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Nos pés de Thiago Neves: referência do time lida com responsabilidade de ser o destaque do Cruzeiro na decisão da Copa do Brasil

Camisa 30 comenta pressão para liderar a equipe celeste na final desta quarta

postado em 26/09/2017 12:30 / atualizado em 26/09/2017 21:49

Juarez Rodrigues/EM D.A Press
Quem será o protagonista do Cruzeiro na decisão contra o Flamengo? A resposta natural é Thiago Neves. Aos 32 anos, o experiente meio-campista já vivenciou momentos muito importantes na carreira. Em 2007, foi o responsável pelo passe para Adriano Magrão marcar o gol do Fluminense no empate por 1 a 1 com o Figueirense, no Rio de Janeiro, pelo jogo de ida da final da Copa do Brasil. No duelo de volta, o Tricolor ganhou por 1 a 0 em Florianópolis e conquistou seu único título do torneio. Em 2008, Thiago foi do céu ao inferno na Copa Libertadores. No jogo de volta da final contra a LDU – que vencera na ida por 4 a 2 –, ele anotou os três gols do Fluminense no triunfo por 3 a 1. Nos pênaltis, contudo, acabou desperdiçando sua cobrança e viu a equipe amargar o vice-campeonato com derrota por 3 a 1.

Na Copa do Brasil de 2017, Thiago Neves é o principal destaque do Cruzeiro. São dois gols marcados e seis assistências em 12 jogos. O último passe foi dado na semifinal contra o Grêmio, em escanteio direcionado ao volante Hudson. A Raposa ganhou no Mineirão por 1 a 0 e levou a disputa para os pênaltis. O meia se encarregou da última cobrança celeste, teve frieza para deslocar Marcelo Grohe e fechou o placar em 3 a 2.

Perto do jogo mais importante do ano – às 21h45 desta quarta-feira, no Mineirão –, Thiago Neves concedeu entrevista ao Superesportes. Ele falou sobre a responsabilidade que cai em seu colo, a pressão para que o Cruzeiro ganhe um título em 2017, a meta de 20 gols em 2017 (já marcou 12 em 44 partidas) e o apoio da torcida celeste no Gigante da Pampulha. Leia abaixo o bate-papo:

Na final da Copa do Brasil de 2007, você deu o passe para o Adriano Magrão marcar o gol do Fluminense no empate por 1 a 1 com o Figueirense, no Rio. Na decisão da Copa Libertadores de 2008, brilhou com três gols diante da LDU, embora o Flu tivesse perdido o título. Sua carreira mostra um histórico de ser fundamental em duelos importantes. Como lida com essa responsabilidade na final com o Flamengo (se é que ela existe)?

Acho que essa responsabilidade existe sim - e lido bem com ela -, mas vejo também como uma responsabilidade coletiva. A pressão, se é que podemos chamar assim, é pra todos. Do goleiro ao centroavante, passando pelo treinador, comissão, diretoria e os demais funcionários que trabalham nos bastidores. Ninguém está livre dessa pressão, o que é bacana, pois todos ficamos pilhados, no bom sentido, envolvidos mesmo com a final. Um título dessa grandeza se conquista com muito mais do que os 11 em campo. Por outro lado, tenho consciência que nós somos os “atores principais”, então é fundamental estarmos preparados física e psicologicamente para a decisão, pois somos nós que estaremos lá dentro para fazer o gol ou dar um passe decisivo. Graças a Deus, aqui no Cruzeiro tenho conseguido manter essa boa marca da minha carreira, de ajudar a equipe nos momentos importantes também. Tudo que fizemos até aqui não entra mais em campo. Agora temos mais 90 minutos para escrever uma nova história, e espero ajudar a equipe a ter um final feliz.

As derrotas do Cruzeiro na final do Campeonato Mineiro e na primeira fase da Copa Sul-Americana e a distância para o líder Corinthians no Campeonato Brasileiro criam uma espécie de pressão para a final da Copa do Brasil?

