegar nas arquibancada a festa já estava feita... Inesquecível!

Diego Matheus Teixeira
Belo Horizonte
32 anos
Analista de sistemas

A fila do portão que entramos estava dando volta no estádio. Quando conseguimos chegar na arquibancada superior, o jogo já tinha um minuto e não dava pra ver nada devido à super lotação. Decidimos descer para a geral, onde estava menos pior. Foi a conta de chegar e comemorar o gol do Marcelo Ramos. Emocionante só de relembrar, ainda mais que estava com a companhia da minha mãe. Essa foi uma das poucas vezes que ela foi ao estádio.

Luca Pagliarini Alves
Itaúna-MG
31 anos

Graças a Deus, eu estava nesse dia histórico! Minha mãe, tio, meu irmão e alguns amigos também estavam presentes. Saímos de especial, de ônibus, de Itaúna rumo ao Mineirão. Era a primeira vez de muitos que estavam no ônibus, inclusive eu. Lembro que, faltando uma hora para chegar no estádio, nos rádios já noticiavam que não tinha mais lugares na arquibancada. Ao chegarmos no estádio, fomos entrar, passamos pela catraca e ficamos esperando o pessoal passar. Ddigo porque, como tinha muitas crianças, incluindo eu, tínhamos que ficar todos juntos. Eis que acontece o gol. Não vimos, porque ainda estávamos descendo a rampa que dava acesso à geral. Nessa hora eu pensei: ‘Meu Deus, isso vai desabar!’ Falei com meu tio que estava junto: O Mineirão está balançando muito, isso é normal? Isso, Luca, é torcida do Cruzeiro, não vai desabar. Lembro pouco do jogo, era muito pequeno, quase não dava pra ver, mas, enfim, eu estava lá e pude fazer parte desse histórico jogo que estará pra sempre na memória de muita gente. Obrigado, Cruzeiro, por proporcionar muitas alegrias no Mineirão, o maior vencedor de títulos do estádio, sem discussão!

Lucas Santana

Lucas Santana


Lucas Pego Santana
Belo Horizonte
Idade atual: 30 anos
Profissão: Consultor

Tinha 10 anos de idade na época. Fomos pro campo eu, minha mãe e minha tia. Chegamos mais em cima da hora do jogo e, como a arquibancada estava simplesmente entupida, descemos para a geral. Chegando lá, encontramos com um tio meu e meu primo, por acaso. Naquela época não havia celular e um encontro, mesmo que marcado, era muito complicado quando se tinha mais de 100 mil pessoas no estádio. Foi uma coincidência incrível! Assistimos à partida atrás do banco de reservas do Cruzeiro. Como eu era criança, foi um pouco difícil ver alguns lances do jogo. O que mais me lembro é do gol do Marcelo Ramos e da festa no final da partida. E, obviamente, no dia seguinte a zoeira na escola em cima dos atleticanos pelo recorde de público da história do Mineirão (e pelo título também, por que não?). Esse sabemos que realmente existiu e ninguém vai nos tirar.

Marco Antônio Vieira Soares

1997......  Lembranças eternas.

Tarde de domingo e, após almoço em família, coloco o manto sagrado e sigo para o Gigante da Pampulha.

A primeira grande surpresa foi encontrar o anel rodoviário como um grande Rio Vermelho tendo a nascente em Nova Lima e percorrendo toda a extensão da rodovia até a Pampulha.
Espremido na arquibancada, ao meu lado, um pai herói sustentando em pé por todo tempo seu filho adolescente com deficiência física, mas com grande alegria no semblante, fato emocionante.
Retorno para casa com a certeza em ter presenciado um fato histórico que arrastou uma multidão de apaixonados ao templo do futebol.

Um dia de vitória de Marcelo Ramos, da Nação Azul, sem dúvidas vitória do futebol.

Michele

Michele

Michele Tatiana da Silva
Belo Horizonte
Idade atual: 28 anos
Profissão: Analista de Marketing

Eu era uma das 132.834 pessoas presentes no Mineirão naquele dia.

Eu tinha 8 anos naquele jogo. Fomos eu, meu pai, minha mãe, minha irmã (16 anos) e uma outra amiga da mesma idade que eu.

Estávamos todos sentados na grade da arquibancada superior, pois não tinha mais lugar. Para ver o jogo, era preciso arredar as bandeiras e ver pelos buracos da grade. Foi um jogo emocionante em todos os sentidos. Ter minha família reunida no Mineirão naquele dia, ver o Cruzeiro jogar e a arquibancada balançar como eu nunca tinha visto antes e nem depois daquele jogo.

Hoje, sou sócia-torcedora do Cruzeiro e estou lá acompanhando o time sempre que possível.

André Manaces
Charlotte / EUA
36 anos
Autônomo

Eu estava neste jogão. Tinha 17 anos e fomos eu e um amigo "Rodrigo" da mesma idade. Estávamos loucos com aquela multidão e ficamos na área em que a Máfia Azul se posicionava. No primeiro tempo, os caras acenderam aqueles sinalizadores vermelhos de fumaça e subiram o bandeirão ao mesmo tempo. Daí, a fumaça ficou presa embaixo da bandeira e meu amigo começou a passar mal e a vomitar. Kkk Então fomos ao banheiro para ele lavar a cara e a boca. Depois que ele ficou melhor, tentamos voltar para a arquibancada. Por conta da superlotação, não conseguimos de jeito algum. Tentamos entrar em todos os acessos e estava lotado. Kkk Daí nossa idéia foi descer para a geral e assistir lá.  Quando conseguimos já tínhamos perdido todo o primeiro tempo. Está foi a nossa história.

Djalma Thobias Pereira
Belo Horizonte
Idade atual: 54
Profissão: Coordenador de Manutenção Hospitalar.

Ainda bem que vou ter a oportunidade de contar como foi aquele meu dia do jogo Cruzeiro x Villa. Saí de casa cedo, muito cedo. Fiquei de bobeira circulando entre as maravilhosas barracas onde se comia o melhor pão com pernil, churrascos variados, tropeiro, espaguete e cerveja gelada. Falei com meu sobrinho: vamos entrar agora porque quero pegar um lugar privilegiado. Ele me disse: falta praticamente uma hora pra começar! Vamos entrar mesmo assim porque quero comprar tropeiro e uma cerveja e sentar tranqüilamente. Então entramos, entramos bem, porque o Mineirão já estava lotado. Você não tinha como comer o tropeiro porque não conseguia levar a mão até a boca. Então, depois de uma hora de espreme-espreme, vai começar o jogo. Assim que o juiz apitou a saída de bola, a primeira coisa que eu exclamei! PGP, mais de 120.000 pessoas aqui dentro e o danado de um pombo faz cocô em cima de mim. E foi assim que assisti este recorde de publico memorável: todo cagado de pombo.

Rogério Medeiros

Rogério Medeiros


Rogerio Medeiros

Ipatinga
Idade atual: 50 anos
Profissão: Engenheiro Mecânico

Naquele fim de semana, fui a BH com minha família visitar minha irmã, mas o objetivo principal era assistir à final do Mineiro.  Depois de tudo acertado com me cunhado, inclusive ingressos comprados, minha irmã e minha esposa manifestaram o desejo de ir também (família azul e unida). Porém, tínhamos um problema: eu tenho um casal de filhos, que na época tinha apenas 2 e 5 anos. Não havia com quem deixar os dois. O jeito foi ir todo mundo, com a seguinte combinação: ‘Meu cunhado cuidaria de minha filha e eu de meu filho (inclusive carregando no colo)’. Fomos logo após o almoço. Assim que o Mineirão abriu os portões, nós entramos. Aí veio a surpresa e até certo ponto apreensão: não parava de chegar gente e a policia foi deslocando a corda que separava a torcida do Villa.

Começou o jogo e a apreensão deu lugar à alegria que foi intensificada com o gol de Marcelo Ramos, gol que nos deu o titulo. Foi título de Campeonato Mineiro, mas tem um valor inestimável para todos que lá estavam e em especial para mim. Até me emociono ao escrever. Até hoje me lembro do meu filho, com apenas 2 anos, a sua maneira, nos meus ombros, juntamente com aquele mar azul que se tornou o Mineirão, balançando as mãozinhas.
 
Ficamos mais de 6 horas dentro do Mineirão, mas saímos extasiados, felizes ao extremo e com a certeza que nós seis ajudamos a compor as 132.834 pessoas que naquele dia escreveram na história do Mineirão. Um recorde que jamais será quebrado.

