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PRIMEIRA LIGA

Primeira Liga. Segundo plano: torneio chega à reta final esvaziado e sem atrativos

Criado para ser embrião da independência dos clubes,competição fica desvalorizada. Atlético, Cruzeiro, Grêmio, Inter, Fla e Flu pouparão jogadores

postado em 30/08/2017 10:00 / atualizado em 30/08/2017 09:44

Arte/EM/D.A Press

Ela está de volta depois de cinco meses. Criada pelos clubes como embrião de um torneio sem a participação da CBF, a Primeira Liga volta a ser atração nesta noite com os quatro confrontos das quartas de final, com duelos entre mineiros e gaúchos: o Atlético visita o Internacional, às 19h30, no Beira-Rio, e o Cruzeiro recebe o Grêmio, às 21h45, no Mineirão. Nos discursos, atletas e treinadores prometem a tradicional entrega nos jogos, mas, na prática, nenhum dos oito classificados às quartas de final demonstra qualquer interesse na competição. Em sua segunda edição, mais do que engatinhar, ela já começa a fracassar tanto nos bastidores quanto nos estádios. Por isso, os jogos terão, na sua maioria, atletas reservas, desconhecidos ou que vieram da base.

A primeira fase foi disputada entre fevereiro e março – três grupos com quatro equipes cada um. Desde o início, os clubes da Primeira Liga se desentenderam quanto a calendário, captação de recursos, parceiros, cotas de participação e regulamento. No início, o objetivo dos times de Rio, Minas e Sul era criar uma disputa similar à Copa do Nordeste ou mesmo à Copa Verde (Norte e Centro-Oeste). Mas, além da maratona de partidas, o torneio foi um fiasco de bilheteria.

Neste ano, uma das saídas para deixar os duelos mais atrativos (e economizar com viagens) foi colocar grandes rivais na mesma chave. Nesse sentido, a vitória do Cruzeiro sobre o Atlético por 1 a 0, no Mineirão, em 1º de fevereiro, foi considerada um sucesso: público de 44.795 e renda de R$ 1.139.052. No entanto, outros jogos tiveram presença inexpressiva, como Avaí 0 x 1 Londrina (1.637 pagantes e renda de R$ 19.182). A média total é de apenas 7.006 torcedores.

Para o ano que vem, o presidente da Liga, Gilvan de Pinho Tavares, planeja a adesão de novos clubes, mais competitividade e recursos. Mas vai esbarrar num problema: a falta de datas, já que a Copa do Mundo entre junho e julho prevê remanejamento das demais competições. Em meio a tantos duelos, a organização teve dificuldade em 2017 para conseguir fins de semanas disponíveis nas fases decisivas. As semifinais serão no domingo, e a decisão está prevista para 8 de outubro.

CUSTO ALTO Dos times que jogam as quartas de final, Atlético e Flamengo são os que prometem escalar atletas de ponta. E mesmo assim porque eles buscam recuperar prestígio ou ritmo. O Galo vai apostar no quarteto Valdívia, Clayton, Robinho e Fred, que custam, mensalmente, em torno de R$ 2,5 milhões, entre salários, bônus e premiações extras. No caso dos dois mais experientes, que já disputaram Copa do Mundo, o duelo com o Inter é a chance de pôr fim à má fase, determinante para que ambos ficassem no banco de reservas por opção técnica.

De olho na final de quinta-feira pela Copa do Brasil contra o Flamengo, o Cruzeiro também coloca a Primeira Liga em segundo plano. “Se passarmos, temos jogo no domingo. Então, já teríamos dois jogos antes da decisão na quinta-feira, é isso que vamos pesar”, dizia o técnico Mano Menezes, que escalará uma formação mista.

O Flamengo, outro que formou um grupo caro, levará alguns astros para o duelo com o Paraná, em Cariacica (ES). Entre elas o armador Éverton Ribeiro, bicampeão brasileiro com o Cruzeiro em 2013 e 2014. O meio-campista não pode disputar a decisão da Copa do Brasil. O Fla jogará também com Conca, que volta depois de grave lesão no joelho, e Vinícius Júnior, vendido ao Real Madrid por incríveis R$ 164 milhões.

Envolvido nas disputas da Libertadores e do Brasileiro, o Grêmio trouxe a Belo Horizonte para encarar o Cruzeiro um time formado por pratas da casa. A exceção é o zagueiro Bruno Rodrigo, que será o capitão tricolor no Mineirão.

Para enfrentar o Atlético, o Internacional deixa seus principais atletas de fora e escala uma equipe que tem como destaque o armador Camilo (ex-Botafogo) e Nico López (ex-Nacional-URU). Diante do Londrina, às 19h30, no Estádio do Café, o Fluminense usa de seus titulares apenas o goleiro Júlio César. Num de seus comentários sobre o confronto, o técnico Abel Braga deixou escapar o que pensa: “Lamentavelmente, temos esse jogo”.

OS ASTROS DA PRIMEIRA LIGA

Atlético
Robinho
Fred
Marcos Rocha

Cruzeiro
Rafael
Robinho
De Arrascaeta

 

Internacional
Camilo
Nico Lopez
Carlos


Flamengo
Conca
Éverton Ribeiro
Vinícius Júnior


Paraná
Renatinho
Eduardo Brock
Alemão

 

Grêmio
Bruno Rodrigo
Rafael Tyere
Beto da Silva


Londrina
Jonatas Belusso
Edson Silva
Germano


Fluminense
Júlio César

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