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Dúvidas no time, postura e luta por título: Mano passa Cruzeiro a limpo para semifinal

Raposa abre duelo contra o Grêmio na noite desta quarta-feira, às 21h45

postado em 15/08/2017 17:17 / atualizado em 15/08/2017 21:35

Cruzeiro/Divulgação
Em treino no Beira-Rio, o técnico Mano Menezes definiu a escalação do Cruzeiro para enfrentar o Grêmio nesta quarta-feira, às 21h45, na Arena do Grêmio, pelo jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil. A escalação, entretanto, é um mistério, já que a atividade foi fechada à imprensa. Antes dos trabalhos com bola, o treinador concedeu entrevista coletiva e disse que tinha dúvidas nos setores de marcação e criação do meio-campo. Nas palavras de Mano, Lucas Silva, Hudson, Elber e Robinho disputam duas vagas na equipe celeste.

“Não tenho muitas dúvidas não. Embora eu sempre forneça a escalação oficial da equipe uma hora antes do jogo – é um comportamento que vale para sempre –, dificilmente vocês têm errado a formação do Cruzeiro quando todos os jogadores estão à disposição como estarão amanhã à noite nesse jogo contra o Grêmio. Ou vai jogar Elber ou vai jogar Robinho. Ou vai jogar Lucas ou vai jogar Hudson. E estamos conversados”.

Apesar de não divulgar o time, Mano deixa nas entrelinhas quem começará jogando. Os atletas que descansaram na derrota por 3 a 2 para o São Paulo – domingo passado, no Morumbi – tendem a retornar à equipe. São justamente os casos de Elber e Lucas Silva (este último cumpriu suspensão na 20ª rodada do Brasileiro). Além de falar sobre a decisão de poupar na Série A, Mano reforçou a postura vitoriosa que seus comandados terão diante de um adversário que ocupa a vice-liderança do Brasileiro e está nas quartas de final da Copa Libertadores.

“Todo mundo poupou, né?! Poupou no sentido de tirar os jogadores mais desgastados, de aproveitar os jogadores que estavam melhor fisicamente para domingo e tê-los todos bem para o primeiro jogo da semifinal. Isso vale para nós, vale para o Grêmio, vale para todo mundo. Penso que todos também tenham o mesmo objetivo, que é o de vencer. Não se entra num jogo como esse com o pensamento que não seja o de vencer. Mas as estratégias que podem nos levar às vitórias podem ser diferentes para um e para outro. É isso que muda. Cada um entende a maneira mais correta de buscar a vitória. E nós vamos fazer a nossa, sabendo que vamos enfrentar uma grande equipe do futebol brasileiro, uma das duas que vêm jogando o melhor futebol, todos também sabem e concordam. Parece que é uma unanimidade. Mas nós só temos dois caminhos nessa hora: ou senta, chora e se desespera; ou enfrenta o grande adversário que tem pela frente. O Cruzeiro tem time para enfrentar o grande adversário que tem pela frente. É nisso que acreditamos, é isso que tentaremos a fazer”.

A promessa do treinador de buscar a vitória no Sul do país vai ao encontro do objetivo do Cruzeiro de conquistar um título oficial em 2017. A Copa do Brasil é a grande esperança, já que a equipe falhou no Campeonato Mineiro (perdeu para o Atlético na final) e na Copa Sul-Americana (foi eliminado pelo Nacional-PAR) e está apenas na nona posição no Brasileiro, a 20 pontos de distância do líder Corinthians. O último troféu expressivo de Mano foi justamente a Copa do Brasil de 2009, quando estava no comando do Timão.

“Quando iniciamos o ano, disse que o Cruzeiro voltaria a disputar títulos. Disputamos um, no Campeonato Mineiro, e perdemos. Isso não acontecia há dois anos. Parece pouco, mas o Cruzeiro voltou a disputar um título, que é o lugar dele. Tem que disputar todo ano com o Atlético para tentar vencer a primeira etapa e o primeiro título que se joga no ano. Novamente estamos nas semifinais de uma competição de maior grandeza, que é a Copa do Brasil. Vamos tentar passar pelo Grêmio para disputar o título da Copa do Brasil contra o adversário que passar do outro lado. Esse é o objetivo. O pessoal do futebol brasileiro confunde muito fazer bom trabalho e ganhar títulos. Todas as equipes que estão à frente do Cruzeiro no Brasileiro, tirando uma ou duas, são capazes de ser campeãs. Já foram campeãs em outros anos. Então é assim mesmo, é duro, é um campeonato duro. O que precisa acontecer para o Cruzeiro é estar entre essas equipes sempre. Porque aí volta a disputar, volta a chegar e volta a ganhar”.

ITAMAR AGUIAR/AGENCIA FREE LANCER/ESTADAO CONTEUDO

Veja outros pontos da coletiva de Mano Menezes nesta terça-feira

Há vantagem em jogar a primeira partida fora de casa?

“Quando iniciamos o ano, disse que o Cruzeiro voltaria a disputar títulos. Disputamos um, no Campeonato Mineiro, e perdemos. Isso não acontecia há dois anos. Parece pouco, mas o Cruzeiro voltou a disputar um título, que é o lugar dele. Tem que disputar todo ano com o Atlético para tentar vencer a primeira etapa e o primeiro título que se joga no ano. Novamente estamos nas semifinais de uma competição de maior grandeza, que é a Copa do Brasil. Vamos tentar passar pelo Grêmio para disputar o título da Copa do Brasil contra o adversário que passar do outro lado. Esse é o objetivo. O pessoal do futebol brasileiro confunde muito fazer bom trabalho e ganhar títulos. Todas as equipes que estão à frente do Cruzeiro no Brasileiro, tirando uma ou duas, são capazes de ser campeãs. Já foram campeãs em outros anos. Então é assim mesmo, é duro, é um campeonato duro. O que precisa acontecer para o Cruzeiro é estar entre essas equipes sempre. Porque aí volta a disputar, volta a chegar e volta a ganhar”.