Gustavo Andrade Brito do Amaral, então com três anos

Gustavo Andrade Brito do Amaral, então com três anos


Gustavo Andrade Brito do Amaral
Belo Horizonte
Idade Atual: 23 anos
Profissão: Estudante

Como eu queria me lembrar de cada momento do dia 22 de Junho de 1997. Estava com 3 anos e ainda não havia conhecido o Gigante da Pampulha. Pela idade não me recordo muito bem sobre aquele dia, me baseio nos contos do meu pai sobre cada detalhe. Era manhã, ainda não tinha decidido que iríamos ao Mineirão, pois eu ainda era muito novo, somente 3 anos, mas uma luz dos Deuses do futebol iluminaram a mente de meu pai que num instante decidiu ir, e o melhor, iria me levar! Segundo ele relata, minha mãe não concordou 100%, mas meu pai jurou que não estaria tão cheio e não teria perigo algum.. errou feio! (risos).

Ao sair de casa, fizemos o mesmo caminho que fazemos até hoje, saindo do Bairro Renascença, pegamos a Bernardo Vasconcelos e logo a Antônio Carlos.. que já estava uma lentidão sem fim. Preocupado meu pai pensou.. volto? Não! já estou aqui agora vamos. Era aproximadamente 14 horas, o trânsito não se movia, e antes da UFMG meu pai conseguiu parar o carro, me colocou no ombro e foi andando, subiu a Abrahão Caram Ao chegar, enfrentou uma enorme fila para entrar, já dentro do Mineirão a grande surpresa.. Não tinha como me tirar dos ombros, pois havia ali dentro 132.834 torcedores, por sorte meu pai não teve que esperar muito comigo nos ombros, pois já estava quase na hora do início no jogo.

Já com bola rolando, quando Marcelo Ramos recebeu a bola pela direita e chegou finalizando cruzado e marcando o gol do título o Mineirão, estourou em alegria, e meu pai com pulos tímidos devido ao peso que já era bem grande comemorava comigo nos ombros. Segundo meu pai, eu não me assustei com o enorme barulho, só olhava e ria. Sem dúvidas era o prenúncio do resultado, do título e das alegrias que o Cruzeiro nos proporcionaria aquele dia (e até hoje). Meu pai teve que aguentar os 90 minutos de jogo comigo no colo, no intervalo era impossível ir ao bar, nem ao banheiro, ficou no mesmo lugar até o apito final. Quando o árbitro Marco Antônio Cunha levantou os braços e deu início uma tremenda comemoração no Mineirão, com gritos de ‘É Campeão’. Meu pai conseguiu dar os últimos pulos do dia. Ao fim, desceu as escadas, seguiu pelo estacionamento e lembrou o longo caminho que ainda teria de andar até o carro. Mas no meio daquela festa o caminho ficou curto. Ao chegar em casa demorou horas pra contar à minha mãe sobre como estava cheio, se resumiu num "estava cheio mas tudo tranquilo, campeões". O resultado final para meu pai naquele dia foi passar uma semana sem mexer os ombros (risos).

O que guardo até hoje é o orgulho de poder dizer que meu primeiro jogo no Mineirão foi em 1997, no maior público da história do Mineirão, com o pé direito, vitorioso e o melhor de tudo: campeão.

Abdo Miguel das Neves
Ribeirão das Neves
Advogado

Fui naquela data ao estádio de última hora, convidei minha esposa, mesmo grávida de 7 meses. Consegui comprar ingresso na raça. Lembro que mulheres e crianças não pagavam, mas, quando fui comprar, já não tinha mais gratuitos e tive de comprar. Lembro ainda que comprei ingressos para cadeiras que ficavam na parte inferior. Para chegar à bilheteria, o único jeito era empurrar. A lotação era tanta que entrei apenas no segundo tempo. Era inesquecível freqüentar o Mineirão naquela época. Esse jogo, então, não sai da memória.

Hoje estou com 47 anos e meu filho já vai fazer 19. Acho que é por isso que meu filho se tornou um cruzeirense doente.

Luiz Henrique

Luiz Henrique

Luiz Henrique de Souza
Belo Horizonte
35 anos
Manobrista

Tive a felicidade de fazer parte desse recorde de público no Mineirão. Fui acompanhado do meu pai. Fomos justamente achando que o público não seria tão grande pela final ter sido contra o Villa Nova. Um fato marcante nesse dia foi um enxame de abelhas que estava atrás do placar, nas arquibancadas. Na hora foi uma confusão, mas não havia como correr ou sair do lugar, e todos começaram a girar as camisas no alto. Ficou até bonito, e conseguiram espantar as abelhas.

Leandro Faria Mendonça Caixeta
Brasília
40 anos
Servidor Público

Nesse dia inesquecível a confusão foi tão grande que a contagem de torcedores não reflete a realidade. Havia fila para mulheres e crianças que não pagavam no dia, e fila para quem adquiria ingressos. Devido à super lotação, as famílias que pegavam a fila errada (catraca dos pagantes) não tinham como voltar. Atrás deles estavam centenas de torcedores. Por isso, pulavam a catraca. Só na minha frente pularam umas 10 pessoas. Isso se repetiu durante toda a entrada que durou cerca de meia hora. Com certeza, o público foi entre 140.000 e 150.000 torcedores. No rádio, mencionavam que, fora do Mineirão, havia outros milhares querendo entrar. Podem confirmar o que estou dizendo com quem cuidava das catracas e com outros torcedores. Foi incrível.

Leonardo Tapias

Leonardo Tapias


Leonardo Côrtes Tapias
Macaé-RJ
Idade: 33 anos
Profissão: médico

Era o ano de 1997 e o nosso Cruzeiro em mais uma final. Na época, com 12 anos, e morando na cidade de Caratinga-MG (300 km de BH), saímos do interior e partimos para BH. Aproveitamos para visitar alguns parentes e depois fomos para o Mineirão: meu pai, minha irmã e até minha mãe. Como era um jogo contra o Villa, meu pai disse para minha mãe: ‘jogo tranquilo’. ‘Angela, não vai estar tão cheio, crianças e mulheres não pagam, apenas eu vou comprar’. Chegamos em cima da hora do jogo, pois meu pai achou que não teria trânsito. Para entrar no estádio, aquele empurra-empurra e flutuando nas escadarias íngreme do Mineirão. Sem imaginar o que iríamos encontrar, entramos no Mineirão  e partimos para arquibancada. Neste momento, meu pai percebeu que estava errado. Mineirão lotado não tinha como assentar e olha que não tinha cadeira, era no concreto. Jogo sofrido com o gol do artilheiro Marcelo Ramos e o Mineirão balançando (sim ele balançava). Simplesmente sensacional...esta paixão que nos move. Hoje, infelizmente, estamos há quase 600km no interior do RJ, mas nunca deixamos de acompanhar. Sempre que possível estamos presentes neste estádio mágico.

Frederico Davin

Frederico Davin

Frederico Davin Ferreira
Lavras-MG
Idade atual: 26
Profissão: Servidor Público Federal

"22 de junho de 1997”. Com apenas seis anos de idade tive o prazer de presenciar junto aos meus irmãos e familiares o maior público da história do Mineirão. E se não bastasse a proeza de participar desse dia histórico e de ver meu time se sagrar mais uma vez campeão mineiro, fui uma daquelas criancinhas escolhidas a entrar em campo dentre as milhares presentes. E com um brilho nos olhos pude entrar ao lado de tantos ídolos do clube. Me recordo ainda da sensação indescritível de, após a entrada em campo e sem espaço para passar por entre as pessoas, ser carregado por cima de uma imensidão azul de cruzeirenses na arquibancada para chegar até o local onde se encontravam alguns de meus familiares. Hoje, com vinte e seis anos, e pelo resto da vida poderei dizer: EU ERA UM DOS 132.834."

Rodrigo Pinheiro

Rodrigo Pinheiro


Rodrigo Pinheiro

Belo Horizonte
48 anos
advogado

Sempre morei em Santa Tereza e naquele domingo estava com meu amigo Alexandre na Praça do bairro. Nós bebemos deste a manhã, sem intenção de ir ao Mineirão. O efeito de tantas cervejas nos motivou a ir, mesmo sem ingresso.

Chegamos à bilheteria do Mineirão e estava lotada. Não sei como naquela época era possível entrar de última hora mesmo sabendo que o estádio estava lotado.

Só lembro que, com muito custo, conseguimos entrar e nos dirigimos para arquibancada ficando atrás do gol do Villa Nova. Isto foi muito bom, pois, foi exatamente no inicio do 1º tempo onde Palhinha dá um drible de corpo no meio-campo e lança Marcelo Ramos, que fez o único gol da partida.

No intervalo fomos ao bar tomar uma cerveja. Isso tornou impossível ver o 2º tempo. Tinha muito torcedor na escadaria de acesso à arquibancada. Ficamos só ouvindo a vibração da torcida.

Inicialmente, esse jogo não teve tanta importância para mim, pois fui a partidas históricas do Cruzeiro. Só depois de tanto tempo e sabendo deste recorde de público, que jamais será superado, posso dar o valor de ter ido ao Mineirão naquele domingo. Sem dúvida é para ficar em minha memória e de tantos outros.