A meu ver, são momentos diferentes. Era um início de ano que, inclusive, foi muito bom, e a própria imprensa, de uma forma geral, vinha elogiando o trabalho feito e colocando o Cruzeiro na prateleira dos favoritos nas principais competições. Infelizmente, houve uma oscilação naquele momento das finais do Mineiro e da primeira fase da Sul-Americana, situação pela qual todos os clubes da Série A passaram nesta temporada. O que importa é que a gente mesmo se fechou, comissão técnica e jogadores, e voltamos a conquistar ótimos resultados. Quanto à pressão extra, eu penso que, mesmo se tivéssemos ganhado o Mineiro, estivéssemos ainda na Sul-Americana e mais próximos do líder do Brasileiro, haveria a pressão de vencer uma final de Copa do Brasil da mesma forma. Isso é totalmente normal quando se trata de um clube gigante. 

A bola parada tem sido crucial para o Cruzeiro na temporada. Você já fez dois gols de falta no ano, sendo um na Copa do Brasil, e deu assistências em tiros livres e nos escanteios. Acha que pode fazer diferença contra o Flamengo?

Sem dúvida! A bola parada, hoje em dia, é fator determinante em muitos jogos, e com a gente não é diferente. Não só eu, mas o Arrascaeta, Sóbis, Robinho, todos treinamos muito esse tipo de jogada. Num jogo tão grande quanto esse é comum as chances de gol serem raras e, por isso, é importante estarmos muito preparados para quando uma oportunidade desse tipo surgir. 

Ramon Lisboa/EM/D.A Press

No começo do ano, a meta de 20 gols e 15 assistências pareceu ousada para um meio-campista. Mas ainda há tempo para alcançar os números, já que restam 14 rodadas no Brasileiro e uma na Copa do Brasil. Permanece com esse objetivo?

Claro! Não vou abaixar não (risos)! Eu gosto de trabalhar com metas altas para não me acomodar. Não sei se conseguirei atingir, mas vou seguir fazendo o máximo para isso. É um número que vou buscar até o fim do ano e se eu chegar lá será excelente.

Na sua visão, qual comportamento o Cruzeiro terá de adotar contra o Flamengo? Partir para cima desde o início, atuar de maneira equilibrada ou se fechar na defesa à espera de um contra-ataque?

Não posso entregar o ouro fácil assim, né? (Risos) Nós temos um jeito de jogar, de marcação forte, saída rápida, mas, em diversas oportunidades, já impusemos o ritmo de jogo, envolvendo o adversário com passes curtos e rápidos, o que mostra que temos repertório. Isso é um diferencial para nós, porque não é toda equipe que tem qualidade para mudar seu estilo de jogo utilizando as mesmas peças. Acima de tudo, a gente tem que ser inteligente e saber aproveitar bem as chances.

Recentemente, o Cruzeiro amargou alguns traumas no Mineirão. Em 2009, perdeu a Libertadores para o Estudiantes. Em 2015, foi eliminado nas quartas de final pelo River Plate. Em 2017, o cenário tem sido diferente: no Gigante da Pampulha, a Raposa bateu o Palmeiras, nas quartas, e o Grêmio, na semifinal da Copa do Brasil. Acha que o clube está "vacinado" contra as decepções passadas e fortalecido para buscar o título?

Sem dúvida. Nas grandes vitórias que tivemos este ano e nas classificações suadas na Copa do Brasil, a gente teve o estádio cheio com o torcedor ao lado, nos empurrando do início ao fim. Ali é nossa casa, nossa fortaleza, onde nos sentimos bem e conhecemos cada palmo de grama. Essa questão dos tropeços em decisões do passado é algo que não nos causa temor, porque a gente conhece a história do Cruzeiro. É claro que nem sempre o clube vai vencer todas as decisões dentro de casa, mas temos que pensar que é algo relativo. Por exemplo, a gente sabe do histórico do Cruzeiro na Copa do Brasil, três dos quatro títulos foram conquistados dentro do Mineirão, então, a expectativa tem que ser otimista. Agora é a nossa chance de fazer história dentro e fora de campo, conquistar o penta para o clube e bater o recorde do estádio após a reforma. Eu sei que antigamente o recorde já era nosso, né? E foi num jogo que o Cruzeiro foi campeão. Então tomara que aconteça de novo, a torcida quebre mais uma marca e a gente consiga ser campeão.

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