Futebol Internacional
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Amistoso histórico

Pela primeira vez juntos, Neymar e Messi entram em campo contra o Santos

Craque argentino e atacante brasileiro, oficialmente, apenas treinaram juntos

QUIQUE GARCIA/AFP
Desde 1966, a cidade de Barcelona sedia a disputa do Troféu Joan Gamper. O nome é em homenagem ao fundador e primeiro presidente do clube catalão. Disputado até 1996 em formato de quadrangular, a partir de 1997 passou a contar apenas com dois postulantes – Barcelona e mais um. Em regra, é isso mesmo. Um mero torneio de intertemporada, em que o Barça apresenta seu time aos sócios, para a nova temporada. Hoje, às 15h45, disputa-se a edição 2013 do troféu. Teria tudo para ser apenas mais um jogo do torneio se não fosse um detalhe. E não é um pequeno detalhe. A partida entre Barcelona x Santos marca a estreia de Neymar ao lado de Messi com a camisa azul e grená. Um jogo que já é histórico antes mesmo de seu pontapé inicial.

A expectativa em torno da dupla é, naturalmente, enorme. Afinal, de um lado, temos o argentino Lionel Messi, nada menos que o melhor jogador de futebol da atualidade, há quatro anos seguidos eleito o atleta do ano pela Fifa e que, para muitos, tem tudo para se tornar o maior de todos os tempos. Do outro, a esperança brasileira, Neymar Jr. A maior promessa do futebol mundial. Apontado pelos críticos como o principal nome capaz de fazer frente, no futuro não muito distante, ao próprio Messi.

Depois de muitas investidas do Barcelona e da tentativa de intromissão do Real Madrid e até mesmo do Bayern de Munique, a equipe catalã finalmente contratou o brasileiro. A estreia de Neymar com a camisa do clube aconteceu na última terça-feira, 30 de julho. Foram apenas 15 minutos protocolares (o contrato do amistoso previa isso) frente ao Lechia Gdansk, da Polônia. Mas a estreia que todo o mundo quer realmente ver acontece hoje. Messi e Neymar juntos, frente ao Santos, ex-clube do jovem astro brasileiro. Mais uma vez, por questões contratuais.

Dueto
Se der certo, essa dupla pode se tornar uma dos maiores duetos da história do esporte. Repetindo algo que já fora alcançado por Di Stéfano e Evaristo de Macedo – pelo Real Madrid – ou, a mais emblemática de todas as duplas entre argentinos e brasileiros: Maradona e Carena (pelo Napoli). Em caso de um eventual fracasso, além da decepção, que causaria em todos os fanáticos por futebol, a dupla repetiria algo que já ocorreu no passado. Di Stéfano e Didi, no Real Madrid, não deram certo.

Ainda é cedo para fazer previsão. Por enquanto, há que se aproveitar a estreia. Diante do clube que o projetou para o mundo da bola, Neymar disse que será como “uma final da Liga dos Campeões da Europa” e prometeu uma “comemoração especial” caso marque um gol.

Números


48ª é o número da atual edição
4 eram os clubes na competição entre 1966 e 1996
2 clubes passaram a disputar o torneio a partir de 1997

Lista de campeões

Clubes Edições
Barcelona (ESP) 35
Köln (ALE) 2
Internacional (BRA) 1
Porto (POR) 1
Borussia Mönchengladbach (ALE) 1
Manchester City (ING) 1
Juventus (ITA) 1
Mechelen (BEL) 1
Tenerife (ESP) 1
Újpest Dózsa (HUN) 1
Valencia (ESP) 1
Sampdoria (ITA) 1

Duplas Brasil-Argentina

Sucessos


Maradona e Careca
A maior dupla entre brasileiros e argentinos de todos os tempos. Maradona chegou ao Napoli em 1984. Levou o modesto clube do pobre sul da Itália ao título nacional em 1986/87. Careca chegou logo depois do primeiro campeonato ganho pelos napolitanos. O centroavante brasileiro e o genial meia argentino ainda conquistaram mais um campeonato italiano, uma Copa UEFA e uma Copa Itália. Foram três temporadas de sucesso. Inesquecíveis para Nápoles e seu povo.

Di Stéfano e Evaristo de Macedo
Outra dupla Brasil-Argentina bem-sucedida nos faz voltar algumas décadas no tempo, até os anos 1960. Este dueto tinha como protagonistas o brasileiro Evaristo de Macedo e o argentino Alfredo Di Stéfano, um dos maiores jogadores da história do Real Madrid. Os dois se entendiam bem dentro e fora de campo. E o Real se beneficiou dessa harmonia. Com os dois juntos, o clube madrilenho foi tricampeonato espanhol, em 1963, 1964 e 1965.

Fracasso

Di Stéfano e Didi
Antes de se dar bem com Evaristo de Macedo, Di Stéfano teve problemas com um outro gênio do futebol brasileiro. Estrela do Real Madrid desde 1953, o argentino não recebeu de bom grado a chegada de Didi, melhor jogador da Copa do Mundo de 1958. O Real era tricampeão europeu e contava também com Puskas no elenco. Didi foi boicotado por Di Stéfano e sua passagem por Madri não durou mais do que a temporada 1959/60 (em que ainda foi campeão europeu).

Troféu Joan Gamper

Esta não será a primeira vez que um clube brasileiro disputará o torneio promovido pelo Barcelona. Inclusive, não será sequer a estreia do Santos na competição. O clube santista já participou na edição de 1998 (empatou em 2 a 2 e foi derrotado nos pênaltis por 5 a 4). Além do Peixe, Flamengo, Vasco e Internacional também disputaram o troféu. Apenas o Colorado tem essa taça em sua sala de troféus. O título dos gaúchos foi conquistado em 1982, época em que o torneio ainda era disputado por quatro equipes.