Daniel Penido

Daniel Penido


Daniel Penido
Itaúna

Ganhei  o Jogo, a Namorada e a Sogra
Esse 22 de Junho não tem como sair da cabeça!!!  Imaginem a situação:

Meu nome é Daniel Souza Penido, sou de Itaúna (90 KM de BH). À época cursava a faculdade de direito, tinha  18 anos e começava a frequentar a casa da Sogra!

 Naquele domingo, cheguei  bem cedo  na casa da namorada, vestindo a camisa do Cruzeiro, afinal, assistiríamos a final do campeonato Mineiro e veríamos o Cruzeiro campeão!!! Quando minha sogra me viu com o manto estrelado veio a surpresa:
_ “Daniel! Vamos ao Mineirão? Hoje será um jogo tranquilo! Contra Villa Nova não deve encher!!!  E como mulheres não pagam, você não precisará comprar o ingresso da sogra” , disse ela sorrindo.

Não pensei duas vezes. Fazia de tudo para ficar mais tempo com a namorada! E de quebra, faria uma grande média com a sogra e com o cunhado. O problema é que o sogro era atleticano e o tio da namorada (que foi o motorista do outro carro) também.  Éramos oito!  Dois atleticanos e seis cruzeirenses. Acertamos os últimos detalhes e fomos logo, a fim de almoçar o tropeirão do Mineirão. Oooo saudade!!!

Fomos quase os primeiros torcedores a entrar na arquibancada. Ficamos no meio do campo , na antiga passarela que existia no meio do anel superior. Estava tudo tranquilo!!!

Ledo engano!!!  Com o passar do tempo, aquela passarela mais parecia um estreito corredor. Nunca vi tanta gente num lugar só. João Paulo, meu cunhado mais novo, ficou com crise de enxaqueca, coitado.  Mas quando o Palhinha tocou para o Marcelo e esse tocou a bola pro fundo do gol, que dor de cabeça que nada!!! Festa geral!!!  

Apesar de tanta gente na China Azul, não vimos confusão. Todos cantavam e vibravam. A certeza que o time seria campeão naquela tarde era geral. Até os dois atleticanos da família sabiam disso e acabaram entrando no clima: gritaram Cruzeiro com outros seis mais felizes.

Moral da história: fui campeão mineiro, fiz parte do recorde de público do Mineirão e arrumei uma companheira de jogos do Cruzeiro: minha sogra. Depois daquele domingo voltamos em vários jogos e fomos campeões outras vezes. Libertadores, Copa do Brasil contra o São Paulo ... Mas isso é outra história.

Aquele namoro completou 20 anos em abril. Ana e eu nos casamos cinco anos mais tarde e já temos outra cruzeirense na família: Letícia, de 9 anos, a alegria da casa de cruzeirenses!!!

João Pousa Alves Filho

João Pousa Alves Filho


João Pousa Alves Filho
Itaúna
40 anos
Engenheiro de produção

Aquela tarde foi memorável!! Tinha 21 anos de idade e fui com um grupo de amigos que sempre marcava presença nos jogos do maior de Minas. O gigante da Pampulha foi enchendo, mas não tínhamos a noção do que vinha a acontecer. Após comemorar o título na arquibancada, fomos em direção ao carro. `Passando pelo estacionamento, ouvimos nos carros ali parados a divulgação da Rádio Itariaia a respeito do público recorde!! Esse dia foi inesquecível!!

Dinarte

Dinarte

Dinarte Moreira dos Santos
Belo Horizonte
34 anos
Advogado

Prezados amigos da página do Cruzeiro no Superesportes,
Digo amigos porque me acompanham diariamente na leitura das notícias do Maior de Minas (e várias vezes ao dia!).

Creio que minha história sobre o jogo deva ser interessante como muitas outras mais.
Eu tinha 14 anos de idade e desde aos 8 ia aos jogos do Cruzeiro com meu pai de forma quase que ininterrupta! Sem exageros, éramos parceiros de Mineirão e íamos a todos os jogos Azuis Celestes no Estádio.

Naquele inesquecível 22 de junho de 1997, como quase em todos os domingos, eu aguardava meu pai em casa (ele tinha o hábito de sair domingo de manhã para ir à feira comprar coisas para cozinha industrial que tinha em Betim e depois ele ia para algum bar de amigos e lá ficava até próximo da hora de irmos ao Mineirão) e ele demorava em chegar. Era a finalíssima do Campeonato Mineiro e tinha um apelo diferente: não seria contra o arquirrival do outro lado da Lagoa, mas contra o simpático time do Villa Nova, de Nova Lima. Portanto, não seria um superclássico, mas era um jogo que tinha suas atrações por si só.
 
Eu morava no Bairro Jardim Riacho, em Contagem, e o caminho para o Mineirão de carro, apesar de distante, era bastante ágil, pois pegávamos a BR Fernão Dias até o Anel Rodoviário e depois a Av. Presidente Carlos Luz (Catalão). Em razão disso, meu pai, que era nada pontual, costumava chegar em casa faltando apenas uns 40 minutos para o jogo.
 
Aliás, impressiona como as coisas eram mais simples antigamente e funcionavam melhor: não haviam vendas antecipadas, comprava-se ingresso na hora do jogo; a gente saia de casa, de Contagem, faltando 40 minutos; estacionava o carro dentro do estacionamento do Mineirão (as vezes em fila dupla, é verdade); comprávamos ingresso e pegávamos fila para entrar. Ainda assim, conseguíamos chegar na arquibancada minutos antes da bola rolar. Hoje em dia, se sairmos com essa mínimo antecedência, provavelmente conseguiríamos entrar apenas no 2º tempo, mesmo com ingressos antecipados e todos os “avanços” tecnológicos.
 
Pois bem! Meu pai chegou em casa “adiantado”, faltando 1h para o jogo. Se minha memória não falhar, o jogo era às 16h e meu pai parou o carro na porta da minha casa às 15h, algo praticamente inédito, acompanhado de uma amiga de nossa família que, às vezes, ia também aos jogos. Eu e mais dois amigos do bairro entramos no carro e partimos para um dos jogos mais históricos do Cruzeiro Esporte Clube, sem termos a exata noção disso.
 
Minhas duas irmãs, que não tiveram bom gosto na escolha dos times (são alvinegras), também foram à partida na torcida do Villa Nova com nossos vizinhos que também têm esse péssimo hábito de torcer mal e entraram tranquilamente no estádio.
 
Isso porque não podemos deixar de lembrar um detalhe importante daquela decisão: mulheres e crianças até 12 anos não pagavam ingresso. Mas, ainda assim, nunca imaginaríamos que aconteceria o ocorrido naquela tarde/noite gostosa de domingo.
 
O primeiro susto veio quando, ao pegarmos o Anel Rodoviário e, após ultrapassarmos o trevo da BR-040, o trânsito simplesmente PAROU! Um engarrafamento inacreditável estava ali formado, como nunca tínhamos pegado antes no trajeto ao Mineirão. Logo pensamos: “- ah, deve ser algum acidente”. E seguindo vagarosamente para “o campo”, incrédulos ainda com a situação (pois não chegava nunca o tal “acidente”, começamos a ficar apreensivo com o passar dos escassos minutos de “folga” que tínhamos ante a demora do tráfego.
 
Assim, quando estávamos ainda no Anel Rodoviário, mas já em sua marginal que dá acesso à Catalão, o vimos que realmente era engarrafamento para o jogo e num ato de desespero meu e dos meus dois amigos, pedimos para o meu pai: “- pelo amor de Deus, Pai, deixa a gente descer aqui e ir correndo para o jogo?”. Estávamos de frente ao Shopping e da fábrica de refrigerantes que tem ali e faltavam apenas 15 minutos para o início da partida. Meu pai respondeu: “podem ir, mas me esperem na arquibancada no lugar de sempre, vou chegar com o carro lá”. Ah, doce ilusão do meu amado e já saudoso pai. Mal podia ele sonhar que aquilo ali era o maior público da história do Gigante da Pampulha que estava a quase nos tirar de vermos a finalíssima.
 
Com meus gás de garoto de 14 anos e em plena forma física (ah, que saudade daquela jovialidade!) eu e meus amigos fomos correndo para o campo sem parar e chegamos às bilheterias – aquelas que ficavam entre os portões 3 e 6 do Mineirão – com o jogo já iniciado. Eu por ser um pouco mais alto que eles e mais encorpado, avancei na fila espremendo-me em uma verdadeira luta para comprar os ingressos, quando ecoou de dentro do estádio a emoção mais forte do nosso inigualável esporte bretão: o grito ensurdecedor de GOOOOOOOOL da China Azul, que nos causou um misto de imensa alegria e decepção de não estarmos lá assistindo ao vivo o tiro certeiro de Marcelo Ramos estufando a meta defendida pelo Leão do Bonfim.
 