Observações sobre o Grêmio

“Esse é um tipo de coisa que a gente não conta, né?! Mas você disse bem: todos os adversários certamente estudaram o Grêmio nos últimos jogos, assim como os adversários estudam o Cruzeiro. O que faz a diferença é o que você faz com esse estudo na prática, lá dentro de campo. Continua sendo a parte principal do futebol a execução. E a execução pertence aos jogadores. O que faz mesmo a diferença é se você executa bem ou se não executa bem, se joga bem o jogo ou se não joga bem. E o Cruzeiro sabe que precisa fazer ótimo jogo amanhã para pode ambicionar um bom resultado”.

Jogo contra um time do mesmo nível

“Jogos do mesmo nível são melhores. Ter a responsabilidade repartida é melhor para o jogo, é melhor para o comportamento que você deve ter. Porque sempre digo: eles têm os momentos deles, nós temos os nossos, nós temos que neutralizar pontos importantes deles, eles também têm que neutralizar pontos importantes nossos. Acho que o último jogo entre as duas equipes deixou claro que as duas têm pontos vulneráveis, como todos nós temos, e têm pontos importantes e virtudes importantes. Aquele que fizer melhor, fará o resultado do jogo”.

Luan e Pedro Rocha, do Grêmio

“Luan e Pedro Rocha são jogadores que dentro desse excelente contexto coletivo do Grêmio vêm se destacando individualmente. Mas sempre nessa ordem: primeiro o coletivo bom, um time forte, bem equilibrado e bem montado. Depois o individual. Sem bom time, ninguém navega sozinho nesse duro futebol brasileiro que temos, tão corrido e tão parelho”.

O que mudou de 2016 para 2017?

“Ano passado estávamos mais pressionados pela tabela do Brasileiro, pois estávamos nas últimas colocações e isso é uma pressão a mais. Você não pode voltar as suas atenções quase que com exclusividade para um ou dois jogos porque você tem jogo do Brasileiro três dias depois. A segunda é que a gente está mais maduro como equipe. Acho que o Grêmio também está. Mas o Grêmio já está no terceiro ano do estágio de uma equipe. O Cruzeiro está no segundo. E o primeiro ano sempre é muito difícil, a gente oscila mais, a gente comete mais erros. Dentro do primeiro semestre a gente ainda teve erros em demasia, mas acho que agora estamos mais preparados para enfrentar um jogo dessa grandeza e desse grau de dificuldade”.

Nível do adversário

“Ninguém ganha tantos elogios de graça. Às vezes pode haver pequenas discordâncias de um para outro, mas quando você é quase uma unanimidade como equipe – como o Grêmio é – é sinal de que você está fazendo as coisas bem feitas. Acho que o Grêmio está à frente como equipe e o Campeonato Brasileiro mostra isso. Mas no mata-mata as coisas se equilibram mais. Depende muito daquele momento em que você joga, daquele jogo especificamente. Podem acontecer coisas num jogo que muda a história do confronto. Então é em cima disso que teremos de estar preparados”.

Colocar em prática as boas atuações na Copa do Brasil

“Dá. É difícil, mas dá. Todos nós queremos a melhor parte das equipes que temos. Mas eu falo abertamente com os jogadores e gosto de trabalhar com conscientização. Quando terminamos o jogo contra o Palmeiras, nos primeiros 90 minutos, todos diziam que a gente tinha deixado escapar um grande resultado, que as coisas não tinham ficado boas, fui o primeiro a chegar ao vestiário e dizer aos meus jogadores que sabia exatamente o que tinha acontecido, que sabia que tinha uma pontinha de frustração de fazer 3 a 0 e deixar o resultado ficar em 3 a 3, mas que não deixassem escutar os outros. Disse que o resultado era bom. E era bom. E foi bom. Foi o resultado que deu a classificação ao Cruzeiro para as semifinais.

“Já vimos de tudo, já temos experiência e maturidade para saber entender essas coisas. Os nossos jogadores também. Nós vamos jogar o jogo sabendo de tudo isso. Mas não basta experiência e trajetória. O que vai estar em jogo é a competência de execução dos jogadores, a tranqüilidade e a boa cabeça para a tomada de decisão, a última decisão que sempre está com eles. São eles quem vão decidir”.

Chance de conquistar um título importante

“Me sinto contente por estar sempre perto da turma boa. É onde os grandes clubes têm de estar, nas grandes disputas. Hoje repetimos a trajetória do ano passado, estamos entre os quatro melhores da Copa do Brasil. Fizemos a competição desde o início, diferentemente dos outros que estão nas semifinais. Passamos por Volta Redonda-RJ, Murici-AL, desde o início da competição. Isso vai te dando credibilidade, vai dando seqüência, vai dando gosto pela competição. Quem faz tudo isso chega a essa hora e tem de usufruir disso tudo. É fazer o melhor que pode para avançar mais uma etapa. É o nosso objetivo nas semifinais”.

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