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LUTO

Ex-jogadores que foram treinados por Carlos Alberto Silva lamentam sua morte

Ex-atletas de Cruzeiro e Atlético relembram passagens e falam sobre Silva

postado em 20/01/2017 13:17 / atualizado em 20/01/2017 14:59

Sidney Lopes/EM/D.A Press

A morte de Carlos Alberto Silva também foi muito sentida e lamentada por ex-jogadores que foram comandados por ele. Paulo Isidoro, Nonato, Róbson e Luís Fernando Flores, que trabalharam com o ex-técnico no Cruzeiro, e João Leite, que foi treinado por Silva no Atlético, falaram sobre a trajetória vitoriosa no futebol e o seu falecimento.

“Eu sempre ia visitá-lo, nos últimos tempos. Quase toda semana. Ele nos dirigiu na Copa Libertadores de 1981. Era o técnico naquele jogo do Serra Dourada, contra o Flamengo. Muito sério, muito trabalhador, detalhista e muito firme. E todos o respeitavam”, lembrou o ex-goleiro João Leite, que trabalhou com Carlos Alberto no Atlético. “Era muito querido pelos jogadores, muito respeitado. Foi uma perda muito grande. Foi um técnico que abriu as portas para os treinadores do Brasil no exterior. Foi um dos pioneiros”, lembrou.

João Leite relembrou as últimas visitas que fez a Silva. “Estive com ele há duas semanas, na casa dele. Ele gostava muito de conversar, de lembrar nosso tempo de Atlético. Quando estive lá, ele estava lúcido, conversando muito. Estávamos eu, Procópio, Heleno, De Paula... Ele brincava muito, estava muito alegre. Um pouco debilitado, mas muito alegre. Mas já ficava um pouco mais cansado. Ontem (quinta-feira) ele foi lá na empresa dele falar com os funcionários. Parecia uma despedida.”

“Era uma pessoa muito dura, um cara muito rígido”, disse o ex-meia Paulo Isidoro, que trabalhou com Carlos Alberto Silva no time do Cruzeiro. “Ele gostava que a gente se empenhasse nos treinamentos, cobrava muito. Me dei bem com ele, porque eu gostava de treinar. Ele coibia muito a indisciplina. Sempre nos demos muito bem, não tivemos nenhum atrito”, frisou. “(A morte dele) foi uma surpresa desagradável. Para o futebol é uma perda muito grande. Com a perda dele, o futebol só tem a lamentar. Deixa um vazio, um buraco.”

Outro que trabalhou com Carlos Alberto no Cruzeiro, no início dos anos 90, foi o ex-meia Luís Fernando Flores, hoje auxiliar de Enderson Moreira no América. “O Carlos Alberto chegou com uma moral muito grande. Vinha do Porto. Foi campeão de tudo. Era um grande treinador, de pulso firme, comando forte. Fez algumas mudanças na Toca (da Raposa) em termos de administração. Profissionalizou a Toca. Foi uma passagem muito boa. Um grande treinador, um cara que ganhou muita coisa”, elogiou. “Foi uma perda muito grande. Só guardo coisas boas dele no Cruzeiro.”
América/Divulgação


O ex-lateral-esquerdo Nonato também foi treinador por Carlos Alberto Silva no Cruzeiro. “Lembro de sua chegada, vindo de Portugal. Ele teve alguns problemas para colocar o pessoal para treinar de chuteira de trava. A gente não treinava com trava, só jogava. Depois ele foi se adaptando”, lembrou.

“Uma vez, quando ele chegou, eu estava machucado. Tinha voltado da Seleção Brasileira e estava só fazendo física. Eu estava correndo em volta do campo e ele perguntou ao Dr. Ronaldo (Nazaré) quem era aquele menino que estava correndo e atrapalhando o coletivo. E o doutor disse que era o Nonato. Ele disse: ‘Daquele tamanhozinho’. Infelizmente o futebol brasileiro perde um dos poucos treinadores que a gente respeitava com técnico e como homem, um cara muito honesto” disse.

O ex-atacante Róbson também foi treinado por Carlos Alberto Silva na Raposa. “Foram dois anos no Cruzeiro. Eu o tenho como referência, como um dos bons treinadores que eu tive. Estilo Felipão, mais paizão. Sempre queria um grupo família, bem homogêneo. Sempre se preocupava com os reservas, mantendo todos muito motivados. O ambiente era muito bom com ele”, frisou.

“Joguei 15 anos como profissional, e ele está entre os bons treinadores que eu tive. Sempre me dei bem com ele, sempre fui titular com ele. Numa ocasião, um diretor do Benfica esteve no Recife, vendo Cruzeiro e Sport, e o cara queria me levar. Ele (Carlos Alberto) foi muito honesto comigo. Ele conversou com o cara e depois me falou que o cara queria um jogador com o meu perfil. Mas ele me disse: ‘Estamos indo para as quartas de final do Brasileiro, não tenho como te liberar.’ E eu o achei muito honesto. O cara queria até levar o Balu (lateral-direito) junto. Ele não me liberou, mas foi muito honesto comigo. Foi uma perda muito grande, como pessoa e como técnico”, acrescentou Robson, que hoje trabalha como gerente administrativo do CT do América em Santa Luzia.

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