Prosseguindo a nossa luta pela compra dos 3 ingressos – enquanto eu já imaginava como meu pai iria enfrentar essa situação – chego na bilheteria e ouço da atendente: “- acabou a arquibancada, só tem geral!”. “- O que? Como assim ‘acabou a arquibancada’?”, berrei incrédulo. Eu nunca tinha visto um jogo na geral antes, mas, naquela altura do campeonato, a situação não nos dava outra solução: “-ok, moça, me dê 3 ingressos,”
 
E partimos para a geral, em um nova miscelânea de sentimentos dentro do peito, pois a alegria de conseguir entrar  confrontava o receio da nunca antes visitada “Geral” (a única coisa que sabia de lá era que as placas de publicidades não deixavam ver o jogo direito).
 
Ao chegarmos “no gramado”, veio a surpresa: a Geral estava completamente tomada e olhávamos surpresos para as arquibancadas pulsando em gritos de amor ao CRUZEIRO de uma forma nunca vista antes: era gente demais! Demais! A boa e velha expressão “mineirês” ecoou da boca dos 3 adolescentes ao mesmo tempo: “-Núúúúúúúúúú!”. Era um mundo de gente sem precedentes. Eu que era mais experientes que mais amigos de Mineirão e já tinha vivenciado até um jogo da seleção brasileira nas eliminatórias de 1993 para a Copa de 1994, logo bradei:”- Caramba, tem mais de 90 mil pessoas hoje!”. De fato, eu não errei, mas jamais imaginaria que seria o recorde histórico e que jamais seria batido.
 
O jogo prosseguiu e pouco conseguíamos ver! Mas, pouco importava isso: fazíamos a festa junto com a torcida, principalmente quando “Ola”, enfeitava o Mineirão de forma nunca antes vista.
 
Acabou a partida e o Cruzeiro sagrou-se bicampeão mineiro: o tento (não visto por nós) de Marcelo Ramos decidiu a partida ainda aos 10 minutos do 1º tempo e a China Azul comemorou mais um título, embalada pela classificação contra o Grêmio nas quartas de final da Copa Libertadores (que posteriormente também viria a ser nossa) e a consciência de que vivíamos um dia histórico.
 
Encerrada a cerimônia de premiação e a volta olímpica, eu olho para os meus amigos e lembro: “Xiii, cadê meu pai?”. Eu não tinha ideia se ele tinha conseguido chegar no Mineirão, comprado ingresso e entrado no “campo”. Então, eu e meus amigos tivemos que nos virar e voltar de “busão” para a casa. Demoramos quase 3h30 para conseguir pegar o ônibus e chegar.
 
Vale muito lembrar que pouquíssimas pessoas tinham celular à época. Era coisa muito rara e aqueles “tijolos” eram caríssimos. Portanto, não tínhamos como achar meu pai.
 
Cheguei em casa minha mãe estava desesperada, pois minhas irmãs derrotadas e até meu pai já estavam lá. E eu cheguei feliz, sorrindo e contando um feito histórico: eu estava presente no dia em que 132.834 pessoas estavam em uma mesma partida de futebol. Isso mesmo: mais de 132 mil pessoas estiveram presentes no maior público do Mineirão de todos os tempos, fato que soubemos por um comentário de um ouvinte de rádio dentro do ônibus de volta para casa. Inacreditável.
 
Meu pai sorriu também e disse que conseguiu entrar no intervalo, também na Geral. Procurou-me muito e não me achou, então pensou que seria bom para minha vivência aprender a me virar sozinho e ir para casa sem ele.
 
E assim, tomei um banho, jantei e fui dormir “rindo a toa, numa alegria incontida”, como dizia o saudoso Carlos César Pinguim, grande setorista do Time Azul Estrelado, o Maior de Minas, capaz de feitos como o descrito nesse texto.

José Geraldo Dias Filho

Estive naquela tarde de domingo no Mineirão. Meus três filhos, Géssica, Mairon e a Debora, entraram no gramado com a equipe. Depois, para ver o jogo, foi um sufoco por causa do grande numero de pessoas. Tive que ficar protegendo meus filhos e vendo o jogo de costas para o campo e com o pescoço torcido. Saí de do Mineirão com torcicolo, mas a dor não incomodou. Foi sensacional ver o gol do Marcelo Ramos, que por sinal entrou de mãos dadas com dois de meus filhos e carregou a Debora no colo. Estavam conosco ainda a minha esposa, na época a Conceição e minhas sobrinhas Nathalia, Paula e Anália. Foi um domingo de pura emoção e alegria.

Ronald Batista
Contagem
56 anos
Assistente de Vendas

Estava naquele dia entre os 132.834 pessoas, pois, como grande cruzeirense que sou, trabalhava em Guarapari/ES, na empresa da Samarco  e não poderia perder aquele jogo. Pois rumei para BH e antes liguei para amigos e solicitei a compra do meu ingresso. Estava com saudades também do tropeiro do Bar 13. Cheguei cedo e comi, mas, quando o jogo começou , a felicidade era demais. Estava apertado no meio da nossa imensa torcida, e vibrei muito quando Marcelo Ramos fez o gol da vitória aos 10 minutos. Nunca esta partida saiu da minha cabeça. Porém, ao lembrar que teria que ir embora de volta às 23h, não resisti, deixei para segunda feira e vibrei junto aos meus amigos.

Rodrigo Carvalho de Oliveira
São Luis no Maranhão
37 anos
Gerente/Engenheiro Civil

Fomos ao Mineirão num Chevette velho que só pegava empurrando e paramos o carro perto do posto em frente aos portões. Em seguida, fomos para a entrada. O problema é que as mulheres entravam em outro portão. Então combinamos de encontrar lá dentro ou após o jogo, perto do carro. Eu consegui entrar depois de muito empurra-empurra e minha tia mais meu tio foram ficando para trás. Lá dentro, foi impossível encontrar alguém.

Ufa....subi as escadas e fui procurar um lugar. Porém, não cabia mais ninguém. Então fiquei perto das escadaria agarrado na grade das escadas e não conseguia mexer nada. Fui sendo levantado pelo ombro a ombro com os outros e meus pés foram ficando no ar por muito tempo.... Muito engraçado.

Quando saiu o gol fui parar em outro lugar. Fui embora mais cedo por causa da multidão e só encontrei meus tios depois, pois eles desistiram de entrar e foram embora. Não esquecerei disso nunca mais. Espero que minha história seja contada ai.

Giancarlos Custodio Jorge
Monte Azul-MG
Idade atual: 40 anos
Profissão: Advogado

Uma verdadeira Odisséia

Ainda como estudante de direito, morava eu na capital mineira nos idos de 1997.
Meu irmão, Cláudio Moisés Jorge, veio do interior, de nossa Monte Azul, exclusivamente para irmos ao Mineirão para a final daquele Campeonato Mineiro.

Giancarlos

Giancarlos

Naquela época eu morava no centro da cidade, numa república de estudantes na Rua Guarani. Dali saímos para pegar um dos ônibus especiais que saiam da Rua Oiapoque em direção ao Gigante da Pampulha.

As ruas já estavam intransitáveis mesmo três horas antes do início do jogo.

Conseguimos, com muito custo, entrar em um dos ônibus e seguimos caminho pela Av. Carlos Luz (também conhecida como Catalão). O engarrafamento era gigante, pois o trajeto da Rua Oiapoque (onde ainda não existia o Shopping Oi) até o Shopping Del Rey durou mais de uma hora.

Pouco antes de chegar ao trevo desse shopping, quando o ônibus passava em frente a um bar, que estava cheio de torcedores do Atlético, a torcida dentro do coletivo começou a hostilizar o pessoal que estava no bar. Depois de muita gritaria e ofensas mútuas, alguém lançou uma garrafa de cerveja em nossa direção. Resultado: várias pessoas feridas.

Mas a nossa saga não teve fim ali. Após algumas pessoas descerem do ônibus, este seguiu o seu trajeto. Lembro-me que descemos dele antes mesmo de chegar ao Mineirão, próximo à entrada para o Bairro Ouro Preto, e seguimos a pé.

Chegando, só conseguimos ingressos para a geral (que ainda existia), e ficamos na última fileira da geral, embaixo de onde geralmente ficava a torcida do nosso maior rival, atrás do "gol da lagoa". Por conta do antigo placar do campo, ficamos agachados durante todo o primeiro tempo da partida para poder assistir à partida.

Somente com o término deste, quando alguns torcedores saíram pra comer o famoso tropeirão, é que conseguimos nos sentar e assistir ao segundo tempo sem obstáculos a nos atrapalhar.

