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Cadeiras azuis e setor popular: interessado em gerir Mineirão, presidente do Cruzeiro revela contato com governo e novo parceiro

Atualmente, clube celeste atua no estádio em parceria com a Minas Arena

postado em 25/09/2017 20:07 / atualizado em 25/09/2017 20:07

Rodrigo Clemente/EM/D.A Press
Embora a Minas Arena descarte a possibilidade de romper o contrato de Parceria Público Privada (PPP) com o governo de Minas Gerais para a administração do Mineirão, o Cruzeiro admite interesse na gestão do estádio. Ao Superesportes, o presidente Gilvan de Pinho Tavares revelou já ter acordo alinhado com uma empresa para operar o estádio caso a Minas Arena devolva o principal palco do futebol mineiro ao estado. O mandatário revelou, ainda, já ter conversado com o governador Fernando Pimentel sobre essa possibilidade. 

”Nós já temos um parceiro que é especializado para explorar um local como o Mineirão, que é muito diferente. Já temos tudo acertado com eles, caso o Mineirão seja mesmo devolvido ao estado. O Mineirão está localizado em um dos cartões postais da cidade. Então, se aquela esplanada for bem explorada, dá dinheiro. Belo Horizonte é a cidade internacional dos barzinhos. Todo evento que tem com boteco, está cheio. Se tiver ideia para fazer coisas desse tipo naquela esplanada... Ali sim a gente pode ter shows menores todos os dias, que vão dar receita sempre”, disse o presidente à reportagem.

Gilvan detalhou como foi a conversa com o governador do estado sobre o interesse do Cruzeiro em passar a operar o Mineirão. O presidente destacou que, no futuro, caso isso aconteça, a intenção é personalizar o Gigante da Pampulha com as cores do clube.

“Eu não ouvi nada concreto [sobre a devolução do Mineirão ao estado]. Mas eu já até conversei com o governador [Fernando Pimentel] sobre isso. A gente teve uma conversa e, caso aconteça isso mesmo, quem tem condição de utilizar o Mineirão é o Cruzeiro, ainda mais com o novo estádio do Atlético. Eu penso nas cadeiras azuis e sou saudosista com algumas coisas. Aquilo que o Grêmio fez no estádio deles [retirar as cadeiras do setor atrás do gol], dava para fazer no Mineirão. Isso aumentaria a capacidade de público do estádio e seria um setor com o ingresso mais barato. Tem gente que não pode comprar o ingresso no preço atual. Vinte reais ainda é caro. A gente tem que pensar nessas coisas e pensar que se a gente tivesse esse modelo no Mineirão, poderíamos colocar 80, 90 mil pessoas em vez de 60 na decisão contra o Flamengo. Na arquibancada sempre cabe mais um, ainda mais em condições como essa, que o torcedor aceitaria numa boa. Eu penso muito nisso para o futuro. Internamente o projeto está muito acertado. Depende apenas da decisão da Minas Arena devolver o Mineirão para o estado”, complementou Gilvan ao Superesportes.

No contrato atual de PPP, que vai até 2037, a Minas Arena não pode ser sócia de clubes de futebol na gestão do estádio. Ela pode, sim, fazer acordos de fidelização, semelhante ao assinado pelo Cruzeiro em 2013 e que terá duração de mais 20 anos.

De acordo com Gilvan de Pinho Tavares, a ideia do Cruzeiro é justamente ser parceiro comercial da empresa que vislumbra administrar o Gigante da Pampulha no futuro. Como tem mandato no clube apenas até o fim deste ano, é inviável que o presidente coloque em prática o plano. O seu sucessor será conhecido em 2 de outubro, quando será realizada eleição no clube. Sérgio Santos Rodrigues (oposição) e Wagner Pires de Sá (situação) são os candidatos.

Por meio da assessoria de imprensa da Minas Arena, o diretor comercial Samuel Lloyd afirmou que ao Superesportes que “a concessionária não cogita a devolução do estádio para o estado”. Já o governo, por meio da secretaria de estado de esportes, garantiu que “o estado não recebeu nenhuma comunicação de desistência e não pode especular sobre contratos vigentes”.

O contrato de fidelização assinado entre Minas Arena e Cruzeiro prevê multa rescisória de R$ 10 milhões à parte que solicitar o distrato.

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