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Jogadores do Cruzeiro campeão de 2003 lembram a importância do título para o clube

Time que estava em campo lembra a decisão contra o mesmo adversário

25/09/2017 10:11 / atualizado em 25/09/2017 10:42
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Jogadores lembram daquela conquista e destacam a importância do título de 2003 para todos
foto: Auremar de Castro/Estado de Minas

Jogadores lembram daquela conquista e destacam a importância do título de 2003 para todos

O cronômetro do árbitro paulista Paulo Cesar de Oliveira nem marcava 30min do primeiro tempo quando a festa dos torcedores do Cruzeiro começou a incendiar o Mineirão naquele 11 de junho de 2003. E não era por acaso. A vitória parcial dos celestes sobre o Flamengo por 3 a 0, gols de Deivid, Aristizábel e Alex, antes do intervalo, já sinalizava que mais um título estava por vir: o da Copa do Brasil. O gol de honra dos cariocas, marcado por Fernando Baiano na etapa final, não abalou a euforia. A irretocável atuação não só garantiu o quarto título celeste na competição como ilustrou uma temporada perfeita, que culminou na Tríplice Coroa no fim do ano. E aquela partida há 14 anos pode servir de inspiração para o time celeste na decisão de quarta-feira, contra os mesmos rubro-negros, novamente no Gigante da Pampulha.

Maestro do time, Alex era o capitão da conquista celeste em 2003
foto: Jorge Gontijo/Estado de Minas - 11/06/2003

Maestro do time, Alex era o capitão da conquista celeste em 2003



As circunstâncias são semelhantes: mineiros e cariocas empataram por 1 a 1 no Rio, como ocorreu em 2003. E a expectativa é de que o Mineirão esteja novamente lotado, como na conquista de 2003, em que 79.614 torcedores se espremiam nas arquibancadas e garantiram o último grande público do estádio. Heróis do passado falam dos trunfos do time vencedor, dirigido por Vanderlei Luxemburgo e comandado dentro de campo pelo armador Alex, para que o Cruzeiro, de novo, se dê bem na decisão.

Atualmente no Paysandu, o volante Augusto Recife foi um dos pilares do time de Luxemburgo em 2003. Mesmo sem brilho, ele conseguiu fazer seu papel para que os atletas de frente brilhassem. Revelado na Raposa, o jogador admite torcer pelo time do coração e dá a receita para que o time atual busque a vitória: “Sou torcedor do Cruzeiro e estou acompanhando desde o primeiro jogo. Pela decisão ser em BH, é muita semelhança com 2003. Os jogadores têm de trazer à memória esse jogo. Muitos não são da época, mas acompanharam aquela decisão. O estádio estará lotado, como em 2003. Os jogadores do Cruzeiro farão de tudo para o título ficar em BH, até para gravar o nome na história do clube. Todo jogador tem que marcar história no clube e eles estão próximos disso”.

foto: Auremar de Castro/Estado de Minas - 22/05/2003

"Sou torcedor do Cruzeiro. Pela decisão ser em BH, é muita semelhança com 2003. Os jogadores têm de trazer à memória esse jogo. Os jogadores do Cruzeiro farão de tudo para o título ficar em BH"



Recife destacou o empenho dos atletas formados no clube naquela época: “O Vanderlei dava moral para a base e isso foi notório, mostrado na final. Acredito que 70% do time era da base. Poucos eram conhecidos, mas todos queriam mostrar seu valor e provar que tinham condições de ser campeões. Isso aconteceu comigo e também com Wendel, Glasdtone, Gomes, Jardel, Luisão. A trinca de volantes foi da base. E deu tudo certo. Tínhamos jogadores de alto nível no ataque, como Alex, Deivid e Aristizábal e nossa obrigação era carregar o piano para eles. E nos dedicamos muito, porque eles decidiram para nós. Em três lances, decidimos o jogo no Mineirão”.