No final, tudo valeu a pena, pois nos sagramos campeões mineiros. Após o fim do jogo, conseguimos tomar a nossa cerveja e comer o mais famoso feijão tropeiro do mundo, e meu irmão voltou feliz da vida para o interior.   

Wagner Marcial

Lembro deste dia como se fosse ontem.  Combinei com um amigo que iríamos juntos nesta final. Aconteceu que, além dele, as irmãs dele também foram e foi um grande dia. Fomos de ônibus, como sempre lotado de torcedores, mas sem nenhum problema.  Foi  um dia marcante desde a chegada no estádio. Nunca vi o Mineirao tão bonito. Havia uma enorme quantidade de mulheres e crianças. Todos ali se divertindo e torcendo. Lembro que no intervalo do primeiro tempo o mascote do Villa, um Leão, desceu de paraquedas no gramado, e a torcida começou a gritar: ‘Tá chovendo bicha! O, o,o’. Quando o gol saiu, percebi o quanto o estádio balançava. Apesar desta quantidade de gente, deu pra conseguir espaço pra ver. Só sentar que era quase impossível.

Nilson Afonso Gonçalves
São José do Jacuri - MG
Idade atual: 60 anos
Profissão: Funcionário Público
 
Oito amigos e eu fomos assistir ao jogo. Normalmente íamos de arquibancada, mas chegando lá, sugeri que fossemos de cadeira. Nos alojamos atrás das cabines de rádio, para melhor acesso aos bares. Na primeira vez foi fácil buscar cerveja, na segunda vez já estava ficando meio difícil, depois tornou-se impossível. Quando Marcelo Ramos marcou o gol, nem deu pra comemorar, pois dava para ver nitidamente arquibancada estava balançando. Passado o susto, comemoramos um dos melhores jogos que já assisti, só perdeu para Cruzeiro x Bayern.

Cristiano Araujo Borges
Cidade: Brasília
Idade atual: 35
Profissão: Servidor Público

Não entramos no Mineirão naquele dia. Tínhamos o costume de ir sempre ao Gigante da Pampulha, mesmo em jogos menores. Meu pai levava nós três aos jogos e aquilo era quase que um ritual. Ele sempre com o mesmo traje, para "não dar azar". Como de costume, deixamos para comprar os ingressos no dia, pois, apesar de ser final de campeonato, era contra um time menor, o Vila Nova, e não poderia encher tanto. Saímos com costumeira antecedência, mas já no início da Catalão percebemos que algo estava estranho. Havia gente demais ali. Imaginamos que todos haviam deixado para ir na última hora. Pelo rádio fomos ouvindo que o estádio estava enchendo. O engarrafamento não cessava. Depois de muito custo, chegamos ao Mineirão. Porém já não havia ingressos. Ou melhor, até seria possível adquiri-los para a Geral, mas meu pai achou melhor não arriscar, pois éramos três adolescentes/crianças e o estádio estava cheio demais. ‘Disse, vamos embora, veremos o jogo pela TV’. Mais tarde, ficamos sabendo que aquela fora uma oportunidade única: o recorde de público do Mineirão. Quem imaginaria tanta gente? O maior pesar, entretanto, veio no dia seguinte: descobrimos que uma conhecida, que nunca havia ido a um estádio na vida e que nunca gostou de futebol, teve a oportunidade de estar naquela partida histórica. Viva o futebol!

Gilberto Emilio

Gilberto Emilio


Gilberto Emilio Santiago de Paula
Belo Horizonte
54 anos
Vendedor

Sou nascido em Nova Lima, mas a paixão pelo Cruzeiro falou mais alto. No jogo de ida ficamos na torcida do Villa Nova: eu, meu pai e minha irmã, que trouxe a bola do jogo depois de um chute para a arquibancada. Ela enfiou a bola debaixo da blusa e eles pensaram que estava grávida. No Mineirão, meu pai ficou na torcida do Leão, sendo a última vez que foi a um jogo no estádio. Desta vez eu e meu irmão fomos para a torcida do Cruzeiro. Na hora do gol aconteceu um efeito dominó, onde meu irmão ficou caído com a mão para cima pedindo ajuda e eu rindo até conseguir puxá-lo.

Tatiana Xavier

Tatiana Xavier


Tatiana Xavier Gouvêa (Pai: Constantino José Gouvêa Filho)

 Belo Horizonte
Idade atual: 31
Profissão: Atuária

Para a minha grande alegria, eu estava presente no jogo histórico da final do campeonato mineiro contra o Villa!!!

O ingresso foi meu presente de aniversário, completei, no dia 20/06/1997, 11 anos de idade. Como meu pai mora em Viçosa e eu em BH, nossa comemoração foi no lugar que mais nos divertimos, o Mineirão, assistindo a mais uma final do Campeonato Mineiro.

Afinal, a minha paixão vem de berço, cresci amando o Cruzeiro graças ao meu pai.

Assistir o jogo não foi tarefa fácil, Mineirão lotado, entrada tumultuada. Não havia como colocar o pé no chão! rsrsrs

Como um bom pai, o Sr. Consta permitiu que eu assistisse ao jogo com os meus pés encima dos pés dele (literalmente dividimos o mesmo espaço no Mineirão)! Antes mesmo no início do jogo não havia água, nem mesmo um picolé para aliviar o nosso calor! rsrs

Mas, para a nossa alegria, gol do Nosso querido Marcelo Ramos e mais um título para a conta dos jogos inesquecíveis ao lado do meu pai. Nesse momento não importava mais o calor, a sede e a falta do picolé, importava apenas a comemoração e a alegria!!

Afinal, amamos o Cruzeiro é o que interessa!!!

João Victor Ferreira Brandão
Cidade: Belo Horizonte
Idade atual: 32 anos
Profissão: Advogado

Eu tinha apenas 12 anos de idade naquele histórico 22/06/1997. Às 12h daquele domingo ensolarado escuto a buzina da parati do meu pai na porta da minha casa, chamei meu irmão, que tinha 7 anos à epoca, e nos dirigimos em direção ao carro para irmos pro Mineirão.

Após 3h de trânsito, finalmente chegamos no estádio, onde encontramos com dois tios e dois primos e nos juntamos à multidão azul que se aglomerava nas escadarias de acesso à arquibancada. Meus tios e meu pai haviam comprado ingressos de arquibancada, mas estava impossível de entrar, então, conseguimos uma brecha para entrar na "geral" mesmo, meu pai passou eu e meu irmão literalmente por cima daquela multidão em direção à catraca das crianças e, depois de muita luta, nos encontramos lá dentro. Depois disso foi só desfrutar da enorme festa que a china azul fez no Mineirão e comemorar mais das dezenas de títulos que o Cruzeiro possui. Foi inesquecível!!!

Rodrigo Scarpelli

Rodrigo Scarpelli


Rodrigo Scarpelli Fernandes

Omã
Idade: 41 anos
Profissão: Engenheiro

Uma parte da família resolver a ir no Mineirão naquele 22/06/1997 e naquele dia meu tio resolveu a levar-nos no Mineirão de Kombi. Era tanta gente dentro daquela kombi que a sensação é que o carro não chegaria lá no topo...
Era gente demais, difícil de chegar, difícil de achar vaga, difícil de entrar e mais difícil ainda de achar um lugar para sentar todos juntos dentro do estádio.
Achamos um lugar na arquibancada próximo a área que dividia as cadeiras no antigo Mineirão. E foi enchendo, enchendo, enchendo até o ponto que ninguém podia se mover. Lembro que um rapaz começou a vomitar (ergh) na fileira em frente à nossa e não tinha nada que pudéssemos fazer.
O jogo começou, Marcelo Ramos balançou as redes para fazer um a zero Cruzeiro e contagiar a arquibancada que mais parecia um terremoto daqueles que treme toda a cidade. Bonito demais o Mineirão naquele dia.
Fim de jogo, Cruzeiro campeão como de costume. Festa total no Mineirão.
Após horas de comemoração e luta para conseguirmos sair do estacionamento com o Kombão campeão, retornamos a nossa casa e guardamos até hoje na memória o dia que o Mineirão se cobriu de Azul e branco!!!

Anos fora do Brasil, acordo todos os dias acessando o app do superesportes para atualizar sobre as notícias do Cruzeiro. Excelente trabalho!!!

Douglas Junio Faustino
Cidade: João Monlevade
Idade: 34 anos
Profissão: Designer gráfico

Eu, um adolescente com 14 anos , levado nesse dia histórico ao Mineirão pelo meu tio Nilson, mais conhecido como Tio Nilsinho.
Me lembro que saímos de João Monlevade e a BR 381 estava lotada. A chegada ao Mineirão foi complicada,  entramos e a imagem que me vem à cabeça era a chuva de papel higiênico que caia sobre o gramado e muitas bandeiras. Meu tio nos segurava, mas quando Marcelo Ramos fez o gol, bateu uma imensa alegria e muito desespero porque quase nos perdemos. Porém, foi depois desse episódio que tive a certeza de como eu amo o Cruzeiro Esporte Clube.