foto: Auremar de Castro/Estado de Minas - 13/06/2003

"O Vanderlei deu um envelope para cada jogador. Eu, o mais jovem, ganhei dois. Um tinha a faixa de campeão. O outro, uma fralda. Era para eu escolher entre a faixa e a fralda. Obviamente escolhi a faixa"



Dos pratas da casa, um jogador surgia para o clube justamente na decisão de 2003: o zagueiro Gladstone. Com os demais atletas da posição machucados, ele estreou como profissional naquela noite, aos 18 anos, ao lado de Luisão. Gladstone coleciona histórias daquela conquista, como a brincadeira feita pelo Vanderlei na preleção. “Aquela final mexeu muito comigo. Lembro que fiz uma preparação normal, mas estava nervoso. Troquei ideia com os mais experientes. Eu me concentrei com o Luisão, que me deu conselhos. Na preleção, no auditório da Toca da Raposa II, o Vanderlei deu um envelope para cada jogador. Eu, o mais jovem, ganhei dois. Um tinha a faixa de campeão. O outro, uma fralda. Era para eu escolher entre a faixa e a fralda. Obviamente escolhi a faixa e não senti a pressão. Foi uma brincadeira que deu certo”, conta o zagueiro, que recentemente passou pelo Villa Nova.

CAMPANHA ESPETACULAR

A campanha celeste foi muito positiva naquela Copa do Brasil: sete vitórias e três empates, com 29 gols marcados e 12 sofridos. O time celeste aplicou a maior goleada da competição, 7 a 0 sobre o Corinthians de Caicó-RN, no Mineirão. O atacante Deivid, que chegou depois dos demais, foi o artilheiro da equipe, com sete gols. O título da Copa do Brasil veio menos de três meses depois da conquista do Campeonato Mineiro de forma invicta. Em dezembro, a Raposa levou o primeiro título brasileiro da era dos pontos corridos, garantindo a Tríplice Coroa.

foto: Paulo Filgueiras/Estado de Minas - 26/08/2003

"Aquele jogo contra o Flamengo se tornou o símbolo de uma campanha espetacular. Com um minuto de jogo, já vencíamos por 1 a 0. E com 30, o placar já estava 3 a 0 para nós. Éramos muito unidos"



O ex-lateral-esquerdo Leandro elogia a equipe de 2003 e diz que a final da Copa do Brasil contra o Flamengo foi o auge de um ano espetacular. “Ganhamos três campeonatos muito difíceis. Aquele jogo contra o Flamengo se tornou o símbolo de uma campanha espetacular. Com um minuto de jogo, já vencíamos por 1 a 0. E com 30, o placar já estava 3 a 0 para nós. Aquele time se encaixou de verdade. Éramos muito unidos, não tinha vaidade, nem egoísmo”.

foto: Auremar de Castro/Estado de Minas - 03/06/2003

"Ele (Luxemburgo) nos motivou muito e foi fundamental na conquista da Copa do Brasil e dos demais campeonatos. Muitos times ganham a Copa do Brasil e ficam frouxos. No Cruzeiro, ocorreu o contrário"



O também ex-lateral Maurinho, que se transferiu do Santos para o Cruzeiro em 2003, afirma que o ano mais vitorioso do clube teve o mérito de Vanderlei Luxemburgo. “Ele nos motivou muito e foi fundamental na conquista da Copa do Brasil e dos demais campeonatos. Desde a montagem do time, até no fator motivacional. Muitos times ganham a Copa do Brasil e ficam frouxos depois, se acomodam. No Cruzeiro ocorreu o contrário, a gente se fortaleceu e ganhamos o Brasileiro. Até hoje somos o único time a ter esse feito”.

LEMBRANÇAS POSITIVAS


1 a 1

Também Foi o placar do jogo no Rio em 2003


79.614

Torcedores foram ao Mineiro na decisão e garantiram o último grande público do estádio


30

Minutos do primeiro tempo a Raposa já goleava o Flamengo, por 3 a 0

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