Magno Lúcio Madureira Filho
Cidade: Belo Horizonte
Idade atual: 36
Profissão: Psicólogo

Na manhã do dia do jogo, meu pai ligou para o Sr Holando (amigo dele) e combinou de comemorar o aniversário da Santinha (esposa do Holando) no jogo.

Holando e Santinha são de Nova Lima e torcem para o Villa Nova. Aqui em casa todos somos cruzeirences.

Fomos para o Mineirão eu, meu pai, minha mãe, Holando e Santinha. Compramos os ingressos no Mineirão, sendo o meu é dos meus pais na geral do Cruzeiro e Holando e Santinha na arquibancada do Villa Nova.

Foi minha primeira vez na geral e foi muito louco porque o gol do Marcelo saiu na nossa frente.
Nos encontramos do lado de fora do Mineirão e quando chegamos no carro, o carro não funcionava. Tivemos q ir até o aeroporto, pois o genro do Holando era taxicista lá, e assim viemos embora.

Emilio Melo Figueiredo
Sete Lagoas-MG
31 anos
Engenheiro Ambiental

O fato interessante da minha história nesse jogo, é que saímos de Sete Lagoas e não imaginávamos tal público. Fomos eu, meu pai, meu irmão, dois primos e meu tio. Na ocasião eu tinha apenas 12 anos, mesma idade de um dos meus primos, o Rafael.

Na época, por incrível que pareça, na arquibancada inferior crianças entravam em portões separados dos demais.

Assim, na hora do único gol do jogo, Rafael e eu estávamos do lado de dentro do Mineirão (mas não vimos o gol, pois estávamos após as roletas) e nossos pais e irmãos do lado de fora. Era medo de estar naquela multidão, sozinhos, mas virou alegria quando Marcelo Ramos fez o estádio tremer.

Logo após o gol, o restante da turma chegou e foi só alegria. Cruzeiro campeão e eu estava no maior público do Mineirão!!!

Guilherme Lanna
Cidade: Belo Horizonte
Idade atual: 33 anos
Profissão: Analista de Marketing

Ir ao jogo do Cruzeiro com o Vila foi uma saga. Sem dúvidas uma das lembranças mais incríveis que tive no Mineirão. Estávamos eu, meu pai e um amigo tentando vencer aquela "porta do desesperados" de um dos portões antigos do estádio. Lembro que eram centenas de pessoas tentando entrar à conta gotas naquelas portas! Que maluquice! Para uma criança de 13 anos, minha idade na época, era uma mistura de emoção e medo, era muita gente! Parecia que brotava do chão. Em determinado momento, apertado em meio à multidão, meus pés deixarem de tocar o chão, fiquei cerca de 30 minutos espremido e acompanhando aquele mar de gente! Conseguimos entrar! O jogo foi duro, o Vila jogou bem! Porém, na hora que o Palhinha deu aquele tapa pro Marcelo Ramos, que chutou cruzado e marcou o gol,  o coração disparou! Lembro de um rapaz me jogar para cima e eu ser levado por dezenas de pessoas de um lado para outro no alto, igual aqueles vocalistas de rock que pulam no público! A sola dos meus sapatos nunca ficaram tão distantes do chão quanto naquele dia! Sublime! Saudades!

Bruno Calonge

Bruno Calonge


Bruno Cesar Santana Calonge
Belo Horizonte
36 anos
Fisioterapeuta

Nasci e sempre morei em BH. Sempre fui ao Mineirão, desde meus 9 anos quando meu pai me levou a primeira vez, e naquele dia , apesar de ser uma final, mas como era contra o Villa achei que a procura não seria tão grande. Fui com um grupo de amigos e todos eles já tinham comprado antecipadamente. Só eu que não. No caminho para o Mineirão já estranhamos o trânsito na Catalão tão congestionado. Saímos por volta de meio-dia e só conseguimos chegar faltando uns 30 minutos para o jogo começar. Quando cheguei me deparei com o óbvio: ingressos esgotados. O desespero bateu. Mas aí a sorte sorriu: comecei a andar e de repente um rapaz oferece um ingresso de arquibancada pelo mesmo preço da bilheteria. Na hora duvidei mas peguei rápido. Ele alegava que tinha acabado de ganhar uma cadeira especial e que não era cambista. Com muito tumulto conseguimos entrar, um sufoco para entrar na arquibancada superior. Ficamos 3 em pé naquela escada que separava os degraus da arquibancada. Alegria total depois do gol do Marcelo Ramos. No intervalo falei que iria no banheiro e um senhor que estava atrás do nós, espremido, no degrau de cima da escadaria falou: não vá porque as pessoas não estão conseguindo passar pelo túnel que dá acesso à arquibancada. Me segurei e o Mineirão vibrou ao anunciarem o público total, no meio do segundo tempo. O recorde é nosso, a história não mente, jamais vai mudar.

Márcio Cesar Machado
Lagoa da Prata-MG
36
Consultor

Bom, eu estava neste jogo memorável.
Eu morava em Lagoa da Prata no interior de MG. Até o sábado que antecedeu o jogo não tínhamos combinado a então viagem para assistir ao jogo. Arrumamos uma excursão no domingo pela manhã e embarcamos pro jogo. Assistimos ao jogo da "finada" geral, um sol escaldante. Como não escutamos a divulgação do público, ao sairmos do estádio perguntávamos aos motoristas que nos falavam incrédulos do público presente de 132.834 pessoas. Ficamos sem acreditar e voltamos pra Lagoa da Prata com essa marca. Ainda tenho na casa da minha mãe o ingresso, pequeno e quadradinho, escrito a mão atrás o público pra nunca mais esquecer

Thiago Paiva

Thiago Paiva


Thiago Paiva Almeida
Campo Belo-MG
Idade atual: 34 anos
Profissão: Professor Universitário

" Uma bela manhã de domingo, céu azul de brigadeiro, lembro me bem do comentário do Zezé que surgiu dentro da kombi do meu tio Mario: Hoje o céu está azul e o Cruzeiro não perde por causa deste céu. Este foi o enredo de uma viagem de 4 horas até a capital mineira. Em Divinópolis um cabo de acelerador arrebentado quase põe fim à nossa epopeia. Mas aquele dia tinha que ser mágico, acelerador arrumado, partimos para nosso destino. Chegando no viaduto que dá acesso ao anel rodoviário, saindo da BR 381, nos deparamos com o congestionamento e percebemos que aquele dia não era um dia normal. Analisando hoje ser impossível um congestionamento para o Mineirão a partir daquele ponto. Chegando no Mineirão, o coração daquela criança de 14 anos explodia, um mar de gente sem fim. Entrei no Mineirão subindo as escadas da arquibancada prensado por pessoas, sem praticamente não sentir meus pés tocando no chão. Começa o jogo e ainda na euforia do início da partida vem o gol do flecha azul. Até hoje sinto a explosão de alegria no peito ao ver aquela bota tocar na rede e o Mineirão explodir....abracei várias pessoas, inclusive o Zezé que olhou no meu olho e disse...Eu te falei, não perderemos hoje. Depois do gol o Mineirão era só festa. Um detalhe naquele jogo me chamou a atenção. Pela primeira vez vi o chão da arquibancada balançar, assim como toda estrutura do estádio, inclusive a marquise. A torcida pedindo mais um e o Cruzeiro levando o jogo sem se preocupar, até que por volta de 45 minutos do segundo tempo o goleiro Cláudio do vila nova vai pra área tentar fazer o gol, o cruzeiro rouba a bola e Ricardinho tenta do meio do campo, infelizmente a bola não entrou, zagueiro salvou antes da linha, mas o que importava isso... depois deste lance foi só aguardar o apito final gritando: É campeão. Ao final do jogo ninguém queria ir embora. Queríamos ver a taça e a volta olímpica. Ao final de tudo viemos embora, com a sensação que fizemos parte de um dia histórico, e ele o foi. Hoje, aos 34 anos, me sinto feliz e honrado em ter assistido o jogo com maior público do Mineirão. Guardo com muita felicidade cada imagem daquele lindo dia de céu azul.

Renata Lopes
Pará de Minas
33 anos
Administrativo  

Meu pai escolheu um jogo "tranquilo " para me levar pela primeira vez ao Mineirão .. saímos de Pará de Minas bem cedo,pois não tínhamos ingressos .. chegamos lá e a surpresa: lotado!! eu com 13 anos, assustada com tanto de gente. Meus pais a procura de ingresso... Conseguimos comprar somente para geral e entramos. Meu coração acelerado.. torcida linda, eu fiquei emocionada . Na hora do gol, as arquibancadas tremiam, o Mineirão balançava. Só de escrever estou arrepiada... Foi maravilhoso e inesquecível. Minha paixão pelo time só aumentou e ir ao Mineirão virou um vício. Cruzeiro, o guerreiro dos gramados!

Miquéias Garcia Domingos
Belo Horizonte
42 anos
Gestor de cooperativas

Naquele domingo, lindo de sol e muita expectativa. Fui ao Mineirão com uma amiga - Fabiana. Chegamos cedo, como eu sempre fazia, ainda mais porque naquele jogo, mulheres e crianças não pagavam a entrada. Estava tudo azul, muita alegria nos arredores e nenhuma confusão entre as torcidas. Na entrada, eu e minha amiga nos perdemos. Ela entrou por um portão e eu por outro, ao lado, mas logo nos encontramos. Lá dentro do caldeirão, que já estava muito cheio e bonito como nunca, não havia lugares para ficarmos lado a lado, mas mesmo tão apertado, a educação dos torcedores falou mais alto e, me chamando de Marcelo Ramos, por causa da camisa 9 que eu vestia, se apertaram mais um pouco, cedendo um lugar para mim. Vencemos o Villa por 1 x 0 com gol do Marcelo Ramos e jamais será batido o recorde de 132.834 torcedores no Mineirão. Foi inesquecível!

Elvio Lúcio Ferreira
Belo Horizonte
Idade atual: 44
Profissão: Empresário

Era uma tarde de domingo de junho 1997, eu ainda morava em Nova Lima, e casa do Villa Nova, o adversário da final. Ouvi trameladas a semana toda, afinal o Villa havia vencido o primeiro jogo por 2x1.

Bem como todo jogo eu fazia um ritual, ligava para meu amigo, para combinarmos de ir juntos. Naquele ano fomos em todos o jogos no Mineirão, saímos 12h para o jogo, uma dificuldade para entrar no estádio, pois era uma onda de pessoas. Então entramos e lá dentro não tinha como ficar sentado de tantas pessoas ali. Bem, vida que segue. Começa o jogo e era um duelo muito difícil, até o gol do Marcelo Ramos.

"Foi quando aconteceu um fato curioso: uma mulher que estava atrás de mim desmaiou, devido ao calor e a emoção. Ela caiu em cima de meu amigo, que achou que ela esta comemorando e logo a retribuiu com um beijo. Ai foi quando ele percebeu a inércia dela e me chamou dizendo: reanima ela, reanima pois eu tentei e não consegui, vai você que fez curso de primeiros socorros!!!"

Tudo acabou bem, pois abrimos um espaço para ventilar e ela mesma foi voltando à consciência gradativamente. Nós a levamos ao ambulatório e tudo se resolveu.

Darival Darcy Resende
Belo Horizonte
Idade atual : 58 anos
Profissão : Comerciante

Naquela final estava lá eu, meu filhos Fernando Resende ( então com 15 anos) e Matheus Resende (então com 8 anos).
Chegamos ao estádio por volta das 14 horas, estava muito cheiro, não conseguia me aproximar do portão de entrada.
Estava de olho no Fernando e com o Matheus no ombro. Foi uma luta . Quando nos aproximamos do portão, quase desanimei, pois era um empurra-empurra e eu estava muito preocupado com os meus filhos.

Ao chegar perto da roleta, percebi que tinha muita gente pulando a roleta e não teve jeito: eu e meus filhos tivemos de pular também. Estávamos lá, porém, como centenas ou milhares de pessoas não fizemos parte da estatística. Acredito que o público naquele dia passou dos 150 mil presentes.

Compramos ingresso de arquibancada e só consegui entrar de geral. Quando entramos, já eram 35 minutos de primeiro tempo.

Dá-lhe Cruzeiro, o maior e melhor de Minas.

José Maria

José Maria


José Maria Neto

Estávamos eu, Pablo (Baleia), Gustavo (Tuto), Fred Carequinha para assistir o Cruzeiro ser campeão. Atrasamos um pouco pra chegar e ficamos do lado de fora no início do jogo e conseguimos entrar quando o jogo já estava com uns 15 minutos do primeiro tempo. Marcelo Ramos já havia feito 1 a 0. Comemoramos o gol do lado de fora antes de passar pela roleta.

Quando entramos, tínhamos ingresso da geral, fomos para trás do gol do Villa Nova. Ainda no primeiro tempo, o Tuto tomou uma cuspida nas costas. Passamos mal de rir. Logo depois, o Baleia tomou uma ‘laranjada’ (jogaram uma laranja descascada que já haviam começado a comer) nas costas. Ele pegou de volta e jogou na pessoa que estava na arquibancada. Nós não aguentamos de rir da situação. Depois disso, nós resolvemos mudar de lugar e começamos a andar, chegando no meio do campo na hora que os paraquedistas desceram no campo e ficamos ali até o final do jogo. No segundo tempo não teve nenhuma surpresa e nem mudança no placar. Cruzeiro campeão, e nós não vimos o gol do título ao vivo. Foi um dos melhores jogos que fomos juntos.

Publyo Heinrich

Publyo Heinrich


Publyo Heinrich de Moura Vidal
Conselheiro Lafaiete-MG
27 anos
Analista Contábil

Foi minha primeira em um estádio, com 7 anos de idade. Lembro que houve uma promoção onde criança não pagava e meu pai decidiu me levar! Estava completamente lotado e eu assisti ao jogo assentado nos ombros do meu pai. Não havia espaço para se mexer, mas foi sensacional! Experiência inesquecível e que me fez ser apaixonado pelo Cruzeiro até hoje!

Felipe Mota Hauck
Belo Horizonte
Idade atual: 37 anos
Profissão: Engenheiro de Telecomunicações

Tenho uma grande história sobre este jogo. Para se ter ideia do quanto é incrível, tenho um ingresso intacto do jogo, sem utilização e ainda não destacado (estou tentando localiza-lo nos guardados antigos).

Fui ao jogo com meu irmão e um primo. Compramos os ingressos com antecedência, enfrentando filas gigantes.

No dia do jogo nos reunimos e fomos para o Mineirão. O trajeto foi demorado devido à grande quantidade de gente.  Ali já percebíamos se tratar de um jogo especialmente cheio. A chegada ao Mineirão foi muito conturbada e sofremos para chegar ao nosso portão de acesso. Após horas na fila, fui pegar meu ingresso no bolso, e para minha enorme surpresa... ele não estava lá. Foi desesperador, não sabia se havia perdido ou esquecido. Não havia tempo para procurar,  e com a quantidade de gente, já esperava ficar de fora da final. Veio o choro e o desânimo. Meu primo era um pouco mais velho e tentando me animar disse que daríamos um jeito. Reunimos todo o dinheiro que tínhamos para tentar comprar com cambistas. Depois de muita procura e negociação, conseguimos um ingresso pelo triplo do preço. Entramos no estádio ainda extasiados pela emoção de conseguir o ingresso. Para se ter ideia do quanto estava cheio, ficamos na arquibancada superior, sentados na beirada de concreto, acima da boca de acesso, com as pernas balançando no ar. Apesar da emoção do jogo, só pensava no que teria acontecido com meu ingresso.

Fomos campeões em jogo apertado, 1 a 0 emocionante. Comemoramos muito ao fim do jogo e após chegar em casa, para minha grande surpresa, o ingresso estava sobre a mesa, intacto e sem sequer destacar o canhoto.

Imagina a importância de um ingresso do jogo em que foi estabelecido o recorde de público do Mineirão, sem que este tenha sido sequer utilizado para acesso.

Fábio António de Freitas Ferreira

Fábio António de Freitas Ferreira


Fábio António de Freitas Ferreira

Belo Horizonte
35 anos
Empresário

Um jogo inesquecível. Naquela época peguei o balaio no centro com mais 3 amigos. Lembro que estávamos na arquibancada lateral ao gol, desafiando a física, pois 2 corpos ocupavam o mesmo espaço sim. Quando nosso iluminado Marcelo Ramos abre o placar, a torcida comemorando o gol, acontece o inesperado. Começou uma avalanche de pessoas, todos tentando permanecer em pé, porém não tinha aonde segurar. Lembro de ter puxado meu amigo pela perna, ele já estava passando por cima te todos, indo em direção ao parapeito. Apesar do susto, carimbamos o campeonato e saímos com a faixa no peito.  #cruzeirosempre!

Jaime Ribeiro de Oliveira Júnior
Manhuaçu-MG
Idade atual: 33 anos
Advogado

Era apenas um garoto do interior do Vale do Mucuri, mais especificadamente Nanuque. Na ocasião havia acabado de chegar de mudança com a família para a capital, e o primeiro passeio foi assistir à final do Cruzeiro contra o Villa Nova no Mineirão. Até aí não imaginava o momento histórico que estava prestes a acontecer. Fomos então eu, com 13 anos de idade, minha mãe, coitada nunca tinha visto tanta gente e minhas duas irmãs, sendo que nenhum de nós pagávamos ingresso, pois naquele dia criança e mulheres entravam de graça. No portão de entrada, aquela muvuca, eu preocupado com minha mãe e minhas irmãs, mas o Mineirão era exatamente como "coração de mãe", cabia sempre mais um, e o calor e a empolgação empurrava para dentro do Gigante. Na arquibancada, me lembro que em apenas um degrau, numa largura de apenas 1 metro ficamos nos 4. Tudo era novo, me lembro de paraquedas, fumaça, confetes azul e branco. Me lembro que no gol não vi a bola saindo dos pés do Flecha Azul (Marcelo Ramos), pois tinha muita gente na frente, mas vi ela morrer do outro lado no cantinho direito do goleiro. Esperei pelo segundo gol quando o goleiro tentou fazer o gol. Fim de jogo, só festa, não dava para sair, juntou o util ao agradável.

Wallace Bastos

Campinas-SP
Idade atual: 35
Profissão: top líder de mmn

Lembrar daquele dia é surreal, foi minha primeira visita ao Mineirão, meu tio me levou escondido da minha mãe e acabou sendo filmado elogiando o tropeiro! Rs

A parte mais fixa em minha mente é que pouquíssimo tempo depois ele descobriu um câncer e acabou falecendo! Quando fui despedir dele no hospital e agradecer por tudo que fez por mim, ele me disse, "ainda bem que te levei mesmo escondido no Mineirão"! Realizou meu sonho e aquele dia é uma lembrança marcante em minha vida! Meu tio Airton e meu avô também falecido João Olegário são os maiores torcedores do Cruzeiro que conheci!!! Obrigado redação por me fazer lembrar deles com esse post!!!!

André Manteufel Ferreira

André Manteufel Ferreira

André Manteufel Ferreira
Governador Valadares
Idade: 37
Profissão: jornalista

Como de costume, fomos eu e um amigo ao jogo. Mulher entrava de graça, e por isso aproveitei pra levar minha irmã e uma amiga. Dentro do Mineirão, embora muito lotado, não dava pra imaginar que havia mais de 130 mil pessoas. Ficamos encurralados na parede, lá em cima, no último degrau da arquibancada superior, bem atrás do gol, mas do lado esquerdo das cabines, no lado oposto ao da torcida do Cruzeiro. Foi o lugar onde conseguimos nos instalar. Imaginávamos ter umas 100 mil pessoas, no máximo. Apesar disso, em certo momento, a Máfia Azul, que naturalmente estava do outro lado, cantou de um jeito tão estrondoso que ficamos impressionados quando o som chegou atrasado aos nossos ouvidos.
O curioso mesmo ocorreu quando estávamos indo embora. Descíamos a Abrahão Caram, conversando sobre o jogo e chutando qual deveria ter sido o público. Não nos lembrávamos de ter sido anunciado dentro do estádio. Um torcedor que descia à frente nos ouviu conversando, virou-se e disse que foram 132 mil torcedores. Olhamos um para o outro e começamos a rir, irônicos, achando que ele falou aquilo brincando. Já dentro do ônibus, ouvimos o trocador comentando com um passageiro sobre os 132.834 torcedores. Olhamos um para o outro e, desta vez, soltamos uma gargalhada. Comemoramos mais o público presente do que propriamente o título mineiro.

Diego Nardelli da Silva
Dores de Campos

Eu estava lá e só consegui entrar com 40minutos do primeiro tempo. Na hora do gol estávamos no estacionamento do Mineirão. Entramos e ficamos de geral. No final, meu primo ainda conseguiu pegar uma das luvas que o Dida jogou. Ele fez e um quadro com ela, foi demais.

Rodrigo Emmanuel Dias Silva Bastos
Idade atual 38 anos
Cidade: Belo Horizonte
Engenheiro civil

Domingo...
Eu vou ao Mineirão...
Vou torcer pro time que sou fã!
Vou levar...
Foguetes e bandeiras!
Não é de brincadeira!
Ele vai ser campeão!
E eu não vou de cadeira numerada...
Eu vou de arquibancada...
Para sentir mais emoção...
E o meu time...
Bota pra f...!
Eo nome dele são vocês que vão dizer
Ô Ô Ô Ô! Ô,ÔÔ ooo... Zeeeêroooo!

Essa era minha ideia. Sair e como sempre faço... ver mais um jogo do meu time de coração. Mas logo quando saí de casa já percebi que não seria um jogo como os outros. Caraca!!!! O trânsito estava todo travado. Chegou ao ponto que eu tive que descer no shopping Delrey... na Avenida Catalão, e dali segui andando. Não me importei, porque a farra estava boa e a idade permitia tudo. A opção que todos tinham era essa.... e aí que foi ficando cada vez mais claro que aquele dia não seria "só mais um jogo". Quanto mais perto chegava do Mineirão, o mar de gente totalmente azul ficava mais intenso.

Cheguei. Finalmente. Mas aí começou a outra luta. Era gente pra "caramba". Queria, porque queria, assistir o jogo. Do lado de fora para acessar o Mineirão parecia que você estava em um ônibus lotado no horário do rush. Cara... estava difícil de andar. Na verdade, a gente não andava... Nós éramos levados por aquela onda de gente, por aquela onda de apaixonadas pelo Cruzeiro.

Ufa....entrei no estádio. Agora começava a entender que nada ali era normal. O anel interior do estádio estava lotado.... muita gente mesmo. Pessoas que inclusive nem conseguiram ver o campo, apesar de estarem a poucos passos das arquibancadas. O que ficou marcado na minha memória foi o alto falante do estádio dando a dimensão do que estava acontecendo. Não me lembro exatamente as palavras que foram ditas pelo locutor, mas foi tipo assim, traduzindo, rsrsrs : "fude galera... vamos fechar os portões. Ficará muita gente do lado de fora... mas aqui dentro não cabe nem uma formiga mais." Tipo isso. Era gente de mais. Indescritível. Só quem esteve lá sabe o que estou falando. Nuuuuuuuuuu.

E aí depois foi só alegria. Eu vi o jogo todo do mesmo lugar porque não tinha como nem se mover. Se apertasse a vontade de ir no banheiro... já era.

Um dia Indescritível... fantástico... que me marcou e ficará na minha memória pra todo o sempre.

Zeeeeeeerrrrooo sempre.

foto: Ataíde, de Contagem

Ataide Pinheiro da Silveira
Contagem
Idade: 34 anos
Profissão: Técnico segurança do trabalho

Comprei ingresso para a antiga geral. Quando entrei, deparei com o portão da arquibancada sendo aberto, pois não cabia mais pessoas na arquibancada. Foi quando aproveitei para subir e assistir ao jogo. O mais interessante é que o chão balançava parecendo que ia desmoronar. E na hora do gol, aí parecia mesmo que ia cair. Muito bacana este jogo.


José Eduardo da Silva (d)

José Eduardo da Silva (d)


José Eduardo da Silva
Contagem
50 anos
Funcionário Público

Neste dia estávamos almoçando na casa dos meus sogros, na expectativa do jogo e, apenas duas horas para o início da partida, decidimos ir ao estádio. Éramos eu, meu sogro Sr. Jota, meu cunhado Guto e meu concunhado Warlen. Meu concunhado conseguiu arrumar uma Brasília para irmos e assim embarcamos rumo ao Mineirão. Lá chegando, meu concunhado conseguiu uma garagem para estacionar e fomos para as bilheterias. Chegando lá, quase desistimos, parecia impossível chegar a comprar os ingressos.
Mas meu concunhado, sempre ele, resolveu arriscar, pegou a grana de todos e se enfiou no meio da multidão aglomerada nas bilheterias.
Perdemos ele de vista e meu sogro já queria voltar para casa quando avistamos ele voltando por cima de todos que ainda queriam comprar ingresso. Ele literalmente voltou "nadando" pelos braços dos torcedores, como num show de rock. Tivemos que segurá-lo quando chegou ao fim da escadaria.
O próximo desafio foi entrar no estádio e conseguir um local para ver o jogo. O barulho da torcida era ensurdecedor. Conseguimos um lugar na arquibancada superior, em frente a linha divisória do centro do campo. Não se conseguia sequer mexer os pés do lugar. Estávamos próximos de uma junta de dilatação e o Mineirão balançava tanto que ficamos com medo de prender o pé nesta junta,
Quando saiu o gol do título então, foi uma explosão de alegria e tome Mineirão balançando, dava a sensação que iria ruir naquele instante.

Foi realmente uma partida especial naquele dia. A China Azul, maior de Minas é sensacional!!!!

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